Miriam Kerr de Matteo (1933-1997)

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Miriam Kerr Müzel de Matteo (1933-1997)

(Agradecimento especial à Primeira Igreja Presbiteriana de Rio Claro/SP por ceder fotos e informações históricas)

Miriam Kerr de Matteo

Miriam Kerr Müzel de Matteo nasceu em 5 de setembro de 1933 em Cedral-SP, filha de João David Müzel e Carmen Kerr Müzel. Morou em Cedral por dois anos e dois meses até a família mudar para Colina-SP,  no início de 1936.  Em Colina, ficaram até julho de 1944 quando foram morar em Paraguaçu Paulista-SP, onde Miriam e Lucy (irmã mais velha) ficaram internas no Colégio Paraguaçú (colégio protestante dirigido por sua tia materna Baby  e seu esposo Anders).  Os pais, as irmãs mais novas Neide e Leni, foram para a Fazenda Bunka, mas, 6 meses depois,  seu pai veio a falecer de tifo exantemático (16 de janeiro de 1945). Esta perda mudou totalmente a vida da família.

A mãe e as 4 filhas foram para Rio Claro-SP em 1945, por sugestão de uma tia materna, Amélia, casada com pastor, que se comprometeram,  juntamente com os irmãos, a dar suporte e apoio  à viúva e às 4 filhas. Frequentaram a igreja Presbiteriana desde a primeira semana em que chegaram, o que foi de extrema importância para elas, na ocasião e para o futuro. Miriam fez a Escola Normal no Colégio Estadual e Escola Normal Joaquim Ribeiro em Rio Claro, formando -se em 1951.

Como tinha notas boas, escolheu cadeira numa escola chamada “isolada” na Fazenda Cabeceira Dourada, nas barrancas do rio Paraná, fronteira com Mato Grosso, onde ficou aproximadamente um ano. Com os pontos adquiridos no trabalho, conseguiu uma classe numa fazenda próxima a Rio Claro, SP. Por volta de 1954, foi comissionada na Delegacia de Ensino, sendo seu comissionamento renovado por várias vezes até ser efetivada. Trabalhou na Delegacia de Ensino de Rio Claro  até se aposentar em 1983. Sempre foi uma funcionária exemplar, dedicada e elogiada pelos superiores.

Sua grande atração pela música existiu desde a juventude, iniciando pelo piano, e inspirada por tias e primos pianistas, professores de piano e concertistas. Mas, devido à situação financeira da família, não podia conquistar o sonho de estudar piano. Desta busca de seu sonho conseguiu uma professora que concordou em cobrar bem pouco pelas aulas de piano,  porém não tinha dinheiro para comprar um piano. Então, sua mãe que era uma mulher de fé, que acreditava no Deus do impossível, colocou este tema em oração.  Na hora da refeição quando iam orar pediam um piano para Miriam.

Depois de 3 dias, sua mãe foi surpreendida por uma professora de piano que bateu em sua casa e perguntou se poderia deixar um piano lá por uns tempos, pois teve um problema de família na Europa e tinha que voltar para lá sem previsão de retorno. E, como morava numa casa alugada, ia entregar a casa e não conseguia vender o piano por preço justo (pois o piano era bom e caro), em tão pouco tempo.  Este piano foi para a casa de Miriam quando ela tinha 16 anos mais ou menos, e ela estudava intensivamente até quando teve que ir lecionar no interior, depois que se formou no Curso Normal.

Embora o piano já tivesse sido levado quando voltou a Rio Claro, depois de alguns anos que casou pôde  adquirir outro.

Casou-se em 30 de dezembro de 1956 com Reinaldo, e teve duas filhas: Carmen Silvia (1959), e Beatriz Cristina, (1962).  Continuou morando em Rio Claro e frequentava a igreja presbiteriana, onde levou as filhas também.

