HCC 290 – Alegra o triste coração
História
290. Alegra o triste coração
“Como perfume derramado é o teu nome” (Cantares 1.3).
COMO O PERFUME derramado exala uma doce e forte fragrância assim é o nome de Jesus. Como ungüento, seu nome sara o triste coração, trazendo perdão ao pobre pecador (At 4.12). Jesus é bondoso, eterno, Redentor, Senhor e Rei, por isso sempre inspirará o nosso louvor. Chama-lo-emos Bendito e esperaremos nele, que morreu por nós na cruz.
O transformado libertino e capitão de um navio negreiro John Newton (1725-1807) pela Preciosa graça de Jesus (ver HCC 314), teve um longo e profícuo ministério. Nos seus anos em Olney, condado de Bucks, Inglaterra, insatisfeito com o tradicional cântico dos salmos, começou a escrever hinos para reforçar suas mensagens nos cultos das quartas-feiras. Pediu a colaboração de William Cowper, um poeta muito habilidoso, mas acometido de uma aflição mental, de quem Newton tornou-se amigo e conselheiro. Juntos, produziram Olney hymns (Hinos de Olney), coletânea publicada em 1779, que exerceria grande influência no uso de hinos nos cultos da Igreja Anglicana. Ao todo, Newton escreveu 280 hinos e Cowper, nos seus períodos de lucidez, 68. (Ver a história dramática de Newton no HCC 226)
Este hino, baseado em Cânticos dos cânticos 1.3, um dos muitos hinos de Newton que incorporava frases bíblicas, intitulava-se O nome de Jesus. Incluía sete estrofes que evocavam uma variedade de imagens sobre a pessoa e ministério de Jesus. Provou-se ser um dos mais difundidos hinos de Newton, continuando a aparecer em hinários no mundo todo, ainda hoje.
O dinâmico evangelista português Henry Maxwell Wright, na sua adaptação de três estrofes do hino de Newton, feita em 1890, levou-o mais para realçar o louvor do nome de Jesus como nosso Salvador. (Ver dados de Wright no HCC 1). Naquele ano Wright, “que deu sua vida à evangelização em Portugal e no Brasil”,1 conheceu Salomão Ginsburg (ver HCC 29), que vinha para o Brasil. Ginsburg foi outro gigante na evangelização pioneira e na hinódia do país.2
A melodia LAND OF REST (Terra de descanso) é uma melodia tradicional americana que aparece no HCC com o arranjo de Annabel Morris Buchanan. Apareceu pela primeira vez na sua coletânea Folk hymns of America(Hinos folclóricos da América), em 1938. A Sra. Buchanan escreveu esta anotação no cabeçalho do hino: “Ouvido como criança com minha avó, a sra. S.J. (Sarah Ann Love) Foster”.3
A sra. Buchanan atribuíu a melodia a origens escocesas ou do Norte da Inglaterra. Calculou que a versão que ela ouviu com a sua avó chegou ao Estado de Texas, pela Carolina do Sul e Tennessee. Esta melodia apareceu em formas variadas, com nomes diferentes, em outras coletâneas nos Estados Unidos, uma vez, com o nome SWEET LAND OF REST (Doce terra de descanso).4
Annabel Morris Buchanan (1888-1983) nasceu em Groesbeck, Estado de Texas, EUA. Estudou Música no Conservatório de Música Landon, em Dallas, no seu Estado natal, aperfeiçoando-se na Escola de Órgão Guilmant, na cidade de Nova Iorque. Foi professora de piano, órgão, teoria e composição em faculdades dos Estados de Texas, Oklahoma e Virgínia. Fundadora do Festival Coral de Virgínia, foi presidente da Federação de Clubes Musicais do Estado. Muito reconhecida por seu trabalho com a música folclórica americana, escreveu dois livros e numerosos artigos em periódicos. Ajudou a fundar e promover festivais nacionais desta música. Em 1978, Annabel doou seu impressionante acervo de material sobre o assunto, que incluía livros, fotografias, gravações, e manuscritos, à Universidade da Carolina do Norte, EUA.
1. BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes. Música sacra evangélica no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos Editora, 1961, p.231.
2. Ver GINSBURG, Salomão L. Um judeu errante no Brasil, 2ª ed., trad. SOUZA, Manoel Avelino de. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista (JUERP), 1970. pp.50-51.
3. BUCHANAN, Annabel Morris. Folk hymns of America. New York: 1938. Em: REYNOLDS, W.J. O Lord, may church and home combine. Em: FORBIS, Wesley l., ed.. Handbook to the Baptist hymnal. Nashville, TN: Convention Press, 1992. p.206.
4. Ver REYNOLDS. Ibid.