Guilherme Loureiro (1916-2004)

Biografia

Guilherme Loureiro

Guilherme Loureiro – Compositor de música sacra Maestro

 Segundo seu registro, nasceu em 09 de maio de 1916 no Distrito Federal ( Rio de Janeiro) no bairro Engenho de Dentro, na Rua Adelia nº 34.   
Filho de José Loureiro (português)e  de Cecilia Cesar da Costa (brasileira) .  Seu pai, tinha 30 anos quando ele nasceu e sua mãe tinha 34.    Segundo relato do próprio Guilherme, seu pai  tinha uma padaria no bairro do Méier e faleceu quando ele ainda era criança.

de acordo com  os termos do REGISTRO de NASCIMENTO de  Nº 1163 (*foto do livro anexa)  diz:

Aos 11 dias do mês de maio de 1916 nesta cidade ia sétima Pretoria Cível Freguesia de Inhauma comparecem José Loureiro, português, com 30 anos de idade, empregado no comércio, solteiro, morador a Rua Adélia número trinta e quatro  e,  perante as testemunhas abaixo assinadas declarou que em sua residência, no dia nove do corrente mez  as quatro horas a senhora Cecília César da Costa, natural desta capital, com trinta e quatro anos de idade viúva mais de um ano deu a luz a uma criança do sexo masculino de cor branca que deverá chamar-se Guilherme, seu filho natural e o primeiro com este nome. Neto paterno de José. Loureiro Júnior e de Dona Maria Rita, portugueses e vivos e maternos de pessoas cujos nomes ignora o declarante. E para constar lavrei este termo que lido e achado conforme assinaram o declarante e as testemunhas : Antenor Rodrigues Diogo e Gabriel de Abreu Guimarães.
Eu Levolar de Lima, escrevente juramentado escrevi e assino. *(assinatura do escrevente)
**(assinatura pai)
***(assinaturas das testemunhas)”

