HCC 127 – Ao contemplar a rude cruz
História
127. Ao contemplar a rude cruz
BASEADO EM GÁLATAS 6.14 e intitulado Crucificação ao mundo pela cruz de Cristo, este hino foi um entre os 25 que Isaac Watts preparou para a ceia do Senhor. Seu biógrafo, Thomas Wright, chamou-o de “o produto do seu gênio onde há mais paixão”.1 Pena que hoje em dia os hinários incluam, quando muito, somente quatro das estrofes deste tocante hino. A quarta estrofe, normalmente omitida, reza assim:
His dying crimson, like a robe,
Spreads o’er His body on the tree;
Then I am dead to all the globe
And all the globe is dead to me.2
[Seu sangue derramado, qual manto,
cobre seu corpo na cruz;
então estou morto ao mundo
e o mundo morto para mim.]
Embora possua uma grandeza que quase o coloca além de comentários, é bom notar que era próprio de Watts contemplar a encarnação, a cruz e a ressurreição, sob o pano de fundo de todo o universo.
“Para Watts, como para o apóstolo Paulo, Cristo tem importância cósmica”.3
Ao mesmo tempo, o hino, como os outros de Watts, representa “a experiência da alma”4. Ele mesmo experimentou a crucificação do “ego” de “tudo que desagrada ao Rei” na sua própria vida. Só assim poderia escrever estas palavras.
Considerado por muitos como o melhor hino da língua inglesa, Ao contemplar a rude cruz apareceu pela primeira vez, no Hymns and spiritual songs (Hinos e cânticos espirituais) de Watts em 1707 (Ver dados de Isaac Watts no HCC 38).
Foi durante o cântico da última estrofe deste hino maravilhoso que a autora deste livro dedicou a sua vida a Deus para o campo missionário. “Se eu fosse o mundo lhe ofertar, ele o iria desprezar; seu grande amor vem requerer minha alma, a vida e todo o ser.” Reconhecendo, naquele momento, que o plano de Deus para sua vida era que ela fosse uma missionária, ela não podia dizer “Não” à chamada que vinha de um tamanho amor, ou dar menos do que todo o ser a Cristo.
Pela importância deste hino, a Subcomissão de Textos do Hinário para o culto cristão procurava a melhor tradução possível. Convidou, então o muito experiente Werner Kaschel a dedicar-se a esta tarefa. Seus colegas sabiam que ele faria todo o esforço para ser fiel ao original sem sacrificar a sua expressão dinâmica em português. A tradução feita em 1990, como se esperava, foi muito feliz (Ver dados biográficos do tradutor no HCC 38).
A melodia HAMBURG é, de acordo com seu ilustre compositor, Lowell Mason, um arranjo feito por ele de uma melodia gregoriana. Preparado por ele em 1824, foi cantado pela primeira vez na Primeira Igreja Presbiteriana da cidade de Savannah, Estado de Georgia, EUA, onde Mason era organista. Foi publicado na coletânea The Boston Handel and Haydn Society collection of church music, (A coleção de música sacra da Sociedade Handel e Haydn de Boston), 3ª edição, em 1825 (Ver dados de Mason no HCC 22).
1. WRIGHT, Thomas. The life of Isaac Watts. London: C.J. Farncombe & Sons, Ltd., 1914. p.86.
2. Ibid., p.87.
3. THOMSON, R. W. Ed. The baptist hymn book companion. Revised edition. London: Psalms and Hymns Trust, 1967. p.159.
4. WRIGHT. Op. cit., p.88.