Henrique Penno (1895-1974)
Henrique Rodolpho Penno (1895-1974)
Henrique Rodolpho Penno foi mais um daqueles vultos da denominação batista brasileira que começaram a sua vida “nos pampas” e cujos pais vieram da Europa para procurar uma nova vida no Brasil.
Nascido em Ijuí (R.G.S.) em 27 de setembro de 1895, filho de Gottlieb (Deus Ama) e Elisa Pais Penno, Henrique Penno foi posto cedo na vida em contato com várias línguas. Sua mãe, de Riga, Letônia, falava Russo, Leto, Alemão e Português, e seu pai, de Kiev, Ucrânia, falava Russo, Polonês, Alemão e Português. Foi este lar com certeza onde se falava muitas línguas que contribuiu para que mais tarde Henrique Penno se tornasse professor, em diversos colégios particulares e oficiais, de Alemão, Português, Inglês e Francês.
Gottlieb Penno, o pai de Henrique, trabalhava na agricultura, mas tinha muita fama na região como médico improvisado. Ele procurava ler tudo quanto possível sobre a medicina e adquiriu muita prática pela experiência. Muitas pessoas, quando quebravam algum osso, o procuravam. Às vezes, quando algum caso mais complicado se apresentava, de osso que pegou mal ele o quebrava na hora (sem anestesia) e logo endireitava. Dizem que nunca perdeu um cliente e que até os médicos encaminhavam pessoas acidentavas à Penno.
O lar de Gottlieb e Elisa Penno era onde reinava o amor. Henrique Penno disse que nunca se lembra de ter ouvido os seus pais brigarem. Queriam muito que os filhos estudassem música. Adquiriram 2 ou 3 violinos e foi com um destes violinos que Henrique começou a aprender as primeiras noções de música, de ritmo, de métrica, noções mais tarde notadas do hino 411.
Noves dos 12 filhos (pois 3 faleceram cedo na vida) de Gottlieb e Elisa foram batizados, frequentavam a Escola Bíblica Dominical e cantavam no coro da igreja.
Henrique Penno começou os seus estudos na escola primária em Linha 5, Rio Grande do Sul. Os seus estudos nesta escola foram feitos em alemão. O curso ginasial ele fez num Colégio Episcopal em Porto Alegre. Enquanto estudava em Porto Alegre, Penno passou um ano morando na residência do missionário Alberto Dunstan e trabalhou, na mesma época, na igreja de Dunstan. Dunstan incentivou o jovem Penno a prosseguir nos estudos no Colégio Shepard no Rio. Isto veio reforçar os estímulos semelhantes e constantes dados pelo grande amigo, incentivador e conterrâneo de Penno: Ricardo Pitrowsky.
Pitrowsky e Penno vieram juntos para o Colégio e Pitrowsky encorajava Penno quando as coisas não andavam bem.
Houve vezes quando Penno ia deixar o colégio porque não tinha mais dinheiro para ficar, mas Pitrowsky dizia: “Não tem importância, rapaz, você tem que continuar”. Várias vezes, Dr. Shepard chamou Penno e perguntou a respeito dos pagamentos atrasados. Apertou, apertou, mas deixou. Shepard então arranjava trabalhos para Penno como uma forma de pagar os seus estudos.
Penno estava certa vez encurvado, cortando lenha para o Colégio, quando D. Delfina de Jesus o viu e teve pena dele, arranjando-lhe outro serviço – o de copeiro. Mas logo ele, que tinha pouco jeito para esta nova profissão, derrubou uma bandeja nas costas de um seminarista, a sua nova carreira foi de pronto interrompida.
Quando estudava no Colégio Shepard era contemporâneo de Achilles Barbosa e evangelista da Igreja do Méier. Esta igreja foi organizada em 25 de dezembro de 1918 e Penno estava presente quando Entzminger aceitou provisoriamente o pastorado da igreja.
Um hino foi escrito por Penno especialmente para a organização daquela igreja. Talvez os poucos membros da igreja do Méier saibam disto, mas foi o próprio autor que disse: “Escrevi este hino para a organização da Igreja Batista do Méier”. O hino é o 411 do Cantor Cristão.
O hino fez parte duma pequena coleção de 60 hinos, feita por Ricardo Inke e Henrique Penno especialmente para uma festa no Colégio Shepard. O título do Hinário era Cantor da Chautauqua.
Quando a 17ª edição do Cantor Cristão saiu em 1921, a Comissão do Cantor achou por bem incluir vários hinos do Cantor da Chautauqua, e entre eles o hino de Penno. Penno disse que só sabia quando saiu a nova edição, e ficou surpreso e na mesma hora contente quando soube que o seu hino figurava no hinário da sua denominação.
Ricardo Inke, veio a substituir Entzminger no pastorado da Igreja Batista do Méier. Entzminger completou 7 meses e 3 semanas como pastor da igreja e depois viajou para os EE. UU. Em férias. Na posse de Inke como pastor da igreja, o evangelista Henrique Penno fez um bonito discurso, que comoveu a todos.
Mais tarde foi ele mesmo eleito o terceiro pastor daquela grande igreja. Ele ainda recorda de ter feito vários batismos no batistério da I.B. do Engenho de Dentro, porque naquela época a I. B. do Méier não tinha batistério.