Guilherme  não chegou a conhecer bem seu pai, que era dono de uma padaria no Méier, pois quando ele ainda era menino, o seu pai falecera.
A mãe então tornou-se a figura dominante nos anos de formação de Guilherme Loureiro.  D. Cecilia, embora tenha sido batizada na 1ª Igreja Batista do Rio, pelo missionário Bagby, tornou-se mais tarde membro da Igreja Congregacional do Encantado.  Participava ativamente nos trabalhos daquela igreja. Ela sempre queria que o seu filho Guilherme fosse músico. Era o sonho dela!   E o menino se revelou. Desde cedo naquela igreja congregacional,  a voz clara e doce do menino Guilherme despertava atenção.
Muitas vezes aquela mãe foi à zona leopoldinense, onde funcionava o ponto de pregação que mais tarde viria a ser a atual Igreja Congregacional de Braz de Pina.  O lampião de carbureto era usual, pois ainda não havia luz elétrica naquele tempo, e a casa se enchia para ouvir o menino cantor. Com doze anos Guilherme começou a estudar “solfejo” mas, como muito menino naquela idade, não levava muito à sério aquele estudo. Ele estudava um período de tempo depois largava, etc… etc..  Foi assim por quase 10 anos.
Guilherme aos 16 anos de idade entrou pela primeira vez numa igreja batista quando namorava uma moça membro da lgreja Batista de Engenho de Dentro.
Após o falecimento de seu pai,  Guilherme e sua mãe,  foram morar no Encantado, na rua Cezarea 191, como consta no registro 765  “Acta da sessão regular da Egreja Baptista do Engenho de Dentro, realizada no dia 7 de Maio de 1933
Neste  registro  apresentou seu desejo de se batizar,  sendo registrado em Ata da sessão dessa data, nos seguintes termos : “Depois de finalizados os trabalhos da manhã reuniu-se a egreja em sessão para recepção de candidatos ao baptismo e membros da egreja” … ele foi batizado pelo saudoso Pastor Ricardo Pitrowsky naquela mesma igreja.
Aos 22 anos, já rapaz, ele começou a estudar seriamente a música. Era o início de um período de estudos que até hoje não terminou.
Guilherme fez os cursos de ‘Teoria e Solfejo’  na Escola Nacional de Música com o Maestro Assis Republicano.
Foi o Prof. Assis que viu no jovem Guilherme grandes possibilidades para composição e foi ele quem sugeriu que Guilherme estudasse com o grande catedrático da matéria, Prof. Nilton Pádua, a quem o apresentou e recomendou. Um conselho do Prof. Pádua deixou sua marca na vida de Guilherme.  Certo dia, durante uma aula, ele disse:  “A maioria de brasileiros é de complicar as coisas. Observem os hinos nacionais de todos os países. O único complicado é o nosso. Vocês nas suas composições procurem fazer coisas simples e de muito efeito. Não complique.  
E o conselho pegou.
É só analisar as composições de Guilherme Loureiro.
Além de cursar na Escola Nacional de Música e no Conservatório Brasileiro de Música Guilherme assistiu a muitas aulas avulsas, como um de Música Sacra com Frei Pedro Sinzig e de Regência e instrumentação com o Maestro Eugen Zenkar, da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Na casa de Guilherme Loureiro se encontra uma boa biblioteca de livros didáticos e tratados de composição e de orquestração, E o rapaz, que só começou a estudar a sério aos 22 anos, continua aquele  estudo sério.
Já depois de batizado e devidamente incorporado aos trabalhos da igreja, ainda no ano de 1933, o jovem Guilherme, com apenas  17 anos de idade,  já constava como membro da diretoria da Mocidade Baptista do Engenho de Dentro, como consta a “a Acta do dia 13 de novembro, de nº 779,  como  Secretário adhoc da União da Mocidade.
Existe também o (registro de nº 781) , referente à ata de sessão do dia 11 de dezembro de 1933,  onde Guilherme foi eleito como secretário da Instituição Evangélica dos Cegos, presidida pelo pastor Ricardo Pitrowsky (fls138).
Conforme consta o registro 805 da ata do dia 10 de dezembro de 1934, às fls.19 . Novamente Guilherme volta a ser membro da diretoria da União da Mocidade Batista em setembro de 1935, agora já como secretário, registrado na ata nº822, de 9 de setembro de 1935.
Em dezembro de 1935, assume também como 1º secretário da Escola Dominical, fls. 49. 
O Registro da ata 960 é seguintes, de 2 de Novembro de 1941,  já vem assinado por Guilherme, então 1º secretário, a Igreja  (foto) onde exerceu até 13 de dezembro de 1943, (ata 1009) (fls. 95). Observando essas “Actas”,  fica óbvio entender o porque de sucessivos cargos de secretário em diferentes organizações da Igreja. Guilherme tinha uma bela e limpa caligrafia, que já pelos traços, demonstrava um de seus dons artísticos, as artes plásticas.
Desde então, a vida de Guilherne Loureiro tinha estado ligada com a vida da  igreja batista.
Foi lá que conheceu aquela que viria a ser sua primeira esposa, a pianista Tamar Loureiro.
Em 1943, organizou o coro da Mocidade da Igreja Batista do Engenho de Dentro, o qual apresentou ao público pela primeira vez em 1944  num programa chamado ” O Céu”, cujos oradores dessa noite foram o seminarista Davi Gomes e o missionário W. C. Taylor.
Desligou-se da Igreja Batista do Engenho de Dentro em 1945 para a Igreja Batista do Méier.
Em suas próprias palavras em uma entrevista ao jornal O Crisol, órgão oficial da Mocidade Batista Carioca, Guilherme declara:     “a minha primeira composição foi o hino Louvai ao Senhor  inspirado no Salmo 117“.
Foi a sua “primeira atividade como regente
Perguntado pelo repórter do Crisol :   
– Nas suas composições musicais, onde encontra a inspiração?
 respondeu :  “A bíblia tem sido a maior fonte de inspiração para mim. Os seus ensinamentos aplicados à nossa vida cotidiana, tem sido imprescindíveis nesta obra a que me propus. Também reputo de grande valia o auxílio e o estímulo recebidos por parte da minha mãe que sempre se esforçou para que eu estudasse música.
–  Quando e porque surgiu o  1º Festival de Música Sacra?

–   ” A ideia surgiu em 1953 e  só foi realizada 3 anos depois. Após a apresentação da opera “Jerusalém a Canaã  celeste”  tive a ideia. Várias dificuldades se antepuseram, por isso que só em 1956, realizou-se o I Festival de música sacra.”

Guilherme serviu como regente de coro das seguintes igreias:
Igreja Batista do Engenho de Dentro, Primeira lgreja Batista do Rio de Janeiro, Igreja Batista do Méier. 

Quando diretor do Departamento de Música da Assembleia da Mocidade Batista Carioca, ele  organizou uma pequena orquestra, composta de 18 elementos, que durante 3 anos deu mais de 20 concertos .
Como relata Bill Ichter, em seu livro  Grandes vultos da música evangélica. JUERP – 1967
Assim como seria impossível tratar dum histórico do Coral Excelsior sem falar do seu regente, o Maestro Guilherme Loureiro, também não seria possível descrever a vida de Guilherme Loureiro sem mencionar o Coral Excelsior.  É uma duidade perfeita.”

Desde maio de 1949, aquele que foi o idealizador do Coral Excelsior serve como seu único regente.
O  Coral Excelsior é um glorioso capítulo do trabalho batista no Brasil.  Ele se distingue de muitos outros coros evangélicos pelo fato de que o coral sempre se preocupa em pregar o evangelho.
Infelizmente, sentimos que não é esta a preocupação de muitos dos nossos coros. Oxalá que fosse!

