Romilda Cuthbert
Romilda Moreira Cuthbert nasceu em 08/01/1931.
Romilda Cuthbert conta a sua experiência de vida:
Romilda Cuthbert
Seus avós eram crentes, missionários que foram obedientes ao chamado do mestre: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho’. Foram fundadores da Igreja Presbiteriana Independente, em São Sebastião da Grama, São Paulo. Ela nasceu em um lar evangélico e frequentou a igreja por toda a sua infância e adolescência, mas sem conhecer pessoalmente ao Senhor Jesus. Sentia-se tão infeliz, sem alegria e paz. Começou a procurar algo que preenchesse aquele vazio interior. Crê que foi Santo Agostinho que disse algo assim: ‘o coração é inquieto, até achar descanso no Senhor’.
Uma amiga que trabalhava com ela, na Sears, viu quão infeliz ela era e convidou-a para ir à sua igreja. Ela lhe disse que, como presbiteriana, ela tinha 80% da sua salvação, e se tornando Mórmon, teria os outros 20%. E a segurança de que iria para o céu seria real em sua vida. Então ela começou a estudar o livro dos Mórmons, com certa reserva. Sempre respeitou a Bíblia como a Palavra de Deus. Agora eles estavam dizendo que a Bíblia não era ‘toda a Palavra de Deus’. Acabou ficando completamente desiludida e perdeu o interesse.
Começou então a se envolver com o Espiritismo. Como iniciavam as reuniões com a oração ‘Pai Nosso’, ela achou que Deus estava presente. Viu manifestações sobrenaturais. Eles não tinham livros para que ela estudasse. Ela queria pesquisar para poder entender. Este foi um passo para ela se envolver com filósofos da Índia. Desta vez ela encontrou muitos livros! Aprofundou-se no estudo.
Jamais imaginou que estava brincando com o Satanismo. Ficou cada vez mais confusa, com os nervos à flor da pele. Procurou ajuda profissional e começou um tratamento com um psicanalista considerado cristão. Por seis meses, três vezes por semana, foi ao seu consultório. Como seu problema era espiritual, sempre mencionava a Bíblia. Um dia ele perguntou se ela acreditava nas histórias da Bíblia: Jonas dentro do peixe, Moisés atravessando o Mar Vermelho… Ela respondeu que acreditava, sim. Ele disse:- “Isto é bobagem; é lenda”. Se ele quis chocar, conseguiu o seu objetivo. Não voltou mais. Depois destes seis meses, ficou pior e pensou: ‘Meu próximo passo é um sanatório’.
Foi aí que Deus, em Sua misericórdia e amor, mandou à sua igreja uma missionária da Aliança Pró Evangelização das Crianças. Mesmo com todos os seus problemas, ela continuava frequentando a igreja. Trabalhava com crianças. Cantava no coro. Aquela missionária contou uma história no flanelógrafo e os convidou para um ‘Treinamento de Evangelistas de Crianças’. Logo ela se interessou e pegou os papéis de inscrição. Estava curiosa para estudar essa ‘religião’. Respondendo à pergunta: “Desde quando você é crente?” escreveu: “Desde que nasci”. Logo começaram a orar por ela; assim ela crê.
Na primeira aula, rejeitou quando disseram que deveriam dizer às crianças que elas eram pecadoras. Imagine, ela não se considerava pecadora; como então poderia dizer isto a uma criança ? Afinal, ela ia à igreja todos os domingos, cantava no coro, ensinava as crianças na Escola Dominical… Além disso, segundo ela, estava se purificando através da Meditação Transcendental… O Espírito Santo começou então o seu trabalho. Numa lição, a missionária fez um convite para ‘quem queria aceitar a Jesus’, como deveriam falar com as crianças. Levantou a sua mão. Não se preocupou com os adultos presentes. Naquela noite, como uma criança, ela aceitou a Jesus como o seu Salvador pessoal. Não é isto mesmo que a Bíblia diz: ‘Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus’?. Ela se achava tão intelectual, tão superior… Foi como se o Senhor lhe dissesse:- “Vem cá, sua bobinha, vou atraí-la a mim com uma história no flanelógrafo”.
Todo o seu interesse por estudar Krishnamurt e outros filósofos desapareceu. Cada vez mais ela se aprofundava no estudo da Palavra. O Senhor se tornou real em sua vida.
