William Entzminger (1859-1930)
William Edwin Entzminger (1859-1930)
William Edwin Entzminger (25 dez 1859-11 jan 1930) foi, com William Buck Bagby, Zachary Clay Taylor, Salomão Luiz Ginsburg, Eurico Alfredo Nelson e James Jackson Taylor, um dos seis missionários pioneiros no Brasil. Entzminger, em abril de 1891, casou-se com Maggie Grace Griffith; o casal, enviado pela junta de missões estrangeiras da convenção batista do Sul dos EUA, sediada em Richmond, Virginia, chegou a Salvador (BA) em 11 de agosto de 1891. Acometido por febre amarela e malária, o casal pouco tempo depois foi para o Recife (PE). Na capital pernambucana, onde morreram os filhos Margarida, em 1891, e William Junior, em 1894, o casal permaneceu durante mais de sete anos.
Em 1900, com sua esposa muito doente, Entzminger transferiu sua residência para o Estado do Rio de Janeiro (Nova Friburgo e Rio de Janeiro). Em janeiro de 190l, fundou “O Jornal Batista”. De 1901 a 1919, foi diretor deste periódico denominacional.
Em 1904, verificou que estava leproso; tratou-se nos EUA e em 1908 retornou curado.
Em 1911, Entzminger, juntamente com Salomão Luiz Ginsburg, Otis Pendleton Maddox, Amélia Joyce e Emma Paranaguá, foi nomeado pela Convenção Batista Brasileira, na assembléia realizada em Campos (RJ) para a Comissão de revisão final dos hinos do “Cantor Cristão” (OJB, 02 nov 1911, p.2). Em 1919, publicou “Lyra Cristã”, o primeiro hinário batista no Brasil com música (OJB, 10 jul 1919, p.12).
Em 1920, viajou para os EUA, onde faleceu sua esposa Maggie Grace.
Em 1921, foi residir em Petrópolis (RJ), mas trabalhava na Casa Publicadora Batista (antecessora da JUERP), no Rio de Janeiro.
Em 1922, casou-se com a missionária Amélia Joyce.
Entzminger faleceu e foi sepultado, em 11 de janeiro de 1930, no Cemitério Municipal de Petrópolis (OJB, 13 jan 2002).
Pesquisamos as edições de “O Jornal Batista” publicadas entre 10 de janeiro de 1901 e 11 de janeiro de 1930. Curiosamente, essas datas marcam a fundação de “O Jornal Batista” (1901) e o falecimento de Entzminger (1930). Algo semelhante ocorreu na biografia de João Filson Soren: sua posse no pastorado da PIB do Rio de Janeiro (03 de janeiro de 1935) e seu falecimento (02 de janeiro de 2002).
Depois de Salomão Luiz Ginsburg, foi o maior hinógrafo entre os missionários no Brasil. Entzminger escreveu, traduziu ou adaptou 72 letras de hinos para o “Cantor Cristão”(CC). Dos 72 hinos, menos de um terço deles (21) foram aproveitados no “Hinário para o Culto Cristão” (HCC).
Entre 1904 e 1925, previamente 26 foram publicados em “O Jornal Batista”. Dos 26, foram abandonados 18 e aproveitados oito no HCC, que serão aqui comentados com o objetivo de mostrar as circunstâncias em que foram escritos por Entzminger.
Dos 18 hinos previamente publicados em OJB e que foram abandonados pela Comissão do HCC forneceremos agora as épocas de publicação: 1904 (no.448-CC); 1908 (no.370); 1909 (nos.451, 466 e 502); 1910 (nos.128 e 497); 1911 (no.340); 1913 (no.53); 1916 (nos.187 e 413); 1917 (nos.58, 210, 251, 305 e 499); 1918 (nos.97 e 355).
“Tal qual estou” (CC-266, HCC-300) foi publicado em OJB (22 out 1908, p.1), depois de Entzminger ter traduzido quatro das seis estrofes de Charlotte Elliot escritas em 1834 para o hino “Just as I am”. A poetisa inglesa ficou inválida em 1821, quando tinha 32 anos de idade; foi a primeira hinógrafa a compilar um hinário para deficientes físicos (“The Invalid’s Hymn Book”, 1834-1854). Este hino foi traduzido quando Entzminger, em 1908, voltou dos EUA para o Brasil curado da lepra; ele, até então, dizia: “Tal qual estou, sem esperar que possa a vida melhorar, em Ti só quero confiar”.