Henrique Penno ainda serviu às seguintes igrejas como pastor: 1ª de Campinas, SP; 1º de Rio Claro, SP; Igreja da Lapa, SP; e Igreja de Cambuci, SP.
Foi professor de História no Colégio Batista de São Paulo.
Penno foi gerente da Caixa Econômica na capital paulista.
Pastor Henrique Penno foi casado em segundas núpcias com D. Dijanira Menezes.
Da falecida esposa ele teve quatro filhas: Cici, Lair, Cleri e Marly. Destas 4 filhas, teve 11 netos e 3 bisnetos.
Dijanira era viúva antes de casar com o Pastor Penno e mãe de 3 filhos: Celso, Janir e Edir.
Há muitos anos atrás, por decreto assinado pelo Prefeito do Município da Cidade, Henrique Rodolpho foi eleito “Cidadão Benemérito do Município” de Ijuí, R.G.S. É mui significativo ter a cidade nos festejos do seu centenário resolvido prestar esta homenagem ao Penno.
No fim de sua vida, Pastor Penno, apesar dos seus 80 anos de idade, ainda tinha um bom aspecto, espírito jovial, mente lúcida e boa memória.
Gostava muito de pregar sobre as parábolas, mas nunca se sentiu como um bom orador.
Henrique Penno faleceu na tarde de 2 de Agosto de 1974 na cidade de Niterói/RJ.
“Publicado originalmente em: “O Jornal Batista”, Ed. 6 , Fevereiro 1974, pág. 4 – “Coluna Canto Musical”
© 1974 de Bill H. Ichter – © 2015 (Adaptação): Robson José – Usado com permissão
Morre o autor de “Que alegria neste dia”
Com quase 79 anos, faleceu na tarde de 2 de Agosto, o pastor Henrique Rodolpho Penno, o autor do hino 411 do Cantor Cristão, “Que Alegria Neste Dia”.
O culto fúnebre foi dirigido sábado, 3 de agosto, pelo Pastor Nilson do Amaral Fanini, Pastor da Primeira Igreja Batista de Niterói, igreja onde Penno foi membro quando morreu.
Ao órgão, a D. Helga Fanini tocou suavemente a melodia do hino 411 enquanto Pastor Fanini leu as 4 estrofes do mesmo.
Posso imaginar que Penno, naquela hora, cantava o hino dele como nunca havia cantado antes pois desta vez cantava na presença do seu Salvador.
Fizeram o uso da palavra no culto os Pastores Raphael Zambrotti, Pedro Bruno, Paulo Guedes e Emílio Wondrascek.
O corpo do pastor Penno foi enterrado no Cemitério da Praça de Charetas, em São Francisco e encontra-se na Quadra F, 19.
Penno a quem dedicamos 3 colunas do Canto Musical de 10 de fevereiro deste ano, nasceu em Ijuí, Rio Grande do Sul, no dia 27 de setembro de 1895, filho de Gottlieb (Deus ama) e Elisa Pais Penno.
Nove dos 12 filhos (pois três faleceram cedo na vida) foram batizados, frequentavam a Escola Dominical e cantavam no coro da igreja. Destes 9 ainda vivem 6, Carolina e Floriana que residem em Ijuí; Adolfo Reynaldo no Rio, Alberto em São Paulo, Frederico em Curitiba e Segismundo Eduardo em Niterói.
Pastor Penno era casado em segundas núpcias com D. Dejanira Menezes que era viúva antes de casar com o Penno, e mãe de 3 filhos: Celso, Jaime e Edu.
Da primeira esposa (falecido) Penno e teve 4 filhos: Cici, Lair, Cleri e
Henrique Rodolpho Penno serviu às seguintes igrejas como Pastor: Igreja Batista do Méier (era o 3º pastor daquela igreja); Primeira Igreja Batista de Campinas-SP, Primeira Igreja Batista de Rio Claro-SP; Igreja da Lapa-SP; e Igreja Batista de Cambuci-SP.
Quando morava na capital paulista, Penno foi professor de História no Colégio Batista e serviu como gerente da Caixa Econômica daquela cidade.
Serviu vários colégios particulares e oficiais como professor de Alemão, Português, Inglês e Francês.
Em reconhecimento a sua capacidade, o Prefeito Municipal de Ijuí, há poucos anos atrás, assinou um decreto nomeando HENRIQUE RODOLPHO PENNO “CIDADÃO BENEMÉRITO DO MUNICÍPIO”. Esta homenagem foi prestada a Penno exatamente durante os festejos do Centenário daquele município.
Morreu Henrique R. Penno, mas por muito tempo estaremos cantando o hino dele.
“Que alegria neste dia nós estamos a gozar!”
Neste ensejo bom desejo temos: só a Deus louvar”.
“Publicado originalmente em: “O Jornal Batista”, Ed. 34 , Agosto 1974, pág. 4 – “Coluna Canto Musical”
© 1974 de Bill H. Ichter – Usado com permissão
Fotografia extraída de: ” O Jornal Batista (http://www.batistas.com/o-jornal-batista)