HCC 209 – Oh, vem fazer, fiel Consolador!
História
209. Oh, vem fazer, fiel Consolador!
“Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” (Gálatas 5.25).
BASEADA EM GÁLATAS 5.25, esta oração tão equilibrada e sincera, não pede visões ou sonhos, mas que os nossos corações pulsem de fé e amor, que o Espírito faça sua luz brilhar em nós. Expressa também a certeza que temos de que o Senhor está sempre perto, e que, quando o buscamos, nós o encontramos.
Escrito pelo pastor anglicano George Croly, este hino não foi publicado no seu livro, Psalms and hymns for public worship (Salmos e hinos para culto público) em 1854, como relatam alguns autores. Aparentemente, apareceu postumamente, pela primeira vez, na coletânea Lyra Britannica, publicada por Charles Rogers em 1869.
George Croly (1780-1860), nascido em Dublin, na Irlanda, formou-se na Universidade de Dublin e completou seu mestrado em artes em 1804. No mesmo ano foi ordenado ao ministério anglicano, pastoreando na Irlanda por seis anos. Aos 30 anos, mudando-se para Londres, começou uma carreira literária de muito sucesso. Publicou vários livros biográficos, históricos e religiosos. Conservador tanto em sua fé como na política, opôs-se fortemente a qualquer forma de liberalismo. Pastoreou duas igrejas em Londres, sendo que na última, São Estevão em Walbrook, não se realizava cultos há 100 anos! Croly teve um ministério único naquela igreja. A ousadia da sua pregação atraiu grandes multidões para ouví-lo. Foi durante aquele pastorado que publicou Psalms and hymns for public worship (Salmos e hinos para culto público), em 1854. Nesta coletânea, 10 dos 25 salmos e 10 dos 50 hinos eram de sua autoria. Podemos inferir que o uso deste hinário tenha tido uma influência no seu rico ministério. A Universidade de Dublin conferiu um Doutorado em Direito (honoris causa) a este erudito e destemido pregador.
João Wilson Faustini conta a história da tradução deste e muitos outros importantes hinos da nossa fé:
Por volta de 1960 uma lista de possíveis hinos a serem incluídos em um hinário multilíngüe, a ser publicado na Suíça pelo Concílio Mundial de Igrejas, fora me enviada por João Moreira Coelho, que havia sido meu companheiro dos tempos de ginásio no Instituto José Manuel da Conceição, em Jandira, SP. Ele fora convocado para integrar a comissão responsável pelos textos em português. Em sua carta a mim dirigida nessa época, João Coelho desejava saber quais dos hinos da lista já haviam sido traduzidos, e se eu poderia providenciar a tradução de alguns outros. Verifiquei que de fato eu já havia tentado traduzir muitos dos grandes hinos de nossa fé que constavam na lista. Alguns estavam até em fase de publicação e outros apenas esboçados, mas motivado e estimulado pelo desafio, propus-me a burilar mais as tentativas anteriores e a traduzir os novos da lista. Foi mais ou menos nesta época que comecei a usar o pseudônimo de J. Costa. Oh, vem fazer fiel Consolador foi traduzido nesta ocasião.1
Felizmente, Faustini traduziu a quarta estrofe (3ª estrofe no HCC)deste hino, muitas vezes omitida em outros hinários. Suas palavras devem ser um grande desafio para os nossos corações:
Amar-te nós devemos, nosso Deus,
de toda a alma e todo o coração.
Em tua cruz eu prendo os olhos meus,
buscando a ti, Senhor, em oração.
Ralph Manuel, o compositor da nova melodia que comunica tão bem esta profunda mensagem, fala sobre a ocasião em que ele a compôs:
Esta melodia foi escrita para esta letra em 1987, e foi dedicada aos formandos do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil daquele ano, turma da qual fui o Patrono.2
O nome da melodia CONSOLADOR vem da primeira linha da letra, “Oh, vem, fazer, fiel Consolador, meu coração com fé e amor pulsar!”
1. FAUSTINI, João Wilson. Carta à autora em 23 de abril de 1991.
2. MANUEL, Ralph. Carta à autora em 20 de maio de 1992.