HCC 137 – Porque vivo está
História
137. Porque vivo está
ERA 1971. Estava por nascer um filhinho no lar de Bill e Glória Gaither. Que esperança havia para o seu futuro? O casal descreve os seus pensamentos:
Embora a história tenha revelado que este mundo nunca foi muito estável, (…) parece que o nosso século tem sido especialmente um tempo de crise. (…) O nosso mundo é um planeta cheio de injustiças, traição de confiança nacional e pessoal. Assassinatos, tráfico de drogas, e guerra monopolizam as manchetes. Foi no meio destas incertezas que a certeza do senhorio do Cristo vivo inundou as nossas mentes perturbadas. Ao nascer nosso bebezinho, com toda a confiança em Cristo, vivo e soberano, foi possível pegar nosso filhinho nos braços, e escrever:
Que belo é um nenenzinho,
e que prazer um filho dá!
Maior prazer é ter certeza
de um feliz futuro: Cristo vivo está.
Porque vivo está, o amanhã enfrento.
Sim, vivo está, não temerei.
Pois eu bem seu que é dele o meu futuro,
e a vida vale a pena. Cristo vivo está.1
Este hino vitorioso foi escolhido como “Hino do ano” pela Associação de Música Gospel.2 E hoje, onde o povo cristão ergue a sua voz em louvor, em todos os continentes, ouvem-se estas palavras triunfantes.
William James (Bill) Gaither, co-autor do hino, nasceu em 1936 em Alexandria, no Estado de Indiana, EUA. Gaither, que fez bacharelado e mestrado na Faculdade Anderson, no Estado de Indiana, foi professor do segundo grau durante seis anos. É autor e compositor prolífico de mais de 200 hinos, de cantatas e peças corais. É presidente de Gaither Music Company, que publica e promove sua música. O Trio Gaither, grupo notável consistindo de Bill, Gloria e seu irmão, Daniel, já gravou muitos discos, CDs e fitas magnéticas, incluindo um disco de ouro. Seus concertos recebem enormes platéias.
Gaither recebeu, durante seis anos seguidos, o prêmio Dove da Associação de Música Gospel, como “Hinista do ano”.
“O seu espírito manso e humilde e o calor da sua música o tem tornado (Bill) extraordinariamente popular em todo o país”.3
Os Gaithers são especialmente responsáveis por um novo estilo de canto congregacional que tem se alastrado nos Estados Unidos da América do Norte e no mundo.
Glória Lee (Sickal) Gaither, a esposa e colaboradora de Bill, e co-autora desse e de muitos outros hinos, nasceu no ano de 1942, em Battle Creek, Estado de Michigan, EUA. Preparou-se para o magistério, com bacharel e mestrado em Artes, com concentração em inglês, francês e sociologia. Exerceu sua profissão até se dedicar de tempo integral, com Bill, no ministério de música.
RESURRECTION (Ressurreição) é o nome dado à melodia pelo casal Gaither para seu uso no hinário Baptist hymnal, de 1975.
James Frederick (Fred) Spann e Jaubas Freitas de Alencar traduziram este hino. Foi publicado na coletânea Vinde, cantai! pela JUERP em 1980.4
Dr. James Frederick (Fred) Spann, educador, escritor, compositor, regente de renome, tradutor, e compilador de coletâneas de música para coros, nasceu em 19 de julho de 1933, no Estado de Arkansas, EUA, filho de um ministro de música leigo. Casou-se com Bettye Clay Brawner. Dessa união nasceram James Frederick Junior, Edward Clay, Grady Brawner e Suzanne Davia.
Convertido em 1940, Fred foi batizado pelo pr. Taylor Stanfield na Igreja Batista Baring Cross, North Little Rock, Estado de Arkansas, EUA. Fez o bacharelado na Universidade Batista de Wichita e cursou o Seminário Teológico Batista do Sudoeste, Estado de Texas, recebendo os títulos de Mestre em música sacra e Mestre em educação religiosa. Também fez o Doutorado em educação musical na Universidade da Flórida.
Antes de vir para o Brasil em 1962, o Dr. Spann foi ministro de música nos Estados de Texas e Missouri, no EUA, e no México.