O Jornal Batista de 1951, publicou no dia 13/12 :

” primeira vez que esta coluna musical registrou a execução do coro “Aleluia” por uma instituição musical evangélica foi no primeiro concerto do Coral “Excelsior”, em 19 de novembro de 1951, regido por Guilherme Loureiro
(OJB, 13 dez 1951).”



GUILHERME  EXCELSIOR

Guilherme resolveu convidar um grupo de amigos para ensaiar o hino e depois apresentá-lo. Eram quase todos da mesma. Igreja, a do Méier.
Depois alguns de outras igrejas foram também convidados.
Os ensaios não só deram certo,  como  entusiasmaram o grupo.
Dai veio a ideia de constituírem um Coral com membros de várias lgrejas.

A balada de Longfellow «Excelsior» veio à mente de um dos componentes, a profª Olivia Magalhães, a palavra EXCELSIOR que o grande poeta norte-americano Longfellow  para significar a disposição inabalável ..de trilhar  sempre para o mais alto, de buscar sem temor, o ideal embora inatingível, ficou para designar o grupo coral que também tinha elevados objetos : anunciar por meio da palavra cantada o evangelho de Jesus Cristo.
Isso foi em 1949.

A história do Coral Excelsior começa modestamente : um dia Guilherme Loureiro sentiu-se inspirado a escrever um hino para um coro. Escreveu-o  então é deu-lhe o título de “Como é longe a Canaã”. Agora, pensou ele,  que coro iria interpretar esse hino?  Já com essa ideia em mente, convidou um grupo de amigos,  eram quase todos da mesma igreja, a do Méier,  para juntos ensaiarem o hino é depois apresentá-lo. Tempos depois, outros coristas de outras igrejas foram se agregando aos poucos. Com a empolgação do grupo, e os ensaios indo em alto nível,  veio a ideia de criar um coral. A balada de Longfellow veio logo à mente da profª Olivia Magalhães, e assim, surge o nome Excelsior,  como a disposição sempre inabalável de caminharem sempre para frente e para o alto. Daí,  convites para apresentações começaram a “chover”. Torna-se assim, quase impossível separar a história desse grande compositor e regente com a vida do Coral.
Na ocasião do 10º Congresso da Aliança Batista Mundial, ele serviu como membro da Comissão de Música. Mais uma vez, durante a Campanha Nacional de Evangelização, em 1965, Guilherme foi membro da Comissão de Música.  Foi um dos organizadores e regentes do grande coral de 3.000 vozes. Quanto às suas obras, já dissemos que Guilherme é um dos mais fecundos compositores evangélicos, Da autoria dele  temos nada menos de 3 oratórios, 3 óperas, uma cantata e 3 composições para orquestra. Os oratórios são conhecidos entre nós: “O Advento do Messias”, “A Dádiva de Deus” e  “Encontros com Jesus”, sendo este uma espécie de autobiografia.  Durante o transcurso desta peça musical se encontra aquele menino cantor e se nota o grande amor materno com que sua mãe o criou. 
As 3 óperas são: “Jerusalém, a Canaã Celeste”,” Verdugo de Si Mesmo” e, “A Derrota de Satã “, sendo que a primeira citada já foi apresentada várias vezes .   A cantata “Excelsior” é dedicada ao Coral Excelsior e é uma cantata que tem sido bem recebida pelo público.
Fora destas obras mais sérias e extensas, Guilherme é autor duma série de arranjos do tipo “miscelânea”, e de hinos avulsos.
Escreveu a música do “Hino do Aeroclube do Brasil”, cuja letra  é de Mário Barreto França. Foi ele o compositor do hino Oficial do I Congresso da Mocidade Batista Brasileira. “Com a Bíblia, um mundo novo” esse foi o tema do primeiro Congresso da Mocidade Batista Brasileira, realizado por jovens do Rio de Janeiro e São Paulo que se uniram em torno do projeto, em 1949, no Colégio Batista do Rio de Janeiro.
Neste, ele colaborou com o autor da letra, Gerson de Oliveira.
Na Primeira Campanha de Evangelização no antigo Distrito Federal,  Guilherme Loureiro e a poetisa Daria Gláucia Vaz de Andrade colaboraram no hino oficial  “Ide à Luta”  Desde 1949, Guilherme está à frente do Coral Excelsior.  Nas próprias palavras do regente, o Coral foi criado “para levar o evangelho fora das igrejas”. E este alvo, o Coral jamais perdeu de vista. É esta a sua característica predominante. Hoje, há muitas repartições públicas onde a pregação do evangelho não constitui um fato tão estranho, pois o Coral Excelsior já cantou em suas dependências. O Coral Excelsior tem cantado em várias emissoras de rádio e TV em vários estados. Aqui na Guanabara. foi o primeiro coro evangélico a pisar no famoso palco do Teatro Municipal, e o fez atendendo a generoso convite daquela casa.
Quando Guilherme Loureiro não estava  no seu serviço o IPEG, Instituto de Previdência do Estado da Guanabara, onde foi funcionário por mais de 30 anos, ou não está operando  com a música , os seus passatempos prediletos são a pintura e a fotografia. Guilherme já fez um curso de pintura e entrou em várias exposições, conseguindo numa delas a medalha de prata. Quando o Coral Excelsior apresentava o oratório “A Dádiva de Deus'”, geralmente Guilherme colocava em exposição , numa sala anexa, alguns quadros por ele pintados em que tentou colocar na tela aquelas mesmas cenas por ele descritas através da música.
Seu gosto pela arte ia muito além da música sacra. Era um exímio pintor plástico, tendo sido inclusive premiado em várias exposições de artes plásticas e criou a capa do LP  Avante Excelsior (foto).