Ainda em 1908, sob o impacto da terrível doença, mas curado, Entzminger traduziu o hino “It is well with my soul”, de Horatio Gates Spafford (CC- 398, HCC-329). Tendo passado por grande provação, Entzminger, tal como Spafford (que perdeu quatro filhas no naufrágio do transatlântico “Ville du Havre”), poderia escrever: “Se paz a mais doce me deres gozar, se dor a mais forte sofrer, oh! seja o que for, Tu me fazes saber que feliz com Jesus sempre sou!”. Este hino foi publicado em OJB (05 nov 1908, p.1), pouco tempo depois do “The Baptist Hymn and Tune Book” (1904).
Inspirado pelo hino patriótico norte-americano “My country, ‘tis of thee”, de Samuel Francis Smith, Entzminger fez uma adaptação (“Do meu país Brasil, ó terra varonil, é meu cantar”), que a Comissão do HCC alterou em 1990. O hino (CC-574, HCC-600) foi dedicado aos alunos dos colégios evangélicos no Brasil (OJB, 06 abr 1910, p.2). É possível que Entzminger, então diretor de “O Jornal Batista” e residente no Rio de Janeiro, tenha ficado entusiasmado com a recente organização, pelo missionário John W. Shepard, do Colégio Batista do Rio. Na época, o Itamarati incentivava o intercâmbio cultural entre o Brasil e os EUA.
O vetusto hino “Rock of Ages”, de Augustus Montague Toplady, foi traduzido em 1913 (“Rocha eterna, foi na cruz que morreste tu, Jesus”, CC-371, HCC-307), quando Entzminger já estava em seu 20o. ano de ministério no Brasil (OJB, 31 jul 1913, p.2).
O célebre hino “Stille nacht”, escrito por Joseph Mohr em 1818, foi traduzido do alemão para o inglês por John Freeman Young. Provavelmente usando essa versão inglesa, um século mais tarde o hino de Mohr foi traduzido por Entzminger (“Noite de paz! Noite de amor!”, CC-30, HCC-91, OJB, 01 nov 1917, p.1).
Também em 1917, Entzminger traduziu outro hino famoso, o “Brighten the corner where you are”, escrito em 1912 por Ina Duley Ogdon, o que demonstra que Entzminger, em plena Primeira Guerra Mundial (1914-1918), procurava acompanhar o lançamento de novos hinos evangelísticos; deu-lhe o título “Brilha no meio do teu viver” (CC-417, HCC-488, OJB, 04 e 11 jan 1917, p.1).
Das quatro estrofes do hino “Have Thine own way, Lord”, de Adelaide Pollard, Entzminger traduziu livremente três, sob o lema “Cristo, bom Mestre, eis meu querer” (CC-175, HCC-369); o hino tinha sido publicado em 1907 no “Alexander’s Supplement” para o “Northfield Hymnal”, compilado por George Stebbins, e na coletânea “Kingdom Songs” (1921). Sua esposa Maggie Grace tinha falecido recentemente quando Entzminger escreveu a letra do hino, o que é muito provável (OJB, 01 dez 1921, p.11). Não nos parece ter sido escrito quando seus filhos morreram (1891 e 1894) no Recife (PE); o hino de Adelaide Pollard foi originalmente escrito mais tarde (1902); nem quando viajou para os EUA (1904) para tratar-se da lepra (ver: Edith Brock Mulholland, HCC-Notas Históricas. Rio de Janeiro: JUERP, 2002, pp.286 e 287).
Entzminger escreveu o estribilho (aproveitado no hino “Com alegria venho, ó Deus”, HCC-367) e as estrofes do hino “Aqui no mundo branda luz” (CC-528), que foram publicadas em 1925, sem a música de Robert Harkness (OJB, 08 jan 1925, p.13). Era um hino dedicado às crianças de nossas igrejas. Na época, Entzminger estava casado com sua segunda esposa, a missionária Amélia Joyce.
Lamentavelmente, do CC não foram aproveitados, entre outros, os hinos nos.53, 97, 210, 340, 370, 413, 451, 466 e 499; estes estavam entre os hinos mais queridos do povo batista no Brasil. Eram hinos de Entzminger.
Publicado em “O Jornal Batista”, 22 jul 2002, p. 4).
(www.abordo.com.br/nassau/art_04hg.htm#01) Música N.658
© 2002 de Rolando de Nassau – Usado com permissão
Fotografia extraída de: “O Jornal Batista” (http://www.batistas.com/o-jornal-batista).
