Clint Kimbrough (1932-2016)

BiografiaEntrevista

Clint Kimbrough (1932-2016)

“O Homem de Sete Instrumentos”

Pr. Clint Kimbrough

Assim ficou conhecido no Estado do Rio de Janeiro o personagem que destacamos em “O Jornal Batista”, na Coluna “Canto Musical” de Dezembro de 1970. De fato, ele tocava órgão, piano, harmônio, trombone, “escaleta”, auto-harpa, acordeão e violão. Mas dizer somente que ele “tocava” piano era não dizer a verdade toda, pois o fato é que ele conseguia que o piano falasse e com permissão do exagero literário, que o próprio instrumento d e r r a m a s s e   a “sua alma”.

Quem já o ouviu tocar sabe que foi um exímio pianista. Dirigindo-se cânticos congregacionais com ele acompanhando ao piano, sentia-se uma segurança total. Era daqueles que tocam o hino em qualquer tonalidade, e que prestam atenção à pessoa incumbida da direção do cântico.

Mas, quando pensamos nesta pessoa, o que vem à mente em primeiro lugar não é a sua capacidade artística, e, sim, a sua simplicidade, humildade e dedicação.

O meu filho Nelson, sem querer e em poucas palavras, talvez tenha melhor caracterizado o nosso personagem do que qualquer outra pessoa. Fazendo referência à sua pessoa certa vez, a sem poder lembrar-lhe o nome, meu filho disse: “Você sabe quem é, pai; aquele homem que sempre está sorrindo, mesmo quando está zangado.”

Esta é a faceta mais em evidência da personalidade do Pastor Clint Kimbrough, missionário norte-americano, que dirigiu o Departamento de Música da Junta Coordenadora da Convenção Batista Fluminense. Parecia até que era mineiro, pois trabalhava no mais absoluto silêncio. Mas assim como acontece com nossos amigos mineiros, o seu silêncio era um silêncio que enganava. Por esta e outras razões, queríamos escrever hoje algo sobre a vida deste dedicado servo de Deus.

Clint Kimbrough nasceu no dia 14 de novembro de 1932 na cidade de Brooksville, Estado de Flórida, Estados Unidos da América do Norte. Desde a sua infância, Clint nunca deixou de participar dos Trabalhos da Escola Bíblica de Férias. Ele se converteu aos 9 anos e nesta mesma época foi convidado para trabalhar na EBF da sua igreja. Com 13 anos, ele estava dirigindo um conjunto coral composto de 30 jovens batistas.

Por causa da sua jovialidade e “jeito” de trabalhar com crianças e jovens, os serviços do Pastor Clint foram muito requisitados.

Possuindo o grau de bacharel em Artes pela Universidade de Stetson em Flórida, e o de Bacharel em Música Sacra pelo Seminário Teológico Batista em Fort Worth, no Texas, o Pastor Clint trouxe 20 anos de experiência como pastor e diretor de Música para a Junta Coordenadora Batista Fluminense. Além destas atividades, o Pastor Clint Kimbrough foi professor de música no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e no Instituto Batista de Educação Religiosa.

Dissemos que ele trabalhava em silêncio. Só em 1970, ele dirigiu, “na surdina”, 20 “institutos” de música nas associações do Estado do Rio. Se apresentou em recitais de música em Blumenau, Governador Valadares, Juiz de Fora e Guanabara; dirigiu a música para séries de conferências, inclusive numa semana de “impacto” em Cruz Alta, Rio Grande do Sul; foi diretor de música de um acampamento de estudantes em Curitiba e de um acampamento de Embaixadores do Rei no Estado do Rio. O Pastor Clint Kimbrough também acompanhava ao piano a sua esposa Dolores, dona de uma privilegiadíssima voz, em inúmeros recitais pelo rádio e pela televisão.

O casal Kimbrough teve 3 simpáticos filhos: “Carol Leslie” (7), Robert Lane (9) e Margaret Leigh (13), e, como seria natural, todos os três revelaram uma forte queda para a música.

Em 1964 e 1966 Clint Kimbrough foi eleito “Homem Jovem do Ano” das cidades de Pelham e Cedartown no Estado de Geórgia.

