Renato Ribeiro dos Santos (1898-1967)

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Renato Ribeiro dos Santos (1898-1967) 

Renato Ribeiro dos Santos

Renato nasceu em 03 de Dezembro de 1898, em Brotas (SP). Desde a sua infância demonstrou talento para a música. Estudou em Dois Córregos, Campinas e São Paulo, todas estas cidades no Estado de São Paulo, completando cursos superiores de Música e Teologia.

Foi professor licenciado em diversas matérias – lecionou português, latim, francês, pedagogia e música em diversos colégios, entre os quais “Cesário Mota” em Campinas-SP e “Americano” em Vitória-ES. Compôs hinos (letra e música) para diversos educandários, entre eles o Conservatório Musical Carlos Gomes, e o Colégio Americano de Vitória.

Dentre suas músicas algumas foram transcritas para violão por seu amigo Francisco Nogueira: “A Roda D’Água” (reminiscências da infância) foi transcrita para orquestra de cordas numa promoção da Rádio Gazeta de São Paulo; “Saudade” (meditação) foi transcrita para orquestra de cordas por Mário Monteiro, e para violoncelo por Edgar Van Bem Branden. A suíte “Páginas da Vida” foi transcrita para orquestra de câmara por Leon Kaniesfky.

Pastoreou igrejas rurais e em cidades maiores: Rio Claro, São Carlos, Catanduva, São Paulo, Santos, Santa Bárbara d’Oeste (todas em São Paulo), Vitória (ES), etc… Nesses locais organizou corais e desenvolveu a qualidade da música congregacional (dava verdadeiras aulas à congregação sobre a maneira de cantar, e usava uma frase em especial: “Respirem pelos pés!”. Em Santos (SP) organizou o ‘Coral Unido’, formado por cantores de várias denominações, para cantarem em programas radiofônicos. Escritor, colaborou com o periódico presbiteriano ‘O Puritano’, escrevendo na seção ‘Hinologia e Educação Religiosa’.

Em diversas cidades criou e dirigiu corais com participantes das diversas denominações: batistas, metodistas, congregacionais, etc.

Deixou um legado de cerca de 80 composições, muitas editadas; obras para piano (algumas transcritas para orquestra) e na música sacra, cerca de 30 hinos, sendo bastante difundidos. D. Norah Buyers compilou e selecionou algumas das suas músicas. Fez arranjos e adaptações, surgindo assim o álbum (31 músicas) e o disco (13 músicas). Fazendo assim parte da ‘Música Sacra Brasileira’, de Renato Ribeiro dos Santos, sendo alguns gravados pelo Centro Audio-Visual Evangélico (CAVE).

Os hinos mais conhecidos são: ‘Cristo Redentor’, ‘Quem salva é só Jesus’, ‘Mocidade fiel, redimida’, e o famoso ‘Sonda-me, ó Deus’, originalmente ‘Prelúdio nº. 3’, arranjado para vozes mistas por Albert Ream e Carlos C. Zink (em ‘Hinos Evangélicos para coros mistos’, I. Metodista, 1954).

Seus hinos “Sonda-me, ó Deus” e “Sofreste, Senhor” foram gravados pelo barítono Tom Foley. “Sonda-me” foi gravado também por Lêda Lintfort e Dorotéa Kerr (Grande Coral Evangélico).

O Reverendo Renato Ribeiro dos Santos esteve doente, com Mal de Parkinson, durante muitos anos. Mas o seu otimismo jamais o abandonou; mesmo na fase mais aguda da doença tinha sempre um sorriso e palavras de ânimo.

A Câmara Municipal de Vitória-ES, através do Ofício 051/83, em 21 de setembro de 1983, determinou a criação da Rua Professor Renato Ribeiro dos Santos, situada no Bairro Maria Ortiz, Vitória-ES (CEP 29070-310).

O Senhor chamou esse servo dedicado no dia 15 de maio de 1967, em Rio Claro (SP). Palavras de sua filha, Wanda Ribeiro de Moraes, num artigo publicado no ‘Louvor Perene’, nº. 52, 1973:

“Lendo o que pessoas de diferentes formações e lugares escreveram sobre o meu pai, verifiquei três notas constantes: todos aprenderam, captaram, como facetas marcantes de seu caráter, a alegria, o otimismo e a simplicidade. Três notas harmônicas formando um acorde perfeito. Como filha, posso afirmar que assim realmente foi: esses três traços se firmaram como dominantes na personalidade de meu pai, quer no convívio familiar, quer como pastor, professor, poeta e músico.”

