HCC 293 – Foi na cruz

História

293. Foi na cruz

Estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto” (Efésios 2.12,13).

HENRY MAXWELL WRIGHT (1849-1931), grande evangelista nascido em Portugal, dedicou a sua vida a alcançar o maior número possível de pessoas com o evangelho. Viajou, por muitos anos, entre as terras de fala portuguesa, fazendo grandes campanhas evangelísticas no estilo de Moody e Sankey, que o inspiraram. Fez quatro grandes viagens pelo Brasil, alcançando cidades do Norte ao Sul. Nas suas campanhas, este hinista prolífico usou sua bela voz para ensinar hinos e coros ao povo. Henriqueta Braga nos informa que:

[Wright aproveitou] a oportunidade das suas reuniões evangelísticas para ensinar novos hinos, à medida que os preparava, e recorria sistematicamente ao uso de pequenos coros que ajudassem a fixar na alma popular as boas novas da salvação.1

Além de escrever ou traduzir hinos e cânticos, Wright aproveitava estribilhos de hinos existentes, que tivessem a mensagem que ele queria comunicar especialmente numa reunião. Estes foram muito adaptáveis às suas campanhas, sendo fáceis de decorar na hora. Diversos dos seus cânticos foram incluídos no Cantor cristão. Podemos imaginar Wright traduzindo e usando o coro deste hino, Foi na cruz, em muitas ocasiões. Não sabemos quando ele escreveu as estrofes do hino, aproveitando, de novo, a música do estribilho, mas ele publicou-o em 1890, data da sua primeira viagem ao Brasil. (Ver mais dados deste extraordinário servo de Deus no HCC 1)

De onde veio o estribilho deste hino, e a melodia usada tanto na estrofe como no estribilho? Na mesma época, um outro homem com o coração voltado para o evangelismo, publicava muitas coletâneas de hinos e cânticos evangelísticos. Ralph E. Hudson às vezes unia hinos conhecidos a estribilhos que ele escrevia, para o mesmo fim, o evangelismo. Além de compor, ele recolhia músicas existentes, muitas vezes transcrevendo-as, porque eram tradicionais, e muitas vezes não registradas em nenhuma coletânea. Uma das fontes principais de tais hinos, ou estribilhos, eram os camp meetings (ver HCC 190). O ilustre hinólogo W.J. Reynolds, depois de apresentar muitos fatos cuidadosamente pesquisados, concluiu que este estribilho é desta fonte. Hudson característicamente compôs uma nova melodia para o hino Alas and did my Savior bleed, amado hino de Isaac Watts (traduzido no HCC 190, com o título Por meus pecados padeceu), e adicionou um estribilho recolhido dos camp meetings.2

A Subcomissão de Música do HCC reteve o nome HUDSON para a melodia, homenageando seu arranjador, embora este nome originalmente indicasse a melodia para o hino completo, At the cross (À cruz), e não somente o estribilho. A versão de Hudson de At the cross apareceu pela primeira vez em Songs of peace, love and joy (Cânticos de paz, amor e alegria), compilado e publicado por Hudson em 1885. (Ver dados biográficos de Ralph E. Hudson no HCC 190).

1. BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes. Música sacra evangélica no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos Editora, 1961. p.233.

2. A resposta mais plausível é que o refrão, tanto palavras como melodia, emergiram da tradição dos camp meeting. (REYNOLDS, William Jensen. Hymns of our faith, Nashville, TN: Broadman Press, 1964. p.7.) Ver descrição de camp meetings no HCC 190.

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