Guilherme Loureiro foi um músico incansável.
É infatigável quando a música está na ordem do dia.  Era  um homem realmente dedicado à música. Quando ergue a batuta, ele assume atitudes até severas no seu desejo de conseguir do seu coro o que almeja.  Quando não consegue, por qualquer motivo, ele mostra facilmente a sua insatisfação.
Mas, para conhecer bem o homem Guilherme Loureiro, é preciso conhecê-lo quando ele baixa a batuta. É um homem de um mui grande coração, excelente companheiro, simples, modesto auxilio e sempre pronto a ajudar aqueles que precisam de auxílio.
É este o homem que está à frente do nosso Coral.  É nosso desejo que o Coral, com o seu infatigável regente, continue por muitos anos pregando o evangelho. Podemos dizer de todo o coração: “Avante Excelsior”.

Do seu casamento com Tamar Loureiro, tiveram 2 filhos.
– Eduardo Portugal Loureiro
– Edna Portugal Loureiro

Guilherme foi um apaixonado também pela fotografia, amava fotografar, e foi nessa peculiaridade que se forjou nossa amizade, nos idos de 1966, pois tanto ele como o maestro Jarib Feitosa, passaram e me orientar na arte fotográfica.
Inúmeras vezes Guilherme me passava sua câmera EXA de fabricação russa , novinha, e me pedia para fotografar algumas apresentações do Coral Excelsior, do qual vim a fazer parte de 1967 até 1972.  Foi nossas lembranças e “altos papos”  que me levou a elaborar esse memorial ao meu amigo Guilherme.
Me incomodava muito a ausência de uma citação sequer nas páginas sociais e na “net” que fizessem referência à este grande compositor sacro e brilhante regente. 
Tomado por esse desejo de corrigir essa injustiça histórica, e ultrapassando todas as barreiras e omissões injustificáveis,  pesquisei durante meses sobre fatos na vida de Guilherme, consultando até no Seminário Teológico de Pricenton e buscado dados originários em cartórios de registros de pessoas naturais, atas da Igreja Batista do Engenho de Dentro, para ser o mais fiel possível à história do Guilherme, já que grandes contradições e erros crassos nos achismos de sua biografia permeavam sua pseuda biografia e não correspondiam à verdadeira história desse “Grande Vulto da Música Sacra”. 
Afinal :  se Deus é por nós, quem será contra nós ?”

Guilherme faleceu em
16/02/2004 às 21:10  no Pronto Socorro da Cidade de Araruama/RJ. Aos 87 anos de Idade. Nessa época já era casado pela segunda vez com a Sra. Francisca de Oliveira Loureiro.
Registro em 26/02/2004.
Registro no 1º RCPN de Araruama

Texto: Silas Andrade

© 2024 de Silas Rodrigues Andrade – Usado com permissão

FONTES

ICHTER, Bill H:  Grandes vultos da música evangélica. JUERP. 1967. Princeton Theological Seminary.
https://www.hinologia.org/bill-ichter-o-hinologo-ivo-seitz/

BRAGA, Henriqueta R F :   Música Sacra Evangélica no Brasil  –  Kosmos 1961.

O CRISOL  :  Órgão Oficial  da Assembléia da Mocidade Batista Carioca. Nº 269. Janeiro /Junho 1950.

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2 Resultados

  1. LAUDELINO GOMES DE OLIVEIRA disse:

    Muito bom ler o resumo bibliográfico deste talentoso cidadão, que tanto dedicou-se à música sacra como compositor regente e tendo outras habilidades nobre no campo da arte da pintura e da fotografia.
    Viveu seus últimos anos com minha tia Francisca Gomes de Oliveira (ainda viva), que dedicou-se a êle com muito amor e carinho, mo fonal de sua vida.

  2. Jairo Peixoto disse:

    Excelente! Homenagem e talentos merecidos

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