Pastor presbiteriano, professor, compositor, regente, organista, escritor e poeta, o querido e saudoso Rev. Renato tem lugar de destaque na nossa Música Sacra.

Ruy Wanderley
Fonte: Coletânea Hosiana, Gráfica Redijo, 1983.
Inclusões:
Hinologia Cristã em 2023, através de material cedido por Wanda Ribeiro dos Santos
© 1983 de Ruy Wanderley / 2023 de Hinologia Cristã – Usado com permissão

 

O Coro e a Congregação

Rev. Renato Ribeiro dos Santos (1898-1967)

Qual a relação que existe entre o coro e a congregação?

É a pergunta oportuna que deve sacudir a consciência das igrejas.

Há um número relativamente grande de igrejas onde quase não se ouve o canto congregacional. As congregações mudas assistem, como se fora espetáculo, a audição pelo coro, enquanto que este exibe vários números durante os serviços religiosos, enchendo todo o programa, não dando tempo a que o povo de Deus tome parte numa das coisas mais agradáveis e mais belas do culto: o cântico sagrado.

Igreja muda é igreja triste e sem vida. Não vibra. Não atrai.

Prédicas cheias de poder e orações fervorosas levam à congregação o desejo de cantar. Há, na igreja, três ministérios: o do sermão, o das orações e o da música. Em todos há uma mensagem. O pregador toma parte principal no primeiro; o povo acompanha o segundo e toma parte ativa no último. Na música cantam-se os hinos com seus versos inspirados com os quais o povo louva a Deus, recebe doutrina e evangeliza; é a arte posta a serviço do Reino de Deus, a bem da cultura na comunidade e da beleza do culto.

O coro tem o seu lugar de honra na Igreja. É instituição eminentemente educativa e orientadora. Onde há bom conjunto coral, o povo canta melhor. O coro a pouco e pouco vai mostrando à congregação a diferença entre entoar com suavidade um hino e dar berros estridentes, com o pescoço inchado, cheio de veias saltadas e vermelho de camarão.

Qualquer conjunto coral desce de seu alto posto, quando procura promover a sua própria glória por meio de exibições. Continuará, porém, no seu glorioso pedestal, quando seu objetivo é servir a Deus e sua Igreja; é oferecer-lhe o melhor espírito; é cantar no espírito de oração; é oferecer à congregação quando esta canta, seu apoio e cooperação.

Um coro bem orientado, escolhe seu repertório sempre de acordo com o pastor, a fim de que haja unidade entre o canto pelo conjunto coral e o resto do culto. Além disso, será uma grande bênção para a congregação, quando cantamos juntamente com esta, todos os hinos do programa de culto, a quatro vozes, bem ensaiados, em perfeito entendimento muito louvável e altamente simpático. Basta isso para que o coro obtenha o apoio da igreja e colabore na promoção da unidade e no amor fraternos.

Não há necessidade de que o coro entoe mais do que um hino.

Faça-o, porém, com perfeição, para louvor de Deus. E enquanto canta o coro, conserve-se a congregação em silêncio e em oração. Esta é a hora propícia para se pedir a Deus que use o coro da igreja para Sua glorificação e para conversão de almas.

Rev. Renato Ribeiro dos Santos (1898-1967)

© Família Ribeiro dos Santos – Usado com permissão
“Publicado originalmente em: Louvor Perene nº 36 – Janeiro, Fevereiro e Março de 1969”

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2 Resultados

  1. Paulo Ribeiro dos Santos Filho disse:

    Renato Ribeiro dos Santos, meu tio avô que não conheci, irmão de Eurico Ribeiro dos Santos meu avô, figuras que buscaram honrar a história da Igreja Presbiteriana do Brasil foram testemunhos da presença de Cristo em suas vidas .

  2. Alcides Teixeira disse:

    São pessoas como essa que dignificam o ser humano ; Deus há de tê-lo em bom lugar , benfeitor que foi da humanidade. !

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