Os batistas fluminenses escolheram bem quando convidaram este servo de Deus para dirigir o Departamento de Música da Junta Coordenadora. E “O Homem de Sete Instrumentos” deu conta do recado. Não fez muito barulho, mas trabalhou correta e seriamente e estabeleceu uma base firme para o bom desenvolvimento do trabalho de música sacra no Estado do Rio.

Durante a Convenção Batista a realizar-se em Campos nos dias 20-27 de janeiro de 1971, os batistas de todo o Brasil conheceram melhor o Pastor Clint Kimbrough, pois foi convidado, por quem foi eleito direto de música daquele conclave, para servir como Coordenador de Música Especial.

Clint Kimbrough faleceu em 24 de Maio de 2016, em Boone, Carolina do Norte.

Bill H. Ichter

“Publicado originalmente em: “O Jornal Batista”, Ed. , Dezembro 1970, pág. 4”
© 1970 de Bill H. Ichter / Atualização do texto (2016): Robson José – Usado com permissão

Clint Kimbrough: Um obreiro preparado para uma obra de fôlego

            “Nossa prioridade é a preparação do ‘Hinário para o Culto Cristão’, revela o superintendente de música.

(Em 1990, Clint tinha sido o superintende de música da JUERP e um dos membros da Comissão, que, em 1991, lançou o HCC)

Antes de vir para o Brasil, em 1967, como missionário da junta de missões da convenção batista do Sul dos Estados Unidos da América, estudou na universidade de Stetson, Flórida (bacharelado em artes, 1950-1954) e no seminário de Fort Worth, Texas (bacharelado em teologia, 1954-1955; mestrado em música e teologia, 1959-1962) e trabalhou em várias igrejas do Texas e da Geórgia, e do seu estado natal, a Flórida.

Esse obreiro assim preparado para funções administrativas e docentes é Clint Kimbrough; foi diretor dos departamentos de música da Convenção Batista Fluminense (1967-1980) e da JUERP (1891-1989), além de professor no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e no Instituto Batista de Educação Religiosa.

Clint, atualmente, é o superintendente de música da JUERP e um dos membros da Comissão do hinário de 1991.

Em sua profícua gestão, tem continuado a edição da revista de música “Louvor”, idealizada por Bill Ichter e fundada por Horace Victor Davis, e publicou em português duas das mais importantes obras da música sacra coral, os oratórios “Messias”, de Haendel, e “Elias”, de Mendelssohn. É um obreiro que sabe escolher a obra a ser editada pela JUERP.

Graças ao seu decidido apoio, há mais de cinco anos (ver: O JORNAL BATISTA, 07.10.84, p. 02) está sendo preparado um novo hinário para os Batistas no Brasil.

Certamente por causa de sua valiosa contribuição ao aperfeiçoamento da música em nossa Denominação, a Associação dos Músicos Batistas do

Brasil, em janeiro deste ano, por ocasião do congresso realizado em Belo Horizonte (MG), agraciou Clint Kimbrough com o Prêmio “Arthur Lakschevitz” (1990).

Eis as suas respostas ao nosso questionário:

Nassau – Qual tem sido, nos últimos anos, o trabalho da Superintendência de Música da JUERP na edição de obras de música sacra?