O Cantor Cristão – 1903
Ainda mais uma vez temos que dizer alguma coisa sobre o nosso Cantor Cristão, mas que não pareça isso o estar nossa mente ocupada exclusivamente com ele. O que nos resta dizer não é, porém, muita coisa, e por isso depressa acabaremos. Cremos que nossos crentes já sabem que esta nova edição do Cantor contém diversos hinos novos e que para serem cantados, precisa-se saber música. É triste dizer que, não obstante a nossa coleção ao ser muito grande, somente um limitadíssimo número de hinos cantados nas igrejas. Isto põe em relevo a grande necessidade que as igrejas têm de uma classe música.
Não é tarefa muito fácil, sabemo-lo, mas os resultados compensarão bem o trabalho. Além disso, estamos empenhados a cada vez mais enriquecer a coleção do Cantor com novos e variados hinos, mas se isso for feito simplesmente para figurarem no Cantor, simplesmente, como acréscimo de número, não vale a pena, sobretudo porque quanto maior for o número de hinos mais cara ficará a edição e mais caro terão de pagar os consumidores; Tudo inútil, se não dermos mais extensão ao conhecimento de música entre os nossos membros. Todavia, alentamos a esperança de que este nosso aviso será tomado na devida consideração e de que não muito longe os nossos crentes, em grande parte, virão a ser, se não uns maestros, ao menos, os que menos música tiverem aprendido, saberão conter as suas vozes dentro de certos limites e não atormentarão alguém os seus “guinchos” que talvez lhes pareçam uma coisa sublime, mas que não passam de ferroadas de vespas nos ouvidos de quem mesmo só “arranha” um bocadinho no “dó, ré, mi…”
UM AVISO:
Para facilitar a distribuição do Cantor Cristão pelas pessoas que dele fazem uso, resolvemos fazer um depósito em casa de cada um dos missionários batistas dispersos no Brasil, e a eles podem se dirigir os pedidos da respectiva região. Agora damos os nomes dos missionários e os respectivos endereços:
Rev. J. J. Taylor, caixa 572, São Paulo;
Rev. A. L. Dunston, Templo Evangélico, Campos, Estado do Rio;
Rev . Z. C. Tayor, Rua do Colégio, 32, Bahia;
Rev. Salomão L. Ginsburg, caixa 178, Recife, Pernambuco;
Rev. Erico A. Nelson, caixa 84-A, Manaus, Amazonas;
Rev. J. E. Hamilton, caixa 361, Belém do Pará
William Edwin Entzminger
“Olhai em redor”
Na seção editoral de “O Jornal Batista”, de 13 de fevereiro de 1930, Theodoro R. Teixeira relembrou que o Dr. F. F. Soren havia contado que na ABADIA de Westminster em Londres, o construtor havia escrito: “Se quereis ver o meu monumento, olhai em redor”.
Ao escrever um artigo sobre o falecimento de W. E. Entzminger, Teixeira se referindo à vida deste, repetiu aquela mesma frase: “Se quereis ver o meu monumento, olhai em redor”.
É fácil, ao olhar em redor, ver o resultado do trabalho deste grande missionário norte-americano, que foi W. E. Entzminger. O próprio jornal que o leitor está lendo estas palavras, O Jornal Batista, teve em Entzminger o seu primeiro redator.
A Casa Publicadora Batista que hoje, através das suas diversas atividades, é o coração do trabalho da Denominação batista, teve como seu primeiro diretor W. E. Entzminger.
O Cantor Cristão, que por 99 anos foi o único hinário dos batistas brasileiros, tem em W. E. Entzminger um dos seus principais contribuintes¹. Nada menos de 68 hinos do Cantor Cristão são do seu próprio punho outras traduções suas.
Dois dos hinos mais cantados do “Cantor Cristão” são da sua autoria. Trata-se dos hinos 386 e 439. Nestes dois hinos, Entzminger demonstra o amor dum brasileiro “adotivo” para com a sua nova pátria. O seu desejo ardente de ver a sua pátria salva é bem expresso logo na primeira estrofe do hino 386: “Ah! se eu tivesse mil vozes para o Brasil encher com os louvores de Cristo, que singular prazer!”
É Entzminger o autor do mais apreciado dos nossos hinos – aquele que O Jornal Batista de 10 de janeiro de 1965, o Pastor José dos Reis Pereira, parodiando o famoso dito poeta germânico, Heinrich Heine, chamava de “A Marselhesa dos Batistas Brasileiros”, “Minha Pátria para Cristo! Eis a minha petição”. Somente com este hino, Entzminger teria deixado uma rica e inesquecível contribuição à hinódia brasileira.
