HCC 067 – Dai ao Cordeiro o louvor
História
67. Dai ao Cordeiro o louvor
ESTE HINO escrito em 1858, como todos os hinos do “Príncipe dos hinistas escoceses”, Horatius Bonar, está cheio de referências bíblicas. Coloca-nos no meio do capítulo 5 do Apocalipse, com os remidos de todas as terras e todos os tempos, adorando o Cordeiro que está sentado sobre o trono, fazendo-nos prostrar diante dele. “Honra, poder, majestade, riqueza, sabedoria, domínio e grandeza são do Cordeiro que foi humilhado e agora é Rei, lá no céu coroado”. Em antecipação àquele dia, podemos honrá-lo hoje, dando-lhe, com este glorioso hino de adoração, o devido louvor.
Horatius Bonar (1808-1889), descendente duma longa linha de pastores da Igreja da Escócia, formou-se na Universidade de Edimburgo e começou logo a trabalhar numa missão num bairro pobre da cidade de Leith. Lá Bonar descobriu que as crianças não se interessavam muito em cantar os salmos, como era o costume da Igreja da Escócia. Começou então a escrever seus próprios hinos para as crianças, hinos que com a sua simplicidade ainda são tão profundos espiritualmente que sempre satisfarão a mente do cristão mais amadurecido.
O calor e a sinceridade da sua fé pessoal em Cristo podem ser vistos, refletidos em todos os seus hinos. “Procuro encher os meus hinos com o amor e a luz de Cristo”, disse Bonar uma vez. Certamente tais hinos têm levado muitas pessoas a Jesus pela ternura do seu apelo.
(…) Achamos em Bonar o paradoxo de um homem com muita força física e uma intelectualidade poderosa combinadas com uma natureza tenra, de muita simpatia, e a fé simples e confiante duma criança.1
Bonar foi ordenado em 1838, indo para a cidade de Kelso, perto da fronteira com a Inglaterra. Em 1843 entrou para a Igreja Livre da Escócia. Um homem de energia ilimitada, quando não estava pregando, estava escrevendo hinos (com um total de mais de 600), ou folhetos, ou livros. Como Schubert, anotava as suas idéias que vinham espontaneamente, em quaisquer circunstâncias, em pedacinhos de papel, ou outro material à mão e guardava-as para uso futuro. Conhecido como homem de oração, também foi estudante entusiástico da Bíblia. Foi redator de mais de um periódico.
A Bonar foi conferido o grau de Doutor em Divindade (honoris causa) pela Universidade de Aberdeen, em 1853. Em 1866 tornou-se pastor na cidade de Edimburgo, onde permaneceu até a sua morte. Em 1883 foi eleito moderador da Assembléia Nacional da Igreja Livre da Escócia.
João Wilson Faustini traduziu este hino em 1969 para o hinário bilíngüe Seja louvado, publicado em São Paulo, em 1972. (Ver dados biográficos do tradutor e fatos sobre o hinário no HCC 13)
Sobre a música do hino, feita em 1990, a sua compositora Roselena de Oliveira Landenberger escreve:
A melodia veio a mim numa manhã quando eu tinha acabado de fazer o momento devocional. Após a oração, comecei a meditar na letra. Imaginei que tipo de música aqui na terra poderia representar o Cordeiro sendo recebido com honra no céu. Na frase, “Soa nos céus o clamor da vitória”, pude imaginar e entrever com minha mente humana visões dos anjos com seus instrumentos, louvando o Cordeiro. (…) Ao mesmo tempo surgiu a melodia (…). Primeiramente, passei a melodia para o papel e em seguida, fui ao piano e a toquei, já harmonizada.2
Roselena de Oliveira nasceu em 22 de abril de 1962, filha de José Ferreira de Oliveira e Escolástica C. de Oliveira. Paulista, converteu-se em outubro de 1969 sob o ministério do pr. Silas da Silva Melo e foi batizada na Igreja Batista Betel, SP.
Bacharelou-se em música sacra (especialização em órgão) na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e em piano pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. É membro, com seu marido, Ottmar Landenberger, da Igreja Batista do Ipiranga, SP.
Na área de educação, já ensinou cursos de iniciação musical, piano, órgão, e teoria. É também monitora do método Suzuki de violino.
Os arranjos corais que Roselena fez nos hinos Cristo, paz para a cidade e Segundo a vontade de Deus, de Marcílio de Oliveira Filho, publicados pela JUERP, são cantados em todo o Brasil. Ela também compôs arranjos para coro infantil, coro feminino, órgão e duetos para órgão e piano, além de compor solos vocais, obras para piano e hinos congregacionais.
A Redijo publicou O aniversário de Jesus, musical infantil escrito em parceria de Roselena com o pr. Marcílio, em 1986. A Convenção Batista do Estado de São Paulo publicou sua peça coral, Cristo, nossa libertação, em 1988.
O Hinário para o culto cristão inclui sete músicas originais desta dedicada e versátil compositora nos números 67, 175, 279, 304, 305, 520 e 547.
Roselena deu o nome FAUSTA à melodia
“em homenagem à professora Fausta Sermaini, mestra e amiga, que, como poucos, tem se dedicado de corpo e alma ao ensino. É pessoa de profunda sensibilidade, com quem tenho aprendido muito sobre a vida e a arte”.3
1. RYDEN, E. E. The story of christian hymnody. Rock Island, IL: Augustana Press, 1959. p.399.
2. LANDENBERGER, Roselena de Oliveira. Carta à autora em 20 de março de 1991.
3. Ibid.