HCC 075 – Bendize tu, meu coração
História
75. Bendize tu, meu coração
O Salmo 103, uma jóia do hinário hebraico, estimula o espírito sincero de louvor. Através da história da igreja trechos deste salmo têm sido cantados por coros e congregações em todas as línguas
William Hepburn Hewitson (1812-1850), missionário nas Ilhas de Madeira e Trinidade traduziu a metrificação dos versículos 1, 2 e 5 do Saltério Escocês de 1650. Hewitson incluiu a tradução em Psalmos e hinos, uma pequena coleção de 16 páginas, que ele publicou em Edimburgo, Escócia, em 1847. Seis destas traduções e paráfrases foram aproveitadas na coleção brasileira do mesmo nome organizada em 1861 pelo casal Kalley. Conseqüentemente, algumas constam nos outros hinários evangélicos no Brasil. Nas estrofes 1, 2, e 4 de Hewitson a Subcomissão de Textos do Hinário para o culto cristão fez algumas modificações que achou necessárias.
Na estrofe 3, Joan Larie Sutton, Coordenadora Geral da Comissão do HCC, parafraseou, em 1989, os versículos 3 e 4 do salmo, incluindo assim o nosso motivo mais forte de bendizer o Salvador: a nossa redenção. (Ver dados de Joan Sutton no HCC 25).
Thomas Hastings compôs a melodia ORTONVILLE1 para o hino Majestic sweetness sits enthroned (Ternura majestosa está entronizada) de Samuel Stennett (pioneiro intrépido batista na produção e no uso de hinos no séc.17, na Inglaterra). Hastings publicou-a na sua coletânea Manhattan collection (Coletânea de Manhattan), em 1837.
Filho de médico, nascido no interior do Estado de Connecticut, EUA, em 1784, Hastings era um albino extremamente míope. Recebeu pouca instrução formal. Mudou-se, com sua família (por trenó puxado a bois) até o município de Oneida, Estado de Nova Iorque, aos 12 anos. Foi autodidata em música e começou a reger corais aos 18 anos.
Enquanto dirigia a Sociedade Musical do município de Oneida, fez a célebre coletânea Utica colletion, (Coletânea de Utica) em 1816, mais tarde chamada Música sacra.
Hastings mudou-se para Utica, Estado de Nova Iorque, em 1828, para assumir a redação do semanário religioso, Western recorder (Registro ocidental). Depois, mudando para a cidade de Nova Iorque, uniu-se a Lowell Mason para publicar Spiritual songs for social worship (Cânticos espirituais para adoração). Ali regeu alguns coros, incluindo o coro da Igreja Presbiteriana de Bleecker Street. Fundou a revista musical, Musical magazine, em 1836. Recebeu o Doutorado em Música (honoris causa) em 1858, pela Universidade de Nova Iorque.
Hastings é considerado o segundo personagem (o primeiro é Lowell Mason) a estabelecer na igreja, por meio de composição, regência, ensino e publicação, a norma européia de teoria, notação e estilo. Harmonizou melodias dos índios em Indian melodies, (1845), mas sempre foi contrário ao uso de hinos com melodias folclóricas. Era apóstolo da teoria científica de composição e criticismo, de muita influência no meio do séc.19.
Calcula-se que Hastings tenha escrito 600 hinos e 1.000 melodias e compilado, juntamente com William Bradbury, 50 coletâneas, inclusive a Coletânea Mendelssohn, muito divulgada e aceita.
Como residente na cidade de Nova Iorque por 40 anos, influiu bastante na formação da música sacra e secular daquela cidade. De fato, Hastings ajudou Lowell Mason a estabelecer Nova Iorque como o centro de publicações da educação musical americana. Faleceu naquela cidade em 1872.
1. ORTONVILLE: o sufixo “ville” indica uma cidade ou vila, mas não é conhecida a cidade que Hastings homenageou com o nome da melodia