Se ainda houver dúvida sobre o amor pela pátria nutrido por Entzminger, sugiro que o leitor leia cuidadosamente o hino 574 do Cantor Cristão. É uma poesia que só poderia ser sentida e escrita por alguém que amasse sua pátria.
Mas não somente estes hinos “patriótico-religiosos” que marcam W. E. Entzminger como um dos “grandes” do Cantor Cristão. Entre os seus 68 hinos, há vários outros que estão incluídos entre os mais cantados do nosso hinário. O hino 30, Noite de Paz; o 175, Minha Aspiração; o 304, Um Vaso de Bênção; o 328, Sossegai; o 398, Sou Feliz; o 407, Ditoso Dia; o 466, Lutar por Cristo; o 508, Terra Feliz, e o 524, Joias Preciosas.
E. Entzminger nasceu em Blytwood, Carolina do Sul, no dia de Natal de 1859. Seu pai, um fazendeiro era de descendência holandesa. Entzminger logo mostrou-se um estudioso. Foi esta aplicação aos seus estudos que anos mais tarde provocou um elogio de Theodoro Teixeira. Falando de Entzminger, Teixeira disse: “Um homem de cultura invulgar, de forte inteligência e denodada aplicação ao estudo. Estes dotes, reunidos à sua fé robusta, sua piedade e humildade, fizeram dele um homem de sucesso em todos os trabalhos a que se dedicou.”
Entzminger converteu-se aos 12 anos de idade. Aos 20 dedicou-se ao ministério. Formou-se, alcançando o grau de bacharel em ciências e letras pela Universidade Batista do seu estado e mais tarde o de Doutor em Teologia pelo Soutern Baptist Theological Seminary.
O Dr. A. R. Crabtree que “por alguns anos o Dr. Entzminger foi o único missionário ou pregador evangélico no Brasil, doutorado com o grau de tbD.”
O ano de 1891 foi um ano importante na vida de Entzminger. No princípio daquele ano ele ouviu um missionário que estava de férias do seu trabalho na China e ficou impressionado com as suas palavras, resolvendo dedicar-se a missões. Mais tarde, ao ler um folheto “A Terra do Cruzeiro do Sul”, da autoria de Z. C. Taylor, Entzminger resolveu se apresenta à Junta de Missões Estrangeiras para trabalhar no Brasil e ajudar os casais Bagby e Z. C. Taylor.
Em abril de 1891, Entzminger casou-se com Grace Griffith, filha de um pastor batista.
Em julho do mesmo ano, no navio “Valência”, o casal Entzminger, junto com mais dois casais de missionários, o casal J. J. Taylor e o casal J. L. Downing, partiu para o Brasil. Foram recebidos no Recife por Z. C. Taylor, Salomão Ginsburg, pelo missionário metodista, Georg Nind, e por José Domingues.
Logo, os Entzminger foram para Salvador, onde moraram juntos com Z. C. e Katerine Taylor (que traduziu o hino 155).
Entzminger iniciou logo o estudo da língua portuguesa, estudo que por sinal jamais deixou. Ele gostava de ler os clássicos portugueses.
Nunca porém chegou a ser considerado um grande orador, pois faltava-lhe eloquência e parece que tinha dificuldades de dicção; como escritor, porém, brilhava. O Dr. José Nigro, então pastor da Igreja Batista em Santos, disse em 1930: “Até hoje não houve nenhum outro missionário americano que escrevesse tão fluente e corretamente a língua portuguesa”.
Durante os seus 39 anos de trabalho no Brasil, Entzminger não gozou boa saúde. Em 1892 quase morreu de febre amarela. Mais tarde, sofreu da terrível doença “Morféria”.
Por causa das suas enfermidades e também da saúde precária da esposa Entzminger deixou Salvador, indo para Nova Friburgo, onde foi residir na casa de Salomão Ginsburg, que mudou-se para Recife a fim de substituir Entzminger. Morando em Friburgo, Entzminger trabalhava no Rio. Por três meses pastoreou a 1ª Igreja Batista de Niterói, e das igrejas Batistas do Méier e de Engenho de Dentro.
Em 1900, os missionários Bagby, Z. C. Taylor, Ginsburg e J. J. Taylor resolveram que já havia chegado a hora para os batistas brasileiros terem um jornal denominacional. Lembraram da atuação de Entzminger quando revelou-se excelente polemista ao refutar as acusações injustas do Padre João Machado de Melo. Theodoro Teixeira disse que foi isto que “concorreu para que os seus colegas de trabalho o apontassem logo como a pessoa idônea para ser o redator do jornal denominacional…”.
