Minna Koch (1845-1924)
Wilhelmina Koch (1845-1924)
Neste breve artigo, apresentamos dados biográficos sobre a compositora alemã Wilhelmina Amalie Koch (1845-1924), também chamada Mina ou Minna (prenome, em nosso vernáculo, correspondente a Guilhermina), que compôs em 1897 a melodia originalmente ligada ao hino “Stern, auf den ich schaue” (Estrela que contemplo) de autoria de Cornelius Krummacher (1857), hino que se encontra incluído no “EG” – Evangelisches Gesangbuch (Hinário Evangélico) sob o número 407.[1] Aqui no Brasil, esta bela melodia encontra-se presente nas seguintes publicações: 1) com a letra do poema “Pelo Vale Escuro,” de Otoniel Mota (1878-1951): Hinário Evangélico (HE) da Igreja Metodista (1945) – nº 272 e Coletânea “Os Céus Proclamam” – volume IV – nº 160; 2) com (louvável) versão em português do poema original, feita pelo Pastor João Soares da Fonseca (1989): Hinário para o Culto Cristão (HCC) da Convenção Batista Brasileira (1990) – nº 68.
Mina Koch nasceu em 22 fevereiro de 1845 em Waldböckelheim, Renânia-Palatinado (Alemanha) e faleceu em 6 de março de 1924 em Stolp, Pomerânia (atual Slupsk, Polonia). Mina foi uma compositora de melodias sacras e seculares, motetos, música coral e instrumental. Sua melodia para o poema de Cornelius Frederico Adolfo Krummacher (1824-1884) “Stern, auf den ich Schaue” (Estrela que contemplo) é no entanto sua obra mais conhecida. Mina Koch é uma das apenas 4 mulheres a terem composições melódicas incluídas na parte-raiz (Stammteil) do hinário EG supracitado, edição de 1993. As outras três mulheres são: Frieda Fronmüller (EG nº 510), Doreen Potter (EG nº 229) e Tera de Marez Oyens (EG nº 427). O Hinário EG é publicado em 14 diferentes edições regionais, com sua numeração de 1 a 535 (Stammteil) formada por hinos e cânticos comuns, bem como apêndices com hinos e cânticos adicionais a critério de cada região.
Mina foi a segunda filha do pastor Carlos Augusto Schapper (1815-1898), nascida em Waldböckelheimer. Junto com seus 6 irmãos, ela passou sua infância em Münster am Stein – Bad Kreuznach, depois em Klein Rechtenbach – Wetzlar e em Koblenz. Sua mãe, Amalie Schapper, nascida Weinrich (1816-1856) faleceu quando Mina tinha apenas 11 anos. Seu Pai foi nomeado em 1860 professor e diretor do Seminário Real e superintendente em Wittenberg (Saxônia-Anhalt). A família mudou-se então para uma grande casa paroquial junto à Igreja de Wittenberg na qual João Bugenhagen (reformador pomerano que adotou a teologia luterana e foi influente no Norte da Alemanha e na Dinamarca) também já havia residido. Essa casa também foi lugar frequentado por Martinho Lutero e Felipe Melanchthon. Mina Koch passou os primeiros anos dessa fase num internato para meninas em Droyssig – Zeitz, onde ela também celebrou sua confirmação. O diretor de música e organista da cidade, Carlos Stein (1824-1902), teve grande influência em sua vida. Com ele, Mina teve aulas de teoria musical e de harmonia.
Mina casou-se em 27 de abril de 1865 com o pastor Augusto Koch (1836-1910), sendo seu pai, Pastor Schapper, o celebrante da cerimônia realizada na Igreja de Wittenberg. Foi mãe de 10 filhos, dentre os quais 2 crianças que faleceram em seus primeiros anos.
Em 1876, a família transferiu-se para Elberfeld na Renânia do Norte-Vestfália, onde Augusto Koch assumiu o pastorado de uma igreja luterana e, mais tarde, foi investido no posto de superintendente. Ali, a família estabeleceu fortes laços com o movimento pietista. Por ocasião de uma visita feita em 1887 ao seu irmão Carlos, que era pastor em Gross Moeringen – Stendal e era casado com Joana, filha do pregador e pastor Cornelius A. Krummacher, Mina veio a conhecer o poema deste, intitulado „Stern, auf den ich schaue“ (Estrela que contemplo), que a tocou profundamente e para o qual ela compôs sua mais popular melodia.
Aos 50 anos de idade, Mina Koch ficou cega.
Após a aposentadoria de seu esposo em 1906, o casal mudou-se para Wernigerode junto ao Harz, Estado de Saxônia-Anhalt. Ali faleceu seu marido no ano de 1910. Com 78 anos de idade, Mina foi viver com sua filha caçula em Stolp, Pomerânia. Um ano depois, veio a falecer e, em 12 de março de 1924, seus restos mortais foram trasladados para Wernigerode e sepultados ao lado de seu esposo, no mesmo cemitério onde também se encontra o jazigo de Cornelius Adolfo Krummacher.
Fontes:
- Wikipedia Deutsch – Verbete Wilhelmina Koch: https://de.wikipedia.org/wiki/Wilhelmina_Koch
- Christa Kirschbaum, artigo “Aufbau des Evangelischen Gesangbuchs (EG)” documento em PDF: https://de-academic.com/dic.nsf/dewiki/417255
- Prabook, W. Koch: https://prabook.com/web/wilhelmina.koch/2573770
- Hymntime – Koch: http://www.hymntime.com/tch/bio/k/o/c/h/koch_w.htm
Literatura:
- Mina Koch: Erinnerungen aus meinem Leben[2] (Ditado 1912)
- Mina Koch: Kompositionen (Posfácio de Martha Koch 1911)
- Georg Bießecker: Artigo: Koch, Wilhelmina (Mina) geb. Schapper. In: Wolfgang Herbst (Editor): Komponisten und Liederdichter des Evangelischen Gesangbuchs (= Handbuch zum Evangelischen Gesangbuch, Band 2)[3], Vandenhoeck und Ruprecht, Göttingen 1999, S. 183, ISBN 3-525-50318-0
Pesquisa e Compilação: Eugênio Gall
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[1] O “EG” é o atual hinário oficial das igrejas de confissão luterana na Alemanha, Alsácia-Lorena, Áustria e Luxemburgo, edição de 1993, introduzida nas diversas igrejas dessas regiões entre 1993 e 1996, com exceção da Suíça (cantões de língua alemã), onde as comunidades têm hinários próprios. Ele é sucessor do hinário “EKG” (Evangelisches Kirchengesangbuch).
[2] Lembranças de Minha Vida.
[3] Compositores e Hinistas do Hinário Evangélico (Manual do Hinário Evangélico, vol. 2)