HCC 085 – Oh, vem, oh, vem, Emanuel!
História
85. Oh, vem, oh, vem, Emanuel!
As estrofes deste hino são uma chamada, a que o Messias venha como “Emanuel” (que significa “Deus conosco”) para libertar seu povo. Está baseada na profecia de Isaias 7.14. O texto é derivado de antigas antífonas latinas1 usadas na época do Advento.
A versão inglesa (da qual foi feita a tradução do HCC) é de John Mason Neale (1818-1866), escrita em 1851. Neale foi um dos maiores hinólogos do séc.19. Deu a riqueza da hinódia medieval ao mundo de fala inglesa e descobriu a hinódia da Igreja Grega, transformando-a em hinos modernos. Por meio dele, muitos destes hinos antigos, latinos e gregos, chegaram à hinódia mundial.
Apesar de sua saúde precária e de sua pobreza, Neale foi um lingüista erudito prolífico e produziu livros e hinários, entre outras obras.
João Wilson Faustini traduziu a versão de Neale para o português em 1953 e 1960, publicando-o na coletânea Os céus proclamam, v.III, em 1970 e no hinário bilíngüe Seja louvado, em 1972 (Ver dados biográficos deste prolífico tradutor e compositor, que tanto fez para a música sacra brasileira, no HCC 13).
A melodia VENI EMMANUEL (Vem, Emanuel) é do séc.15. Foi retirada de um antigo cantochão gregoriano2 e usada como processional.
1. Antífona – Curto versículo bíblico cantado antes ou depois de um salmo ou cântico; Uma antífona processional é uma peça relativamente extensa, de caráter narrativo, entoada durante as procissões em certas festividades como Domingo de Ramos.
2. Cantochão – Melodia sem acompanhamento em que são cantados os textos da liturgia católica romana [e outras igrejas protestantes] A modalidade tradicionalmente adotada é o canto gregoriano, cuja ligação com o papa Gregório I que reinou em 590-604, é em parte nominal.(….) Um tipo mais simples de cantochão é o canto ambrosiano, por ter sido atribuído a sua criação ao ancião da igreja, Ambrósio. Em sua aparente simplicidade, esses cantos são a primeira grande manifestação artística da Idade Média; e, em sutileza melódica e rítmica [não há compassos indicados], nunca foram ultrapassados.