Falando a respeito do 1º número de “O Jornal Batista”, Teixeira disse: “Os lauréis, os quais não cabem certamente todos a ele mas a ele cabe a parte do leão”.
Em 1920, quando Entzminger foi aos Estados Unidos, de férias, a saúde da sua esposa piorou e não permitiu que ela voltasse ao Brasil com o marido. No ano seguinte ela faleceu.
No dia 23 de setembro de 1922, Entzminger casou-se com Amélia Joyce, viúva de F. C. Joyce, missionário independente que havia trabalhado na Bahia.
Acometido de uma súbita crise de gripe pneumônica, Entzminger faleceu na sua residência em Petrópolis às 13:30 horas do dia 18 de janeiro de 1930.
No enterro falaram S. L. Watson, F. F. Soren, T. R. Teixeira, J. W. Shepard, T. B. Stover e o Rev. Long, representando a Igreja Metodista.
A morte de Entzminger foi um rude golpe para a jovem Denominação Batista no Brasil, que três anos antes havia perdido outro dos seus “príncipes”, Salomão Ginsburg.
Queremos citar somente algumas declarações feitas a respeito de Entzminger, pois dão uma ligeira ideia do conceito de que gozava.
Joaquim Lessa o chamou de “um dos mais dedicados amigos do Brasil e um dos obreiros mais denodados na obra do Redentor”.
Manoel Avelino de Souza disse: “Com ele aprendi muitas lições preciosas; sua paciência e perseverança; seu amor e dedicação à mocidade; sua humildade, ainda que a muitos parecesse o contrário; sua lealdade, seu amor cristão, tudo me inspirava…Nunca desprezava ninguém e tinha sempre uma palavra de animação e conforto para toda gente. Gostava de descobrir as boas qualidades dos outros”.
L. Watson declarou: “Ele era um pastor por excelência…era um espírito proeminentemente pacificador.”
R. Teixeira escreveu: “Quando a mim, como seu discípulo e companheiro durante muitos anos, ficaram mais que quaisquer sons, gravados em meu coração, sua humildade cristã e sua lealdade. Era um amigo sincero no qual se podia confiar. Este era o alicerce da sua grande personalidade.”
B. Deter assim o caracterizou: “Era homem calmo, de poucas palavras, cada palavra sendo pesada na balança antes de ser entregue aos ouvidos de seu amigo. Ele se sobressaía em força intelectual e firmeza de caráter.”
Ernesto fez a seguinte observação: “Era um homem de fé e oração…um homem delicado e amável em extremo…um espírito eminentemente evangélico.”
O Dr. Almir S. Gonçalves assim se expressou ao receber a notícia do falecimento de Entzminger: “Vidas tais passam, mas aqui fica o suave perfume dos nobres exemplos das suas virtudes, do seu heroísmo e das suas vitórias.”
Ervino Kaschel Jr. se referiu a Entzminger como “o Palinuro experimentado e poderoso…um verdadeiro apóstolo de fé”.
A mocidade batista do então Distrito Federal expressou os seus sentimentos através das páginas de “O Crisol”, órgão oficial da mocidade, denominando Entzminger de “…um grandioso amigo dos moços…um homem leal, criterioso e sincero. Perdemos um grande caráter cristão e uma personalidade conspícua”.
S. Inke disse: “Perdemos o grande amigo da música sacra, o grande escritor e expositor do pensamento do povo batista e um grande exemplo duma vida consagrada inteiramente a Deus e ao seu santo serviço.
De fato, a música sacra perdeu um dos seus grandes batalhadores. Não mais a Denominação Batista ouviria aquela voz forte e vibrante cantando hinos, Antônio Ferreira de Souza, membro da igreja de Entzminger, em Petrópolis, disse: “As vezes eu ia ao culto; notava, ao aproximar-me da igreja, que o mesmo havia começado, e longe ainda, percebia distintamente a sua voz altissonante sobrepujando as demais.”
Sim, a voz de Entzminger está calada, mas através dos seus hinos ela ainda fala aos corações. Se quereis ver o monumento construído por Entzminger, no seio da Denominação Batista Brasileira, “Olhai em Redor”.
¹ Adaptação: Robson José.
Publicado originalmente em: “O Jornal Batista”, Ed. 3, janeiro 1967, pág. 5 – “Coluna Canto Musical”
© 1967 de Bill H. Ichter – Usado com permissão
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[…] Tradução: William Entzminger (1859-1930) Música: William Bradbury (1816-1868) […]
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