HCC 246 – Santuários nós somos

História

246. Santuários nós somos

Não sabeis que o vosso corpo é santuario do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?  Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo” (1Coríntios 6.19-20).

DOIS SERVOS DE DEUS, os pastores Werner Kaschel e Jilton Moraes nos proporcionaram, em 1990, um hino maravilhoso que realça os ensinos importantíssimos encontrados em 1Coríntios 6.19, 20. O apóstolo Paulo ensinou em 1 Coríntios 3 que a igreja é o santuário de Deus e no capítulo 6 ele fala a cada pessoa comprada pelo sangue de Cristo: “vosso corpo é santuário do Espírito!” Como um comentarista deste trecho enfatiza:

Aqui corpo é singular. Cada cristão é um santuário em que Deus habita. A palavra é naos, referindo-se ao recinto sagrado, ao santuário, não hieron, que inclui todos os recintos. Isto dá à totalidade da vida uma dignidade tal que nenhuma outra coisa mais poderia dar. Aonde quer que vamos, somos portadores do Espírito Santo, templos em que apraz a Deus habitar. Isto deve eliminar toda forma de conduta que não seja apropriada para o templo de Deus.1

Em cada estribilho, os autores, seguindo o trecho, aplicam este admirável fato às nossas vidas, deixando-nos expressar nossa resposta diante desta verdade transformadora:

Ao Senhor eu pertenço;

não sou meu, bem certo estou.

Tudo entrego ao meu Mestre

que do mal me libertou.

“Uma vez que o crente é templo de Deus, não pode pensar de si como independente, como pertencente a si próprio.”2 

Neste espírito cantemos as estrofes dois e três: “nosso corpo guardemos” e “o que sou e tenho dedico ao meu Senhor – minha vida e os meus bens”. O preço inestimável “que do mal me libertou” foi a morte do Senhor, carregando nossos pecados e sofrendo a separação de Deus Pai (Marcos 15.34).

A estrofe 4 é uma prece para que Cristo, que nos comprou e que em nós habita através do Espírito Santo, multiplique e abençoe o que lhe estamos oferecendo, porque assim ele estenderá o seu reino, tanto aqui como além mar.

Um dia, o ilustre evangelista mundial Dwight Moody ouviu do seu amigo, Henry Varley: “O mundo ainda está para ver o que Deus pode fazer com uma vida totalmente entregue a ele”. Profundamente impressionado com as palavras do seu colega, Moody exclamou:“Com a ajuda de Deus pretendo ser esse homem”.3 

Quem será o Moody de hoje? Serei eu?

Ver dados do Dr. Werner Kaschel no HCC 38 e de Jilton Moraes de Castro no HCC 69.

Para este hino novo, a Subcomissão de Música do HCC procurou uma melodia nova que pudesse interpretar a mensagem adequadamente. Acharam no United Methodist hymnal (Hinário da Metodista Unida) a singela melodia do hinista mexicano Skinner Chávez-Melo, com o nome de RAQUEL, composta em 1985.

Skinner Chávez-Melo nasceu na Cidade do México, em 1944. Fez seus estudos nos Estados Unidos na Escola de Música de Manhattan, a ilustre Escola de Música Juilliard, e o mestrado em Música Sacra no Seminário Teológico Union, ambos em Nova Iorque. Organista, regente e compositor, foi presidente da Igreja Episcopal Nacional Hispânica. Foi muito ativo em promover a hinódia da língua castelhana por todo o México. Editou Albricias, uma coletânea de hinos em castelhano, e como compositor contribuíu com músicas para o total de treze hinários nas duas Américas entre 1982 e 1992. Participou regularmente de clínicas e conferências de música promovidas pelo Ofício da Igreja Episcopal.

Regente-organista da Igreja de St. Rosa de Lima e do Seminário Teológico Union, em Nova Iorque, Chavéz-Melo achou muito importante o trabalho com crianças e jovens. Focalizando nas suas habilidades musicais, incorporava-os ativamente tanto nos cultos como em alcançar as suas comunidades.

Outras recentes realizações deste dotado compositor incluiram um saltério em castelhano, música litúrgica para a sua igreja, e o Salmo 135 para coro, órgão e instrumentos de sopro para a celebração dos quinhentos anos da descoberta da América por Colombo. Foi eleito à junta de diretores do Choristers Guild em março de 1991. Infelizmente, a vida de Chavez-Melo foi ceifada muito cedo. Faleceu em janeiro de 1992, aos 47 anos, em Nova Iorque. Sua morte constitui uma perda tremenda ao Choristers Guild e à música sacra, especialmente porque estamos procurando alargar os nossos horizontes de música pela herança nos proporcionada de muitas culturas.4

1. MORRIS, Leon. I Coríntios – Introdução e comentário. Trad. OLIVETTI, Odayr. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, 1981. p.82.

2. Ibid. p.83.

3. FACKLER, Mark. The world has yet to see... Em: Christian history: the unconventional Dwight L. Moody, ISSUE 25. VP: IX. n.1, Carol Stream, IL: Christianity Today, 1990, p.10.

4. CHAVÉZ-MELO, Skinner, 1944-1992, Choristers Guild Letters. Garland, TX: v.XLIII, n.10, maio de 1992. p.172.

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