HCC 173 – Cristo tem amor por mim
História
173. Cristo tem amor por mim
ANNA WARNER, e sua irmã Susan, escreveram um romance intitulado, Say and seal (Dizer e selar) em 1859, publicada em 1860. Num determinado ponto da história, um menino doente está sendo confortado por seu professor da Escola Dominical. Ele toma a criança nos seus braços. Quando o menino lhe pede para cantar, ele canta um novo hino, escrito por Anna, um hino que mais tarde seria cantado e amado por crianças em todos os continentes do globo:
Cristo tem amor por mim;
sei que a Bíblia diz assim.
Por crianças como eu
numa cruz Jesus morreu.
Cristo me ama!
Cristo me ama!
Cristo me ama!
A Bíblia diz assim.
Anna Bartlett Warner (1820-1915) nasceu em Long Island, Estado de Nova Iorque. Morou com o seu pai, o advogado Henry W. Warner, e sua irmã Susan, uma famosa autora, na ilha Constitution perto da Academia Militar West Point. Embora Anna nunca alcançasse a fama literária da sua irmã, escreveu diversos romances sob o pseudônimo de Amy Lothrop. Publicou também dois volumes de poesia. Anna e Susan mantiveram classes de Escola Dominical na Academia por muitos anos. O seu lar, chamado Good crag (Bom rochedo), foi doado à Academia e transformado em patrimônio nacional.
Stuart Edmund McNair, dedicado missionário inglês, que nunca se casou, mas teve particular amor pelas crianças, traduziu este hino e publicou-o no hinário Hinos e cânticos espirituais, do qual foi editor por longos anos (Ver dados do tradutor no HCC 37). Com o intuito de obter o bom e atual português a Subcomissão de textos do Hinário para o culto cristão alterou algumas frases de McNair.
O compositor, William Batchelder Bradbury, nascido em Montclair, Estado de Nova Jersey, EUA, em 6 de outubro, 1816, mudou-se com a família para Boston, Estado de Massachussetts, em 1830. Lá, ele estudou na Academia de Música de Boston e cantou no coro da igreja “Bowdoin street”, ambos dirigidos pelo Dr. Lowell Mason (Ver HCC 22), o célebre músico, educador e compositor.
Bradbury serviu como organista e dirigiu classes de canto em igrejas da cidade de Nova Iorque, de 1840 até 1847, quando levou sua família à Europa. Lá estudou com Wenzel, Boehm e Hauptmann, em Leipzig. Voltando a Nova Iorque em 1847, dedicou o seu tempo em ensinar, conduzir convenções musicais e editar livros. Juntamente com Lowell Mason, Bradbury incentivou o estudo de música nas escolas públicas. Também fundou a companhia de pianos Bradbury em sociedade com seu irmão.
Entre 1854 e 1867, Bradbury ajudou a publicar 59 coletâneas de música sacra e secular. Entre as mais importantes estão O coro jovem, O salmista, e a Coletânea Mendelssohn.
Bradbury, “o hinista mais importante e prolífico do seu período”,1 aplicou nas suas melodias, como também faziam outros músicos americanos contemporâneos, artifícios usados pelos mestres europeus. Algumas vezes, ele fazia adaptações de melodias de Beethoven, Handel, e outros compositores clássicos. As melodias de Bradbury se destacavam por fluírem bem, sendo assim fáceis de serem cantadas.
Outra contribuição de Bradbury, que afetaria a hinódia mundial de uma maneira marcante, foi procurar uma famosa poetisa cega, chamada Fanny Jane Crosby, e convidá-la a contribuir com hinos para a sua publicadora. Falando desse encontro, Fanny diria: “Parecia que o grande trabalho da minha vida havia começado”2 (trabalho esse que resultaria em 9.000 hinos). Os dois passaram a trabalhar em feliz parceria até a morte de Bradbury em 1868.
No Hinário para o culto cristão há mais seis músicas de William Bradbury (números 181, 217, 300, 348, 375 e 378).
Bradbury compôs a música CHINA para este texto, e adicionou as palavras do refrão. Publicou o hino no seu hinário para a Escola Dominical, Golden shower (Chuva de ouro), em 1862. Porque missionários na China contaram que este hino era favorito entre as crianças da China, o nome CHINA foi dado à melodia.
1. RUFFIN, Bernard. Fanny Crosby. Philadelphia, PA: United Church Press, p.87.
2. CROSBY, Fanny. Life story. p.114. Em: RUFFIN, Ibid.