HCC 082 – Meu Deus, eu te amo
História
82. Meu Deus, eu te amo
Este hino exprESSA a resposta mais perfeita que o cristão pode dar ao Deus de amor.
“Nós amamos, porque ele nos amou primeiro” (1João 4.19).
O autor continua dizendo que não é para ganhar o céu ou escapar do inferno, mas porque pela cruel morte na cruz ele nos deu vida e luz! O seu amor fê-lo sofrer tanto, que:
“Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Coríntios 5.21).
Este amor imerecido nos atraiu ao ponto que, sem promessa alguma, nosso amor é dele.
O hino é geralmente atribuído a São Francis Xavier, dedicado missionário da Igreja Católica às terras do Oriente. Xavier nasceu no castelo da família perto de Pampeluna, na Espanha, em 7 de abril de 1506. Formando-se pela Universidade de Paris, dedicou-se ao ensino até unir-se a Inácio de Loiola. Trabalhou com ele em diversos lugares na Europa, evidenciando o seu entusiasmo e devoção. Xavier foi então escolhido para um trabalho no Oriente. Sobre este trabalho, John Julian, no seu dicionário de hinologia, nos diz:
[Xavier] deixou Roma em março de 1540, chegando em Goa em 6 de maio de 1541. Daquele dia até sua morte em Sancian, perto de Cantão [na China], dedicou-se ao seu trabalho duma maneira heróica e com grande devoção, visitando Travancore (Índia), Ceilão (agora Sri Lanca), Malásia, Japão e outras terras com a cruz na mão e um zelo abrasador no coração.1Francis Xavier provou o seu amor por Cristo pela vida, como pela palavra. Faleceu em 1551 e foi canonizado em 1621.
O tradutor, o Rev. Jaci Correia Maraschin, fala sobre o seu trabalho:
Trata-se de uma tradução bastante livre de antigo soneto espanhol atribuído a São Francisco Xavier, por alguns, e à Santa Tereza de Ávila, por outros. Por causa da exigência métrica do hino, o soneto foi transformado numa poesia de quatro estrofes iguais. A tradução foi encomendada pela Comissão do Hinário da Igreja Epis-copal do Brasil e publicada pela primeira vez no hinário dessa igreja, no ano de 1962.2
O rev. Maraschin, pastor da Igreja Episcopal Anglicana e conhecido hinista e compositor, nasceu em Bagé, RS, em 12 de dezembro de 1929. Diplomou-se em música em Porto Alegre, fez Bacharel em filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Licenciatura na Faculdade Anchieta. Fez Bacharel em teologia no Seminário da Igreja Episcopal em Porto Alegre, Mestrado no Seminário Geral de teologia em Nova Iorque, e Doutorado em teologia na Universidade de Strasburgo, na França.
O Dr. Maraschin é o atual Secretário da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos (ASTE) e professor de teologia no Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião em São Bernardo do Campo, Rudge Ramos, SP. Destacando-se na área da música sacra, editou as coletâneas: O Novo Canto da Terra, publicada pela Editora Sinodal, de São Leopoldo e Brazilian songs of worship (Cânticos brasileiros de adoração) publicada pelo Conselho Mundial de Igrejas em Genebra, Suíça. Também fez parte da Comissão de Liturgia e Música da sétima assembléia geral do Conselho Mundial de Igrejas realizada em fevereiro de 1991, em Canberra, na Austrália. Conferencista, o Dr. Maraschin é requisitado dentro e fora do Brasil. Também é autor de livros de teologia.
O rev. Maraschin é casado com Ana Dulce Maraschin. O casal tem duas filhas, Ana Isabela Maraschin Irala e Rosa Maria Maraschin Louzada.
A melodia BRACONDALE, cujo nome deve referir-se a uma cidade ou vila, foi composta por Josiah Booth (1852-1929), inglês de Coventry, que recebeu sua primeira posição de organista duma igreja quando ainda autodidata em música. Jamais tivera a oportunidade de tocar este instrumento! Com muito esforço, conseguiu estudar na Academia Real de Música, em Londres. Então, desde 1877 até se aposentar em 1918, foi organista de uma igreja congregacional, na qual elevou o nível de música a alto grau. Booth editou um hinário, publicado em Londres em 1886, e serviu como assessor na preparação de um outro.
1. JULIAN, John. A dictionary of hymnology. Dover Edition, v.II. New York: Dover Publications, 1957. p.296.
2. MARASCHIN, Jaci Correia. Carta à autora em 18 de junho de 1991.