HCC 071 – Nós te louvamos, ó Senhor Jesus

História

71. Nós te louvamos, ó Senhor Jesus

ESTE GRANDE hino de louvor a Jesus baseia-se em Filipenses 2.5-11. Nós o louvamos porque ele trocou a glória pela cruz, tornou-se servo para nos libertar e humilhado para nos exaltar. Em seu amor morreu para nos salvar, e por isso queremos exaltá-lo, louvá-lo e cantar que ele é digno de louvor! O hino termina com uma estrofe magnífica parafraseando o verso 11:

Que toda língua diga em teu louvor:

No céu, na terra, Cristo é Senhor.

E ao trino Deus cantemos com fervor:

Aleluia, aleluia.

Os dois aleluias ao fim de cada estrofe dão uma perfeita oportunidade para a congregação exaltar o nome de Jesus por todas as razões enumeradas.

Escrito em 1938, este lindo hino é da autoria de Francis Bland Tucker, homem de grande influência hinológica, especialmente na Igreja Episcopal, e considerado por muitos como o “Deão dos hinistas norteamericanos” da sua época.

Bland Tucker serviu na comissão que compilou o Hinário episcopal de 1940 e na comissão de textos do Hinário episcopal de 1982.

De família ilustre e último de 13 filhos, Bland Tucker nasceu em 6 de janeiro de 1895, em Norfolk, Estado da Virgínia. Estudou na Universidade da Virginia e no Seminário Teológico da Virginia. Serviu na área médica, durante a Primeira guerra mundial. Foi ordenado ao ministério episcopal em 1920.

Bland Tucker foi um homem de compaixão e muito compreensivo. Foi esposo exemplar para a sua amada Polly e pastor querido por suas igrejas. Foi grande admirador de John Wesley cuja igreja, a Igreja de Cristo de Savannah, Georgia, pastoreou 210 anos após Wesley. Amava os hinos de Isaac Watts e Christopher Smart. A erudição, firmeza e força de seus próprios hinos espelham estas mesmas qualidades achadas nos hinos destes ilustres hinistas. Francis Bland Tucker faleceu em janeiro de 1984.

A belíssima tradução deste hino foi feita para o Hinário para o culto cristão pelo pr. João Soares da Fonseca, membro da Subcomissão de Textos. (Ver dados de Fonseca no HCC 10).

O ilustre compositor Ralph Vaughan Williams compôs a melodia, SINE NOMINE (Sem nome), para o hino Por todos os santos, aparecendo pela primeira vez no hinário English hymnal (Hinário inglês), em 1906. Nos últimos anos, usada em hinários em vários continentes, tem sido considerada uma das melhores melodias deste século.

Ralph Vaughan Williams (1872-1958), um dos compositores mais importantes do séc.20, e o melhor compositor inglês desde Henry Purcell (do séc.17), influenciou fortemente a hinódia contemporânea. Filho de um pastor anglicano, nasceu na casa pastoral de Down Ampney. Quando jovem, recebeu aulas de piano, violino, teoria e órgão. Estudou com os maiores músicos do seu tempo e em três das melhores faculdades de Londres, bacharelando-se em música (1894) e em artes (1895) e fazendo o doutorado em música em 1901.

Vaughan Williams produziu um grande acervo de música, compondo em todas as formas musicais. Há outras fontes amplas sobre a sua vida e obra. Aqui concentraremos nossa atenção na sua produção hinódica.

Convidado em 1904 para ser o redator de música do English hymnal (Hinário inglês), publicado em 1906, Vaughan Williams deu a sua maior contribuição à hinódia. Mas de acordo com ele mesmo, foi aí que recebeu a maior contribuição para seu próprio desenvolvimento. Disse ele:

“Eu sei que aqueles dois anos que passei trabalhando com algumas das melhores melodias do mundo foram uma educação musical melhor do que qualquer quantidade de sonatas e fugas”.1 

Nesse hinário Vaughan Williams introduziu o estilo de cânticos folclóricos à hinódia. Começou a sua coleção destes cânticos em 1903, descobrindo, ao todo, mais de 800 deles.

Vaughan Williams também foi redator de música, em parceria com o compositor Martin Shaw, do hinário Songs of praise (Cânticos de louvor) publicado em 1925, e numa edição ampliada em 1931. Cooperou na revisão da música do English hymnal em 1933, e na edição de The Oxford book of carols (Livro Oxford de carols – coletânea de grande valor dos cânticos de Natal do mundo inteiro), em 1928. Foi pela sua influência que o canto de hinos foi introduzido na coroação da rainha Elizabeth II. Iniciou o movimento moderno de colocar os hinos em tonalidades acessíveis à maioria, e de ênfase no canto em uníssono. Seus arranjos e melodias se destacam em muitos hinários. O Hinário para o culto cristão, como centenas de hinários modernos, deve muito a este mestre.

1. GEALY, Fred D. Austin C. Lovelace & Carlton R. Young. Companion to the Hymnal, a handbook to the United Methodist Book of Hymns, Nashville, TN: Abingdon Press, 1970. p.688.

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