Albert Ream (1913-1996)
Albert Willard Ream (1913-1996)
Albert Willard Ream nasceu em 12 de Julho de 1913, em Cleveland, Ohio, EUA. Estudou música no Westminster Choir College, em Princeton, Nova Jersey, EUA, além de formar-se em Composição e Orquestração pela Universidade de Columbia, Nova York.
Viajou pela Europa (1934) como membro do Westminster Choir, onde conheceu Ethel Dawsey, filha do Bispo Cyrus Basset Dawsey (1886-1976), da Igreja Metodista do Brasil. Albert e Ethel se casaram e resolveram dedicar as suas vidas ao ministério de música sacra no Brasil.
Ambos vieram ao Brasil em 1937, como missionários da Igreja Metodista, para trabalhar na área de música. Aqui ficaram por 20 anos, até 1957, trabalhando no setor de Música Sacra nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, na Igreja Metodistas de Juiz de Fora, IM de Piracicaba e IM Central de São Paulo.
Regeu com eficiência coros nas igrejas onde atuou com sua esposa, com destaque ao Coral da Igreja Metodista (SP) na década de 40. Sempre complementaram suas atividades com aulas de Música, o que culminou na fundação, no Rio de Janeiro, da Escola de Música Sacra no Colégio Bennett (1949), que foi uma grande Escola de Música Sacra no Brasil. Esta escola foi dirigida, até o ano de 1957, por ele e destinava-se a formar e capacitar musicalmente futuros regentes de coros, organistas, instrumentistas e cantores para as igrejas; manteve um coral misto de qualidade, editou músicas sacras em editora própria, e promoveu gravações, também em estúdio próprio, sob a etiqueta Fidélis.
Ream sempre teve o ensino como fundamento para o crescimento da atividade musical nas igrejas, resultante de sua visão missionária pedagógica.
Seus arranjos e composições são grandemente utilizados nos corais protestantes. Realizou inúmeras palestras em Seminários, Congressos e eventos relacionados à música.
Escreveu muitas peças originais, traduziu e adaptou músicas para todas as idades. Era muito reservado, não gostando de apresentar-se em público. Muitas músicas suas foram publicadas com pseudônimo e nunca colocava o seu nome como regente nos programas que o Coral da Igreja Metodista Central em São Paulo preparava.
Paralelamente, a Música sacra europeia foi sendo valorizada lado a lado com a música popular brasileira, contextualizadas na nossa cultura, com características próprias. Assim foram criadas letras e músicas autóctones, sendo posteriormente conhecidas e reconhecidas em outros países. Tanto em suas composições como nas coletâneas idealizadas por Ream, notamos a prática musical protestante adotada por Lutero, voltada ao uso de melodias simples, muitas vezes de uso popular, com letras adaptadas, visando a fácil fixação das mensagens bíblicas. Neste contexto, Ream desempenhou um papel importante, bem como a sua esposa Ethel.
Ream, apreciador da música clássica, fez questão de valorizar e aproveitar a música que nascera do povo brasileiro, fornecendo-lhe, nas novas poesias sacras criadas, uma voz para pronunciar o louvor a Deus e a apregoar as suas maravilhas.
Sua esposa, d. Ethel Dawsey Ream, é a autora de Histórias de Hinos (1939) e Nossos Hinos e sua História (1951).
Foi com sua esposa para Buenos Aires, Argentina, onde permaneceram por três anos.
Em seu retorno aos EUA, passou a ensinar na Florida Southern College (FSC), onde formou um coro de sinos manuais que viajava por todo Estado da Flórida para representar a FSC.
Após várias décadas de serviço ao reino de Deus, Ream faleceu em 22 de abril de 1996.
Arranjos:
- Alegria de Natal (Pinheirinhos que alegria)
- Ouvi o Salvador Dizer
- Repousa Tranquilo
Composições:
- A Vila Pequenina
- Oração pelos Noivos
- Cantares
- Pai Nosso
- Sentinela
- Quão Formosos
- Hosana
- Natal
- Sinos do Ano Novo
- Estrela Benfazeja
- Salmo 5
- Salmo 23
- Salmo 34
- Salmo 96
- Santo, Deus dos Exércitos
Cantatas:
O Esperado das Nações, A Vila de Belém, Opereta Hellabruns, Reino do Amor (sobre o livreto de Jurema Tavares – 1957), Canção do Trabalhador, Canção do Exílio, Num Recanto, Qual Fada Mimosa, Saudade
Outros:
- Compôs a música do Hino Oficial da Comissão de Educação Religiosa e Atividades Leigas (CERAL): O Brasil para Cristo (cuja letra foi composta pelo dr. Hélio Amaral Camargo)
- Realizou diversas gravações com alunos do Colégio e uma gravação com o Coro da Igreja Metodista de São Paulo.
- Participou da Comissão de Música do Hinário Evangélico (1935) onde Presbiterianos e Metodistas de uniram para elaborarem um hinário destinado a todos os membros da CEB (Confederação Evangélica do Brasil) e outras confissões que desejassem usá-lo. A Igreja Metodista do Brasil o adotou como seu hinário oficial até o dia de hoje.
- Criou do Instituto Coral de São Paulo, sob a orientação da Junta Geral de Educação Cristã.
- Editou as coletâneas Série de Música Coral e Hinário da Cruzada Infantil Metodismo e Música Sacra (São Bernardo do Campo)
- Publicou Um Estudo sobre a Voz Infantil (SP)
- Auxiliou sua esposa, Ethel Ream, na publicação do livro Histórias de Hinos (publicado pela Junta Geral de Educação Cristã da IMB, em 1939).
- A partir do Instituto Coral, publicou a coleção Sinos, que saía duas vezes ao ano, de 1946 a 1948, onde traziam programas, inclusive para o Natal, músicas (incluindo também composições e arranjos de hinos por Ethel Ream).
Pesquisa e Compilação: Carmen Lício
Revisão: Joaquim Júnior
Nota: Os textos inclusos nesta pesquisa foram retirados parcialmente dos locais abaixo indicados.
Referências Bibliográficas:
Braga, Henriqueta R. F. Música Sacra Evangélica no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos Editora, 1961.
Carrieri, Mildred G. Albert Ream e sua contribuição para a música sacra no Brasil. São Paulo: Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Kerr, Dorotéa. Catálogo de Órgãos da cidade de São Paulo. São Paulo: Annablume, 2001.
Kerr, Samuel. A História da Atividade Musical na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo – Uma fisionomia possível. São Paulo: Instituto de Artes da UNESP, 2000.
Mulholland, Edith B. HCC – Notas Históricas. Rio de Janeiro: JUERP, 2001.
Reily, Duncan Alexander – Metodismo e Música Sacra em São Bernardo do Campo. São Paulo: Revista Caminhando, vol. 9, n. 1 [15], 2005
Ribeiro, Maria de Lourdes Campelo. O Canto Desenvolvido nos Corais. Academia Nacional de Música. Rio de Janeiro, 1999. Vol X, p.74-77
Wanderley, Ruy. História da Música Sacra. São Paulo: Imprensa Metodista, 1977
© 2020 de Carmen Lício – Usado com permissão
Que belíssimos composições! Muito obrigada por compartilhar esses detalhes /hinologia.org. Louvo a Deus por servos que dedicaram suas vidas em prol da obra do Senhor. Belíssimos louvores. Santo Deus!
Boa tarde!
Há alguma gravação da cantata O Esperado das Nações?