HCC 227 – Louve, meu ser, ao grandioso Senhor

História

227. Louve, meu ser, ao grandioso Senhor

Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário: louvai-o no firmamento do seu poder! Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!” (Salmo 150.1,6)

Este hino de forte expressão de louvor e adoração, baseado em Salmo 103. 1-6 e Salmo 150, foi escrito por Joachim Neander no último ano da sua vida (1680). Morreria de tuberculose em pouco tempo. Provavelmente, foi o período quando Neander, destituído da sua posição de professor e assistente pastoral, morava numa caverna na região de Neanderthal, nas margens do Reno. A maior parte dos seus hinos foi escrita ali. No entanto este hino é caracterizado da primeira à última palavra, por uma atmosfera triunfante de louvor! A frase inicial de cada estrofe ‘Louve, meu ser’, é tanto uma expressão de adoração como também um convite aos outros a se unirem no culto a Deus. O texto baseia-se livremente no Salmo 103 (estrofes 1-3).1

Como Neander, devemos adorá-lo por causa de quem Deus é e louvá-lo, com todo o nosso ser, por tudo que tem feito por nós.

Julian considera este hino, que Neander publicou no seu hinário Glaubund liebesübung: auffemuntert durch einfältige bundes lieder und danck-psalmen (Ensaios de fé e amor: revigorado por hinos singelos de civismo e salmos de gratidão), em Bremen, em 1680, “talvez a melhor produção do seu autor, e da primeira categoria da sua classe”.2 O ilustre hinólogo E.E. Ryden declarou que este hino continuará a viver como um dos “verdadeiramente notáveis textos da igreja cristã”.3 

Ver a história comovente de Neander, chamado “o Gerhardt da Igreja Reformada”4 no HCC 222.

O teólogo e hinista Werner Kaschel, como membro da Subcomissão de Textos do HCC, fez uma primorosa tradução deste hino em 1989. Foi traduzido diretamente do alemão, língua que ele maneja como nativo. A quarta estrofe de Kaschel inclui louvor à Trindade. (Ver dados deste homem de Deus no HCC 38)

LOBE DEN HERREN, uma das melodias mais famosas da hinódia alemã, apareceu pela primeira vez no Andertheil des erneuerten Gesangbuch (Segunda parte do Hinário revisado), segunda edição, de Stralsund, Alemanha, em 1665. O nome da melodia provém das primeiras palavras do hino de Neander “Louvai ao Senhor”.

A harmonização desta magnífica melodia foi feita por William Sterndale Bennett e publicada em 1864, na segunda edição do Chorale book for England (Livro de chorales para a Inglaterra). (Ver HCC 130 para uma definição de choral).

Sir William Sterndale Bennett, (1816-1875), pianista, regente e compositor inglês, nasceu em Sheffield. Aos oito anos, entrou no coro da Capela da Faculdade King’s, e aos dez, na célebre Academia Real de Música (Londres). Ali, aos 16 anos, tocou seu primeiro concerto de piano, publicado, mais tarde, pela Academia.

Bennett estudou em Leipzig, na Alemanha, onde travou amizade com Felix Mendelssohn (ver HCC 10) e Robert Schumann. Muito reconhecido como compositor e regente, foi escolhido “Principal of the Royal Academy of Music” (Dirigente da Academia Real de Música), em 1866 e condecorado “Cavalheiro” em 1871. As obras de Bennett incluem quatro concertos para piano, uma sinfonia, outras obras para orquestra e coro, um oratório, A mulher de Samaria, peças para piano e outros instrumentos, hinos, antemas corais e canções. Suas composições “são de alto nível, polidas e cuidadosamente elaboradas: um bom número das suas obras para piano demonstram a versatilidade do piano como instrumento para solos”.5

1. ARMSTRONG, Kershal. Praise to the Lord, the almighty. Em: HUSTAD, Donald P., ed. The worshiping church, Carol Stream, IL: Hope Publishing Company, 1990. n.77.

2. JULIAN, John, ed.. A dictionary of hymnology. v.1, Dover Edition, New York: Dover Publications, Inc., 1957, p 683.

3. RYDEN, E. E. The story of christian hymnody, Rock Island, IL: Augustana Press, 1959, p.110.

4. Ibid.

5. SLONIMSKY, Nicolas, ed. Baker’s biographical dictionary of musicians, 6ª ed., New York: Schirmer Books, 1978, p.143.

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