HCC 189 – Oh, que sangue tão precioso!

História

189. Oh, que sangue tão precioso!

Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, (….) mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo” (1Pedro 1.18,19).

O DINÂMICO EVANGELISTA internacional, Henry Maxwell Wright fez diversas frutíferas viagens evangelísticas da sua terra, Portugal, para o Brasil. Na viagem de 1890-1891, em que Wright percorreu “grande parte do território nacional – de Belém do Pará, Santarém e Manaus, ao norte, até Curitiba, ao sul, e Ouro Preto, em Minas Gerais, a oeste, sempre com magníficos resultados: conversões e fervor religioso.”1 Podemos imaginar as condições difíceis destas peregrinações por água e por terra, e as perseguições que acompanhavam os esforços evangélicos naqueles anos. Foi em 1892, depois desta viagem, que ele escreveu Oh, que sangue tão precioso!.

A música sacra sempre desempenhou função de relevância nas atividades missionárias de Wright no Brasil. Hinólogo dos mais expressivos, cristão consagrado para quem a comunhão com Cristo era estado habitual, dono de bela voz,

Wright aproveitava a oportunidade das suas reuniões evangelísticas para ensinar novos hinos, à medida que os preparava e recorria sistematicamente ao uso de pequenos coros que ajudassem a fixar na alma popular as boas novas da salvação.2 

Wright já tinha preparado uma coletânea de dezoito cânticos chamada Hymnos evangélicos para sua viagem de 1882-1883. Com as viagens repetidas, escrevia mais letras de hinos e cânticos, aproveitando-se de melodias existêntes, publicando-os em Hymnos e coros (1890 ou 1891) e Hymnos (1892). Seu grande amigo, J.P da Conceição, reunindo todo o acervo, publicou Em memoriam Henry Maxwell Wright, em 1932, com cerca de duzentos hinos e coros. (Ver  outros dados do autor no HCC 1)

Em 27 de abril, de 1990, Hiram Rollo Júnior recebeu correspondência de Célia Câmara Reis, relatora da Subcomissão de Música do HCC, com dois textos de hinos do Cantor cristão que haviam sido aprovados para o novo hinário, e que precisavam de novas melodias. Um destes era Oh, que sangue tão precioso!. Hiram conta a história da melodia:

Em 27 de abril, sentei no meu escritório em casa e comecei a tocar no sintetizador. Achei que não conseguiria compor algo que pudesse me agradar, pois à primeira vista não havia simpatizado com a métrica 8.5.8.3. Aos poucos, porém, uma linha melódica baseada em tom menor começou a “tocar” em minha mente. Em alguns minutos a música estava pronta. Vibrei muito, pois aquele 8.5.8.3 tornou-se tão cantável aos meus ouvidos com aquela melodia que o Senhor me entregou naquela tarde ensolarada.3

Na carta que Hiram recebeu da Subcomissão, ao receber suas músicas havia “palavras de tanto estímulo e elogio” que ele ficou emocionado. “Agradeci ao Senhor aquela carta”,4 testificou.

O compositor explica o nome da melodia:

Abril de 1990 foi um mês marcante em minha vida e na vida de minha então namorada. Havia orado e já sentia que Deus tinha um plano para nossas vidas. Hoje estamos casados e vivendo a alegria de um novo lar. Resolvi dedicar a ela esta música. LENE é a maneira carinhosa como a chamo.5

A nova melodia de Hiram realmente faz viver esta preciosa mensagem. Em pouco tempo o hino tornou-se favorito em muitas partes do Brasil, especialmente para a celebração da Ceia do Senhor. (Ver HCC 21).

1. BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes. Música sacra evangélica no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos Editora, 1961. p.232.

2. Ibid., p. 233.

3. ROLLO JÚNIOR, Hiram Simões. Carta à autora em 20 de maio de 1992.

4. Ibid.

5. Ibid.

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