HCC 123 – A ti, hosana e glória

História

123. A ti, hosana e glória

Tanto os que o precediam como os que o seguiam, clamavam: Hosana! bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana nas alturas!” (Marcos 11.9)

Este hino de adoração e louvor celebra a entrada triunfal de Cristo.

Gloria laus et honor (Glória, louvor e honra) foi escrito em cerca de 820, enquanto seu autor estava na prisão. Theodulph une o nosso louvor ao louvor das crianças e da multidão, naquela ocasião, como também ao dos anjos, e pede que Cristo, “O Rei que vem em nome do Senhor”, aceite o nosso louvor. Como em inúmeros outros casos, a mensagem deste hino é empobrecida pelo costume moderno de incluir somente 3 ou 4 estrofes; este hino processional originalmente possuiu 78 linhas.

Comove o coração duma maneira toda especial ouvir as doces vozes de crianças cantar este lindo hino em dois grupos, todos cantando as linhas 1 e 2, o primeiro grupo cantando linha 3, e o segundo cantando linha 4.

O autor Theodulph de Orleans (c.750-821), pela raça um godo e por nascimento um espanhol, famoso por sua erudição e poesia, tornou-se abade de um mosteiro em Florença e depois bispo de Orleans. Não vivia nos círculos monásticos: seu espírito, porém, concorda com o espírito dos outros escritores da sua época. Theodulph agia com retidão e austeridade num período de muita luxúria. Fundou escolas para a educação do seu povo. Foi um dos conselheiros de Carlos Magno e seu teólogo principal. Depois da morte deste imperador, Theodulph caiu em desfavor com seu filho e sucessor, Luiz. Acusado de conspiração, foi aprisionado num mosteiro em Angers, na França, em 818, vindo a falecer, acredita-se, em 18 de setembro de 821.

Theodulph escreveu só um hino que nós conhecemos, porém, é tão sublime e apropriado que tem sido cantado por mais de mil anos.

A adaptação inglesa deste hino foi feita pelo

“maior tradutor de hinos gregos e latinos que a Inglaterra produziu”1,

o prolífico escritor e hinista pr.John Mason Neale. Esta, a segunda adaptação do hino, foi publicada no seu hinário Hymnal noted (Hinário com música), em 1854.

João Wilson Faustini, como professor de regência no Instituto José Manuel da Conceição (SP) e em cursos livres que oferecia, precisava de bons hinos, fáceis de reger. Traduziu este hino do inglês em 1958, publicando-o em julho do mesmo ano na coletânea Os céus proclamam, v.1. O hino foi incluído no repertório regular dos corais do Instituto da Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo que ele regia, como para muitas igrejas pelo Brasil afora (Ver dados biográficos do Maestro Faustini no HCC 13).

O compositor, Melchoir Teschner (1584-1635), em 1609 foi o Kantor (dirigente de música) e professor da escola paroquial duma igreja luterana em Fraustadt, Silésia, sua cidade natal. Em 1614, tornou-se pastor em Oberprietschen. Foi sucedido nesta posição por seu próprio filho, que, por sua vez foi seguido pelo neto de Teschner.

ST. THEODULPH, a melodia composta por Teschner, apareceu num pequeno panfleto de doze páginas em Leipzig, Alemanha, em 1615. Sofreu algumas variações, a principal sendo o uso da primeira metade do hino como refrão, como apresentado por W.H. Monk (ver HCC 8) no hinário Hymns ancient and modern (Hinos antigos e modernos), de 1861. Foi neste célebre hinário que a música de Teschner apareceu ligada à letra de Theodulph pela primeira vez. O Hinário para o culto cristão preserva o formato original, aparecendo as primeiras três estrofes, somente.

1. FAUSTINI, João Wilson. Os céus proclamam, v.1, 2ª ed. Jandira, SP: Instituto José Manuel da Conceição, 1959. p.44.

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