Era alegre, comunicativa, vivia cantarolando pela casa, gostava também de escrever cartas para pessoas; sempre atenciosa, escrevia para conhecidos nos momentos de alegria, como aniversários, e nos momentos de dor. Era temente a Deus e deixou esta preciosa herança para as filhas. Sempre fez questão de que as filhas estudassem instrumentos musicais e participassem do coral juvenil. Nos natais, colocava a família para cantar, chegando a fazer as colegas de trabalho cantarem em ocasiões de festas natalinas.  Cantou no coral Pró Arte, dirigido por Douglas Zerbo. Participou do coral da igreja e assumiu o ministério de regência do coral juvenil nos anos 70, tendo várias turmas de coral infantil e juvenil, até a última  formação em dezembro de 1996. Por alguns anos teve que afastar-se, por ficar em São Paulo ajudando nos cuidados de sua mãe enferma, mas depois retornava. Por ocasião de sua enfermidade diagnosticada em 1991 (mieloma múltiplo), ficou alguns anos afastada, vindo a retornar com a última formação de coral em dezembro de 1996, para realizar uma cantata de natal.

Participou de vários seminários de música sob a direção de Wilson Faustini. Participou do painel FUNARTE de regência coral, em agosto de 1985. Participou do conselho consultivo do Louvor Perene.

Faleceu no dia 8 de março de 1997, vítima de mieloma múltiplo. Mesmo doente, nunca perdeu a alegria de viver .

Robson Junior,
sob depoimentos de Carmen (filha), Beatriz (filha) e Neide (irmã) de Miriam Kerr Müzel de Matteo
Revisão de Milzede Albuquerque.

© 2016 de Robson José dos Santos Junior / Família Müzel de Matteo – Usado com permissão
Revisão de Milzede Albuquerque 

Fotografia enviada pela Colaboradora Beatriz Cristina de Matteo

 

 

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4 Resultados

  1. Elaine Oliveira Bacciotti disse:

    Amei conhecer mais sobre D. Mirinha, fui uma de suas pupilas, como nos chamava. Todas meninas vestidas de Togas Cor de Rosa, na Igreja Azul da Cidade Azul. Fiz vários cursos de música incentivado por ela. Tive um grande privilégio de ser amiga, pupila e muito amiga de suas filhas. Agradeço muito a Deus por tudo que consegui através da Música, meus filhos também participaram do Coralito da Primeira Igreja Presbiteriana de Rio Claro tendo como Regente D. Mirinha.

  2. Elaine Oliveira Bacciotti disse:

    Amei conhecer mais sobre D. Mirinha, fui uma de suas pupilas, como nos chamava. Todas meninas vestidas de Togas Cor de Rosa, na Igreja Azul da Cidade Azul. Fiz vários cursos de música incentivado por ela. Tive um grande privilégio de ser amiga, pupila e muito amiga de suas filhas. Agradeço muito a Deus por tudo que consegui através da Música, meus filhos também participaram do Coralito da Primeira Igreja Presbiteriana de Rio Claro tendo como Regente D. Mirinha.

  3. Rita da Conceição Cezar Pereira disse:

    Eu lamento tanto.
    Os duas que passei em sua casa em Rio Claro, junto a minha , ainda melhor amiga, Boa, sua filha… Foram os dias mais seguros e felizes de minha vida.
    Eram os só nos três na casa e já era meu sonho de família.
    O Scabech! Como tentei fazer aquele Scabech de carne
    E as brincadeiras no Piano
    O Tagibe com mel no café da manhã.
    O cheiro de todas que entrava no quarto da Carmem; onde dormi.
    A Fazenda… As sacadas das casas em Rio Claro.
    Seu sorriso atarefado mas certeiro em todas as manhãs.
    Não tive poucos duas de alegria na vida, masaquekes, foram os melhores duas que vivi.
    Traga munha amiga Bia de volta a meu encontro, sofro a falta dos nossos risos e silêncios contemplativos

  4. Rita da Conceição Cezar Pereira disse:

    Por favor, onde está Bia? Beatriz Cristina de Matteo.
    Onde encontro minha amiga?
    Dou Rita, estudei Biologia no Rio de Janeiro com Boa… Preciso reenvkntra-la.

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