Por mais de trinta anos Spann
“tem exercido um brilhante ministério no Seminário Teológico do Norte do Brasil, na capital pernambucana (…) [e] tem colocado o Departamento de Música de seu Seminário numa posição de destaque nos círculos musicais do Nordeste”.5
Além de dirigir o departamento, o pr. Fred, como é mais conhecido, até uma pouco antes de se aposentar e retornar para os EUA regeu o Coral Sinfônico, cuja fama alcançou não apenas o Brasil, mas os Estados Unidos, e outros países por meio da suas apresentações na Aliança Batista Mundial, no Canadá e na Coréia do Sul.
O Dr. Fred tem várias composições e compilações de músicas para coro e de hinos, entre as quais se destacam duas coletâneas de Novo som e as seis coletâneas de Coral Sinfônico,
“grandemente usadas por corais em todo o Brasil”.6
As músicas compostas por professores do STBNB são prediletas entre os números destas coletâneas. Assim, este maestro-compilador exerceu notável influência sobre a música executada nas igrejas batistas
(…) e contribuiu para o desenvolvimento dos talentos musicais de muitos batistas brasileiros”.7
Muitos hinos da coletânea Vinde, cantai! compilada por ele em 1980 para a 2ª Campanha Nacional de Evangelização passaram a ser difundidos pelo país e estão incluídos no Hinário para o culto cristão.
O Dr. Fred foi professor e maestro no âmbito nacional em muitas ocasiões. Atuou no ensino e na regência de diversos congressos da Associação dos Músicos Batistas do Brasil. Dirigiu a música para diversas assembléias da Convenção Batista Brasileira.
“Como articulista da revista de música Louvor, demonstrou sua objetividade, senso profissional e seriedade”.8
A AMBB outorgou a este capacitado e dedicado músico missionário o Prêmio “Arthur Lakschevitz” em 1989, reconhecendo sua grande contribuição para a música sacra brasileira.
O Dr. Spann serviu por muitos anos como Ministro de Música da Igreja Batista do Cordeiro, Recife. Depois disto tornou-se pastor da Igreja Batista do Forte, Paulista, PE. Hoje, de volta aos EUA, continua atuando na música. Em 2003, ano do lançamento do HCC Notas Hitóricas, o pr. Fred retornou ao Brasil como regente convidado do coro do 19º. Congresso Nacional da AMBB, realizado na cidade de Recife, PE.
O Hinário para o culto cristão tem três traduções do prof. Fred nos números 137, 266 e 422.
Jaubas Freitas de Alencar, é piauiense, nascido em 8 de outubro de 1952. Durante os seus estudos no STBNB ajudou o Dr. Fred em muitas traduções do inglês.
1. GAITHER, Bill e Glória. Em: REYNOLDS, William J. Companion to baptist hymnal. Nashville, TN: Broadman Press. 1976, pp.78-79.
2. “Bíblicamente, [como ilustra este hino] gospel significa as boas novas de salvação em Jesus Cristo, mas nos últimos anos, o termo ‘música gospel‘ tem recebido conotações adicionais. Históricamente, gospel music descreve o hino de um estilo musical popular (melodioso, harmonicamente simples, com padrões rítmicos repetidos), com texto evangelístico. Hoje em dia, a frase tem se aplicado a qualquer música de estilo popular e com letra inspirativa. Também, se usa o termo, nos Estados Unidos da América do Norte, para as músicas negras populares, freqüentemente animadíssimas, com mensagens religiosas. No Brasil o termo gospel se aplica até a um estilo musical parecido com rock. Conseqüentemente, nem toda música denominada gospel seria apropriada para o culto sagrado a Deus, nem para fins de evangelização. Somente uma criteriosa análise da letra e do estilo musicaldeterminará a utilidade de uma música chamada gospel.” (HODGES, David William, carta à autora em 16 de set., 1992.)
3. REYNOLDS, William J.,Op. cit. p.343.
4. Vinde, cantai!, Nº58.
5. ICHTER, William (Bill) Harold. Música. Em: MEIN, David, comp. O que Deus tem feito. Rio de Janeiro: JUERP, 1982. Capítulo 9, pp.342-343.
6. Ibid. p.343.
7. NASSAU, Rolando de. Prêmio “Artur Lakschevitz” – 1989. Rio de Janeiro: O Jornal Batista, n.16 – ANO LXXXIX, 1989. p.2.
8. Ibid.