Margarida Moreira (1936-2020)
Margarida da Silva Moreira (1936-2020)
Margarida da Silva Moreira nasceu em 29/01/1936 na cidade de Vitória/ES.
Margarida Moreira estudou no Colégio Americano Batista em Vitória/ES, onde foi aluna do compositor e pianista Renato Ribeiro dos Santos (1898-1967) e da renomada professora de inglês Zely de Paula Simon (1930-1961).
Margarida foi professora das disciplinas de Teoria e Percepção Musical e Canto-Coral e Harmonia na Faculdade de Música do Espírito Santo (FAMES), onde regeu o Coral Villa-Lobos desde a sua formação.
Em uma entrevista concedida à Daniela Ramos, Margarida contou um pouco de sua história e também a do Coral Villa-Lobos[1]:
Auto-biografia:
Desde garota eu tinha aulas particulares de piano e costumava tocar em igrejas. Ministrava aulas em uma escola primária na Vila Rubim, no Centro de Vitória, e só depois eu fui estudar graduação em piano na FAMES. Fui aluna da professora Any Cabral, que muito me incentivou. Depois da graduação em piano, me especializei em harmonia e morfologia. Fiquei como professora titular e desde então nunca abandonei o coral; continuo até hoje.
O que me ajudou muito e me estimulou na minha dedicação ao Canto Coral foi o trabalho da dedicadíssima Maestrina Elza Lakschevitz, fundadora do projeto Villa-Lobos, da FUNARTE, Fundação Nacional de Artes, que levou os painéis de regência coral, reciclagens e cursos a percorrerem muitos estados do Brasil. O entrosamento dos regentes de todo o Brasil é inenarrável. Com a posse do presidente Collor, a FUNARTE foi extinta. O idealismo do filho da maestrina Elza, o musicista Eduardo Lakschevitz, o levou a fundar a Oficina Coral do Rio de Janeiro, iniciativa privada que proporcionou os memoráveis cursos internacionais de regência coral, na casa de Rui Barbosa em Botafogo. Tivemos professores dos Estados Unidos, da Venezuela, da Suécia, do Canadá, de Londres, da Letônia, da República Dominicana, da Finlândia, dentre outros. Compareci a todos. A bagagem recebida me impulsionava no prazer de cantar e incentivar os coralistas que formam conjuntos corais em seus bairros, multiplicando assim o trabalho. E trazendo essas experiências de fora, todas as dificuldades que nós tínhamos eram sanadas.
Uma apresentação especial do Coral Villa-Lobos:
Para mim, todas foram marcantes. Eu considero todas as apresentações marcantes. Tem uma história engraçada do dia em que fomos nos apresentar na inauguração do Hospital da Polícia Militar (HPM). Estávamos lá bem cedo e, quando nos preparávamos para começar a música, ouvi alguém conversando e pedi silêncio sem hesitar. Quando eu olhei para trás era Albuíno Azeredo, o governador.
Coral Villa-Lobos:
“Quando o Coral Villa-Lobos se firmou, foi o primeiro coral a representar a instituição, que na época se chamava ainda Escola de Música do Espírito Santo (EMES) e era o único grupo de coral que tinha para as apresentações. Vários ex-componentes começaram a cantar em nosso coral e hoje fundaram outros corais por aí em escolas e outras instituições. Os coralistas se animam, aprendem como é a dinâmica de se trabalhar com coral e se interessam por isso. O trabalho assim é disseminado e expandido.”
O preparador vocal, pianista e regente adjunto do Coral Villa-Lobos, Matheus Oliveira, comenta por meio de nota no Jornal A Gazeta:[2]
“A tristeza logo dará lugar a uma saudade boa. Ela gostaria de ser lembrada e homenageada por sua garra, disposição (pois nunca faltava ao trabalho), sua capacidade profissional, seu bom humor, seu temperamento inigualável, pelo carinho que dedicava aos alunos e amigos, pelo rosto sempre maquiado, pelo perfume, pela consciência de uma vida dedicada à construção de um legado incrível de músicos. Como amigo/irmão – assim ela me considerava – meu coração está em luto, magoado, mas feliz, pelo privilégio de termos trabalhado juntos e, a partir daí, construído uma amizade tão bonita, sincera, sem filtros”.
Margarida faleceu no dia 09/06/2020 na cidade de Vitória/ES.
Compilação: Robson Junior,
Com colaboração de Daniela Ramos e Márcia Ferreira.
© 2020 da compilação de Robson Junior – Usado com permissão
[1] A Tradição do Canto-Coral – 41 anos do Coral Villa-Lobos, o Grupo mais antigo da Faculdade de Música do Espírito Santo.
[2] https://www.agazeta.com.br/entretenimento/cultura/morre-margarida-moreira-professora-e-ex-regente-do-coral-villa-lobos-0620
MARGARIDA Moreira , vivi dentro de casa com ela quase 40 anos , sinto seu cheiro por onde passo aqui dentro de casa , minha boneca , é assim que me lembro dela , pois ela amou a mim e a nossas filhas e nossas netas , pois era assim que ela dizia : vocês são minha família .um ano e meio doente ,cuidei como um BB e louvo a Deus por ter colocado Ela no meu caminho , Margarida Moreira , a melhor pessoa que eu já conheci .
Grande mulher, sempre estava bem humorada. Eu fazia parte do “Coral Villa Lobos”,suas aulas nos fazia esquecer do cansaço do dia, era uma terapia, quantas vezes cheguei cansada do trabalho e saía de lá renovada.
Estará para sempre em meu coração!
😔❤
Excelente trabalho, Robson! Foi um prazer poder ler da nossa maestrina!
Margarida, uma grande amiga, passar no corredor terceiro andar da Fames e não ver mais o sorriso é muito triste, participei muitos anos do Coral Villa Lobos , podia chegar com austral la em baixo, mais no final do ensaio o austral estava em cima, certa vez falei Margarida o Vinicius contou que um dia vc levou um apito pra sala de aula, e quando eles começaram fazer bagunças vc apitou e ele gritou penalty Margarida e ela riu com satisfação a Fames era o comprimento do seu amor pela música, sempre disposta a ensinar música , viver em casa sem ensinar música foi seu fim.
onde encontrar a história da professora Atenilde Cunha ???????
Prezado Jose Airton, bom dia
Nós tentamos contacto com o irmão da Atenilde, Alceu Cunha, solicitando dados biográficos, mas não obtivemos êxito.