HCC 316 – Só em pensar em ti, Jesus

História

316. Só em pensar em ti, Jesus

UM POEMA de 48 estrofes, Jesu dulcis memoria (Jesus, doce memória), atribuído a Bernard de Clairvaux, por ser consistente com o seu pensamento e espírito, é a fonte deste hino. Esta poesia tem sido chamada “o mais doce e evangélico hino da era medieval”.1 Dela foram extraídos vários dos nossos mais belos hinos, notadamente Só em pensar em ti, Jesus, traduzido para o inglês pelo hinólogo inglês Edward Caswall e publicado por ele em 1849.

A estrofe 1 desta versão foi traduzida para o português pela Comissão do HCC em 1990. As estrofes 2, 3 e 4 foram traduzidas pelo maestro João Wilson Faustini. Escrevendo sobre sua tradução, feita em 1969, e publicada no hinário bilíngüe Seja louvado, em 1972, Faustini explica:

Desde os tempos em que estudei hinologia, interessei-me muito pelos hinos antigos, latinos e gregos, e me propus a traduzir pelo menos alguns, visto que em nossa língua não havia praticamente nenhum. Jesu dulcis memoria foi um desses hinos que logo me cativou. Anos mais tarde verifiquei que há muitos hinos sobre o assunto de pensar em Jesus ou lembrar-se de Jesus. Creio que muitos deles devem ter sido inspirados neste, que sem dúvida, é o mais antigo.2

Ver dados da Comissão no HCC 4 e de Faustini no HCC 13.

Bernard de Clairvaux é uma das maiores figuras da Idade Média. Nasceu em 1091, em Borgonha, de pais nobres que também eram cristãos. Sua mãe, Aletta, uma senhora de fé, exerceu uma grande influência na sua vida. Depois da morte dela, ele virou as costas às atrações e o sucesso do mundo medieval para entrar no mosteiro de Citeaux, cujo programa já era conhecido por toda parte como sendo extremamente exigente e severo. No período medieval muitos criam que a única maneira de viver uma vida santa era “separando-se do mundo”.

Considerado por Lutero “o monge mais santo que aqui viveu”, Bernard foi uma pessoa extraordinária. Quando ainda jovem de 24 anos dirigiu uma companhia de colegas que foram para uma região desolada do norte da França, lugar chamado “O vale do absinto”, mas que depois tornou-se conhecido como o vale de “Clairvaux” ou Vale da claridade. Ali fundou um mosteiro. Longas e árduas horas de trabalho transformaram a terra desolada num jardim fértil. Subseqüentemente fundou mais 68 mosteiros.

Quando Bernard descobriu que o evangelho tem como propósito confortar os corações dos homens, ao tratar com questões morais, “procurou atingir as almas dos seus ouvintes, alegrá-los, sustentá-los. Procurou persuadir os seus ouvintes a avançar para a vitória que sabia que poderia ser deles.”3

Bernard de Clairvaux tornou-se famoso pelos seus atos pacificadores. Reis e papas procuraram os seus conselhos e ajuda, porém até o mais humilde dos homens sempre foi prontamente atendido. Foi um notável pregador, um brilhante teólogo e um sábio conselheiro. Foi canonizado em 1174.

O Dr. John Bacchus Dykes compôs a melodia ST. AGNES para este texto. Ao dar este nome à melodia, homenageou uma das jovens mártires da igreja primitiva. Agnes, mocinha cristã de treze anos, foi decapitada em 304 a.D. por recusar-se a casar com um pagão da nobreza. (Ver dados biográficos do Dr. Dykes no HCC 2)

1. MCCUTCHAN, Robert Guy. Hymns in the lives of men. Nashville, TN: Abingdon Press, 1945. p.107.

2. FAUSTINI, João Wilson. Carta à autora em 23 de abril de 1991.

3. MCCUTCHAN. Loc. cit.

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