A Ceia do Senhor
A Ceia do Senhor
Letra: Jerônimo Gueiros (1880-1953)
Músicas: 1.ª Ludwig Van Beethoven (1770-1827), 1803
2.ª Robson Junior, 2017
Acerca deste hino, o Hinólogo e Compositor Presbiteriano Ruy Wanderley registra:
“Texto dos mais felizes do Rev. Jerônimo Gueiros, este hino de comunhão seta associado à melodia SARDIS, uma das adaptações feitas a partir de uma oba de Beethoven. Neste caso, o aproveitamento foi feito de um dos temas do Romance para violino e orquestra, op. 40, composto em 1803. Letra e Música aparecem juntas nas edições do Hinário Evangélico (1952 E 1960), Salmos e Hinos (1975) e Novo Cântico (N.º 344).”¹
Sua primeira estrofe expressa o que o apóstolo Paulo destaca em sua narrativa da instituição da Ceia do Senhor, em I Coríntios 11:23-30. Embora esta Ceia seja uma celebração comunitária dos remidos de Deus, é cada indivíduo que se beneficia espiritualmente dos elementos que representam o corpo e o sangue de Cristo Jesus. Cada crente é que se expressa “Eis-me aqui…” pois cada indivíduo é responsável de examinar-se a si mesmo antes de comer o pão, e beber do cálice, que anunciam a morte do Salvador (I Coríntios 11:26). O versículo 24 alude ao corpo físico de Cristo, quebrado na cruz do Calvário mas que, ressurreto, retornará para os seus fiéis. O cálice nos oferece espiritualmente o sangue do cordeiro imaculado de Deus, vertido pelos seus remidos. Este ato do povo de Deus, cada vez que ocorre, é outra maneira de proclamar o significado da morte do Filho de Deus até o seu retorno para levá-los ao lar celestial, no tempo determinado pelo Pai. Tal sacrifício representado pelos elementos que Cristo mesmo designou e instituiu para esta refeição espiritual, deixa diante de cada participante um lembrete maravilhoso do enorme amor que a cruz e a ressurreição expressam, e nos concede ânimos renovados, na certeza do retorno do Mestre para nos conduzir às mansões na glória, que Ele está preparando para os Seus fiéis para habitação e gozo por toda a eternidade!
Nascido em Pernambuco em 1880, Jerônimo foi o décimo dos doze filhos de Francisco de Carvalho Silva Gueiros e sua esposa Rita Francisca Barbosa da Silva. Cada um daqueles filhos se tornou patriarca dos vários ramos da família Gueiros. Quando ainda adolescente, Jerônimo professou a sua fé em Cristo como único Salvador e Senhor, influenciando a conversão de seu próprio pai e seus quatro irmãos mais velhos. Foi na Cidade de Garanhuns que ele completou sua educação preliminar, ingressando também ao seminário teológico que, então ocupava aquela cidade. Iniciou seu ministério bem jovem, tendo sido ordenado ao sagrado ministério com a idade de 21 anos. Foi inicialmente pastor da Igreja Presbiteriana de Fortaleza, no Ceará, após o que se transferiu para a cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, assumindo o pastorado da Igreja Presbiteriana daquela metrópoles. Foi em Natal também, onde ele se distinguiu como professor de Português, conquistando a cátedra após um concurso que lhe permitiu ensinar por muitos anos na Escola Normal daquela cidade, além de fundar, bem como reorganizar escolas que grandemente influenciaram muitos naquela capital. De lá, retornou ao seu estado à convite do então Governador de Pernambuco para dirigir a Escola Normal do Recife. Ao mesmo tempo, ele também fundou a Igreja Presbiteriana da Boa Vista que ainda atua na capital Pernambucana e em cujo púlpito tive o privilégio de pregar. Foi autor de inúmeros livros, panfletos, e artigos em jornais dos quais ele foi editor e redator. Por muitos anos foi membro da Academia Pernambucana de Letras, assim como seu Presidente com a mais longa gestão. Foi também diretor da Associação Cristã de Moços do Recife, assim como membro do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco.
Como figura literária, ele demonstrou sua maestria como poeta, jornalista, e autor prolífico. Foi também plantador de igrejas, pregador eloquente, professor influente, fundador de educandários e líder denominacional evangélico. A grandeza do seu impacto foi baseada no que um de seus biógrafos descreveu: “Nunca admitiu a neutralidade entre a luz e as trevas, entre o bem e o mal, entre o erro e a verdade.” Por isso, e muito mais, ele veio a ser referido por muitos, pelas designações “O Leão do Norte” bem como “A Águia do Norte.”
Apresentamos a nova melodia Memória, composta pelo jovem Hinólogo Robson José dos Santos Junior.
Notas:
¹. I WANDERLEY, Ruy. História da Música Sacra. São Paulo. I. Metodista, 1977, p.38
A Ceia do Senhor
Letra: Jerônimo Gueiros (1880-1953)
Músicas: 1.ª Ludwig Van Beethoven (1770-1827), 1803
2.ª Robson Junior, 2017
Eis-me aqui, Senhor bondoso,
Tua Ceia a celebrar,
E por ela, neste instante,
Tua morte anunciar.
Através do pão partido,
Vem fazer-me discernir
O teu corpo glorioso
Que nas nuvens há de vir.
Do teu sangue e tua carne
Pela fé já me nutri,
Pois da Vida o Pão me deste
Quando em ti, Jesus, eu cri.
Proclamando a tua morte,
Eu relembro o grande amor
Que inspirou teu sacrifício
Por mim, pobre pecador.
Que o amor aqui lembrado
Venha encher o coração
Dos que jazem separados
Desta doce comunhão!
A Ceia do Senhor
Letra: Jerônimo Gueiros (1880-1953)
Métrica: 8.7.8.7.
Músicas: 1.ª Ludwig Van Beethoven (1770-1827), 1803
2.ª Robson Junior, 2017
Título original em Português: “Ceia Eucarística”
Nome das melodias: 1.ª SARDIS / 2.ª MEMÓRIA
Primeira linha da primeira estrofe: Eis-me aqui, Senhor bondoso
Fonte original em Português: Hinário Evangélico, 1952
Referências Bíblicas: I Coríntios 11.24
Arranjadores: Marcio Lisboa, 2017
Muito bom caro Robson! rs
Deus vos abençoe!!! Parabéns!
ADORO OS HINOS ANTIGOS