Clint – Nos últimos 10 anos (nove dos quais funcionando como Departamento, e neste último como Superintendência de Música da JUERP), produzimos muitas obras, como oratórios (“Messias”, de Haendel, e “Elias”, de Mendelssohn), cantatas para crianças, adolescentes, jovens e adultos, coletâneas de músicas compiladas pelo Seminário do Norte (“Coral Sinfônico”, 4 volumes) e pelo Seminário do Sul (“Sons da Colina”), músicas avulsas da Série “Louvor Avulso” (20 músicas, na maioria de compositores brasileiros), livros didáticos (cinco lições práticas de canto, regência e leitura musical), folhetos didáticos (Série “Ministério de Música Cristã”: nº. 1 – “Fundamentos da Música Sacra nas Igrejas Batistas do Brasil”; nº. 2 – “Fortalecendo a Igreja no Uso da Música Sacra!; 3 – “Educação Musical nos Coros Graduados”; nº. 4 – Adolescer na Graça”; nº. 5 – “O Jovem e a Música na Igreja”).(Em 1991 – no. 6 – “Cantemos nossa Fé”; em 1992 – no. 7 – “A Música no crescimento da Igreja). A publicação básica e fundamental da Superintendência de Música é a revista “Louvor”, que é uma publicação trimestral e já celebrou 10 anos de publicação. A Superintendência de Música continua a reimprimir as obras de maior utilidade da Denominação. Também temos dado todo o apoio e auxílio à Associação dos Músicos Batistas do Brasil (AMBB) nos seus congressos anuais, que ocorrem antes das assembleias da CBB, e em outras reuniões de líderes, como o 1º. Encontro Nacional de Ministros de Música, em Brasília, durante os dias 1, 2 e 3 de agosto de 1990. Temos auxiliado a AMBB com a propaganda dos seus eventos e na preparação de todo o material usado. A Superintendência de Música da JUERP tem como prioridade a preparação do “Hinário para o Culto Cristão”, que será um hinário alternativo para uso em nossas igrejas. O lançamento será na 72ª. Assembleia da CBB, que será realizada em janeiro de 1991 em Niterói (RJ). Neste ano também celebraremos o centenário da publicação do tão amado “Cantor Cristão”.

Nassau – Qual sua opinião sobre a criação de uma empresa fonográfica, vinculada à JUERP e colaborando com a JURATEL, para a gravação de música sacra de mais alto nível técnico e artístico.

Clint – Não há necessidade de criarmos uma empresa fonográfica, vinculada à JUERP, visto que já temos um setor, dentro da Superintendência de Distribuição e Marketing, chamado Gerência de Produções Fonográficas, que é responsável pelas gravações de músicas sacras. Reconhecemos a importância da Superintendência de Música assessorar este setor, na área técnica-musical. Assim, a responsabilidade nossa seria a verificação da boa doutrina, a letra e a redação das músicas, e não fazer ou vender os produtos fonográficos, desde que a produção exija uma perícia de alto nível. Tenho consciência de ter apresentado ao nosso povo gravações do mais alto nível técnico e artístico. Desejo também que essa Superintendência tome logo a iniciativa de produzir gravações que venham a ajudar os músicos das igrejas no ensino e treinamento dos corais.

Nassau – Qual tem sido o treinamento prático oferecido pela Superintendência de Música da JUERP aos obreiros (regentes, coristas, instrumentistas) das igrejas?

Clint – A filosofia da Superintendência de Música, no passado, foi oferecer treinamento através de Simpósios, Institutos e Clínicas Anuais, no âmbito nacional, com o alvo de incentivar os obreiros leigos a matricular-se nas instituições de música (seminários) e nos conservatórios e escolas seculares. Agora, com tantas pessoas bem treinadas e formadas em todo o Brasil, e com a grande quantidade de líderes nomeados pelas Convenções Estaduais, nosso alvo mudou. Temos trabalhado mais através dos departamentos de música e com os líderes musicais das Convenções. Estamos planejando Convenções Nacionais em Palma e no Sítio do Sossego”.

(Entrevista publicada originalmente em “O Jornal Batista”, 19 de Agosto de 1990, p. 2)
Música – Nº. 467
© 1990 de Rolando de Nassau –  Usado com permissão

Fotografia extraída de: “O Jornal Batista” (http://www.batistas.com/o-jornal-batista)

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4 Resultados

  1. Nadir Quadra disse:

    Deus me deu o privilégio de conhecer e ser abençoada com seus ensinos nas Clinicas de Musica que ele conduzia com tanta dedicação numa simplicidade única alcançando os músicos das mais diverdas classes técnicas.
    que Deus abençoe e console sua familia com as mais ricas bênçãos dos Céus.

  2. Nadir Quadra disse:

    Deus me deu o privilégio de conhecer e ser abençoada com seus ensinos nas Clinicas de Musica que ele conduzia com tanta dedicação numa simplicidade única alcançando os músicos das mais diverdas classes técnicas.
    que Deus abençoe e console sua familia com as mais ricas bênçãos dos Céus.

  3. Jônatas Fernandes disse:

    Que Deus abençoe a sua geração!

  4. Jônatas Fernandes disse:

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