HCC 174 – Nome bom, doce à fé
História
174. Nome bom, doce à fé
“Ela dará à luz um filho, a quem chamará JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados“
(Mateus 1.21).
O NOME de Jesus era tudo para Lydia Baxter, a autora deste hino. Lydia dedicou-se muito ao estudo das Escrituras. Gostava de estudar o significado dos nomes bíblicos. Mas o nome de Jesus, que ela estudara profundamente, é que era sua força. Quando era questionada acerca da sua disposição alegre, apesar das suas grandes dificuldades físicas, ela respondia:
Tenho uma armadura muito especial. Tenho o nome de Jesus. Quando o Tentador procura me fazer triste ou desesperada, falo o nome de Jesus, e ele [Satanás] não pode me atingir. O nome de Jesus quer dizer “Salvador” e vem da mesma raiz hebraica que os nomes de Josué e Joás.”1
Lydia expressou o seu amor pelo nome de Jesus neste texto em 1870. Musicado pelo capacitado compositor e publicador William H. Doane, foi intensamente usado nas campanhas de Moody e Sankey (ver HCC 112). Apareceu pela primeira vez no hinário Pure gold (Ouro puro), editado por Doane e Robert Lowry (ver HCC 140), em 1871.
O nome da melodia, PRECIOUS NAME (Nome precioso), refere-se às duas primeiras palavras do estribilho no original.
Lydia Baxter (1809-1874) nasceu em Petersburg, Estado de Nova Iorque. Converteu-se, juntamente com sua irmã no ministério do missionário batista, o Pr. Eben Tucker. Pouco tempo depois, as duas irmãs foram as principais responsáveis pela formação de uma igreja batista na sua cidade. Mudando-se para a cidade de Nova Iorque depois do seu casamento, Lydia continuou o serviço cristão com muito zelo. Embora se tornasse inválida e tivesse de passar muito tempo na cama, sua casa foi ponto de encontro de pregadores, evangelistas e obreiros. “O brilho da sua experiência cristã foi uma inspiração para todos que a conheciam.”2
Publicou Gems by the wayside (Jóias pelo caminho), um volume de poesia cristã, em 1855. Escreveu inúmeros gospel songs (ver HCC 112) de grande aceitação na sua época. A porta franca (CC 252) é da autoria dela. Entretanto, somente Nome bom, doce à fé, escrito quatro anos antes da sua morte, continua a fazer parte de muitos hinários ao redor do mundo.
William Howard Doane (1832-1915) nasceu em Preston, Estado de Connecticut. Mostrando o seu talento musical muito cedo, aos 14 anos já dirigia o coro da sua escola. Convertido no seu último ano do segundo grau, sempre foi um leigo batista muito ativo. Tornou-se um perito inventor de máquinas para o artesanato de madeira (com 70 invenções a seu crédito) e empresário de muito sucesso.
Mudando-se para Cincinnati, Estado de Ohio, com sua empresa, da qual, com o tempo, tornou-se presidente, Doane continuou a servir ao Senhor. Foi superintendente da Escola Dominical da Igreja Batista Mt. Auburn por 25 anos. Cooperou com Moody e Sankey no evangelismo mundial.
Embora leigo na música, William H. Doane compôs mais de 2.200 melodias para hinos, muitas delas as mais cantadas da sua geração. Sua colaboração mais feliz foi com Fanny Crosby, que por muitos anos escrevia letras para as músicas que Doane lhe enviara. Vinte das suas melodias apareceram no Cantor Cristão, número somente superado no mesmo por seus colegas Sankey, Stebbins, Bliss e McGranahan.3 Publicou mais de quarenta coletâneas de hinos e numerosas cantatas. Foi-lhe conferido um doutorado em Música (honoris causa) pela Universidade Dennison (batista) do seu Estado, em 1875.
Apesar do seu enorme sucesso financeiro, Doane sempre foi conhecido como um humilde leigo cristão e um generoso benfeitor. Doou um órgão de tubos para a Organização dos Moços Cristãos e fez grandes doações à Universidade Dennison. Deixou uma grande fortuna numa fundação que foi usada para muitas causas filantrópicas, inclusive a construção do Doane Memorial Edifício de Música, do célebre Instituto Bíblico Moody, em Chicago, Estado de Illinois.
O Hinário para o culto cristão inclui mais seis das cativantes melodias de Doane nos números 228, 361, 366, 379, 392 e 395. Talvez a mais cantada no Brasil seja A Deus demos glória (228), uma de três melodias do Hinário para o culto cristão que Doane fez em parceira com Fanny Crosby.
O rev. Benjamin Rufino Duarte (1874-1942), traduziu este hino em 1900. O rev. Duarte é autor de dois hinos e tradutor de mais quatro nos hinários evangélicos no Brasil. Suas versões estão entre as mais cantadas destes hinários. A qualidade da sua tradução deste hino é uma das causas do seu aparecimento em pelo menos oito hinários evangélicos no Brasil. Benjamin Duarte nasceu na Ilha Brava, a mais ocidental entre as quinze ilhas do arquipélago de Cabo Verde, 640 quilômetros ao Oeste do Senegal (África). Este arquipélago foi descoberto pelos portugueses em 1460 e colonizadas por eles. Cabo Verde tornou-se província portuguesa em 1951 e república independente em 1974. Infelizmente, não há mais informações disponíveis sobre este hinista no momento.
1. OSBECK, Kenneth W. 101 more hymn stories. Grand Rapids. MI: Kregel Publications, 1985. p.265.
2. REYNOLDS, William J., Companion to Baptist hymnal. Nashville, TN: Broadman Press, 1976, p.261.
3. Ver dados de Sankey em HCC 112, de Stebbins em HCC 32, de Bliss em HCC 117 e de McGranahan no HCC 150.