O Senhor iniciou o Seu trabalho em sua vida, guiando-a passo a passo. Naquela época ela era secretária na Philco. Recebeu, um dia, um telefonema do ‘Acampamento Palavra da Vida’, convidando-a para cantar. Num fim de semana, foi até o acampamento pela primeira vez. No sábado à noite eles tinham um culto ao pé da fogueira. Harry Bollback fez um apelo para a ‘dedicação de vida’. Após ouvir o testemunho de um menino, foi à frente e dedicou a sua vida ao Senhor. “Seja o que for, onde for, eu quero servi-LO”.
Ela estava economizando para ir aos Estados Unidos. Seu plano era estudar Serviço Social. Estava trabalhando nisto no Hospital das Clínicas, todos os fins de semana. Realmente ela já estava evangelizando crianças. Mas em seu crachá estava escrito: ‘Assistente Social’, e era isto que ela queria ser. Sua amiga lhe mandou todos os papéis necessários. Então ela pediu a demissão da Philco. Quando ela estava pronta para ir, sua amiga lhe escreveu, dizendo que viria para o Brasil e ficaria por dois meses. Ela poderia ir e ficar sozinha no seu apartamento, ou esperar para voltar junto com ela. Conversando com os ‘Bollback’, eles a convidaram para conhecer o ‘Acampamento Palavra da Vida’ em New York, USA. Ela poderia ajudar no Acampamento e, quando terminasse o verão, iria para a Califórnia.
Trabalhou na ‘Ilha’ com os jovens e cantou na ‘Noite de Arte’, nos três Acampamentos. Nos estudos Bíblicos tiveram ótimos teólogos, sendo Howard Hendriks um deles. Foi crescendo espiritualmente. Conheceu e assistiu apresentações de missionários. Alguns trabalhavam com índios no norte do Brasil. O Senhor começou a trabalhar em seu coração, dando-lhe a convicção de que deveria voltar ao Brasil e trabalhar com as crianças brasileiras. No fim do verão, o ‘Instituto Palavra da Vida’ precisava de uma secretária. Ela fez o teste e passou. Durante 9 meses trabalhou no escritório em New Jersey, USA. Visitava igrejas aos finais de semana, cantando, dando testemunho, representando o Brasil. O Senhor lhe mostrou claramente o Seu plano para a sua vida.
Voltou ao Acampamento. Desta vez foi para o Rancho, com o objetivo de aprender a organização de um acampamento de crianças. No outono foi para o Treinamento de Liderança da APEC, em Michigan, USA. Antes de terminar o curso de três meses, recebeu uma carta de Harry Bollback. A ‘Estância Palavra da Vida’ ia ser aberta e eles gostariam que ela fizesse um trabalho com crianças durante a temporada, e eventualmente ela teria o seu Rancho. Em Dezembro de 1962, voltou para o Brasil e iniciou o seu ministério, em janeiro de 1963. Tinha três desejos em seu coração: Discos para crianças, programa de rádio e Acampamento. O Senhor tornou em realidade cada um dos seus sonhos, um a um.
O primeiro foi o Rancho, em Dezembro de 1963. Usaram o Acampamento dos Jovens por uma semana. Como era uma nova idéia, pensaram que iriam ter apenas umas 50 crianças. Surpresa! 153 pequeninos chegaram. Isto foi só o início! Daí em diante, tiveram o Rancho todos os anos. Muitos pequeninos aceitaram ao Senhor Jesus. Hoje ela encontra pastores e missionários que fizeram a sua decisão nos Ranchos. Ao Senhor toda a Glória!
Em 1965, fizeram os primeiros discos para crianças e começaram o programa de Rádio. Em 1969, devido a um calo nas cordas vocais, não podendo seguir o programa intenso de PV, ela deixou a Missão. Foi uma oportunidade de aceitar convites de diversos amigos missionários na Europa. Passou 6 meses ministrando em diversos países por lá.
Em 1970, de volta ao Brasil, o Senhor os dirigiu a trabalhar com dois casais, fundando a Comev (Comunicações Evangélicas). Tiveram a oportunidade de expandir o Programa de Radio, distribuindo-o por todo Brasil. Produziram LPs, cassetes.
Em 1975, o Senhor tornou realidade o que nem sonho era: Mel Cuthbert entrou em sua vida. Missionário da ABWE – Association of Baptist for World Evangelism. Daí iniciaram um ministério juntos. Por 45 anos estão servindo ao Senhor. Querem servi-LO fielmente até àquele dia em que O encontrarão nos ares, ou quando forem chamados diante de Sua preciosa presença.
O Senhor seja louvado para sempre!
Fonte: A Homenageada
