HCC 248 – Ao findar o labor desta vida
História
248. Ao findar o labor desta vida
O AUTOR DESTE COMOVENTE CONVITE, João Diener, nasceu em 24 de setembro de 1889, próximo a Moscou, na Rússia. Sua família era evangélica, de origem leta. Chegou ao Brasil em agosto de 1897, instalando-se no Estado de São Paulo, onde trabalhou como operário numa fábrica de tecelagem.
Este, seu hino mais célebre, foi escrito em c.1911, de uma forma inesperada. Henriqueta Rosa Fernandes Braga conta que João Diener estava trabalhando na tecelagem e pensava na mensagem proferida pelo missionário pioneiro batista, A.B. Deter no dia anterior. Seu trabalho tornou-se mecânico, enquanto aflorava em sua mente uma melodia nunca ouvida antes, mas muito clara. Repetiu a melodia várias vezes e, em sua casa, trabalhou a letra que surgira na fábrica. Durante um período de desemprego, Diener foi amparado pelo missionário Deter e sua família e continuou a morar com eles. Ele pediu a Edith, filha de 13 anos do missionário, que lhe auxiliasse ao piano, e na partitura enquanto ele compunha “voz por voz” a harmonia desta linda melodia. João Diener cantou-o pela primeira vez na Igreja Batista do Alto da Serra, em São Paulo, num culto em que pregou o missionário William Buck Bagby.
O pr. Francisco Cid, missionário da Junta de Missões Mundiais (da Convenção Batista Brasileira) na Argentina, escreve em O Jornal Batista, uma história comovente da influência mais dramática deste hino.
Certo domingo à tarde, vagueava um homem nas ruas da cidade de São Paulo. Depois de haver bebido durante o dia, se recostou para dormir num dos bancos da Praça Princesa Isabel, a mesma onde fica a Primeira Igreja Batista. Passadas algumas horas, ele despertou. Já era noite. De longe lhe vinha aos ouvidos o cântico de um hino! E era seu hino!
Lá na igreja o pastor havia terminado a pregação e anunciou o hino final do culto. O hino era A última hora.1
Este homem, separado da família e longe de Deus, ainda trôpego e um tanto ébrio, se levantou daquele lugar frio e de abandono e marchou em direção ao templo. Quando entrou, o pr. Tertuliano Cerqueira se aproximava da porta, e aquele homem desalinhado e com forte cheiro de bebida alcoólica o cumprimentou e disse:
– Que mensagem de Deus tem este hino!
O pastor lhe respondeu:
– Eu sei que o autor foi alguém inspirado por Deus.
Diener lhe disse, então:
– Eu escrevi esse hino!2
Em seguida, mostrou ao pastor a sua identificação. Depois, o Dr. Tertuliano levou Diener à sua casa, ouviu sua comovedora história e a manifestação daquele coração, que naquela noite havia se arrependido.
João Diener reconstruiu o seu lar, que estava desfeito, reconciliando-se com sua mulher. Voltou a cantar o seu hino, tornou-se outra vez regente do coro da igreja e foi fiel ao Senhor até a sua partida, no ano 1963.
Este hino foi também publicado no Cantor cristão (que inclui sete hinos da autoria de Diener), em Salmos e hinos, em Seja louvado, e no Hinário evangélico.
A melodia DESTINO recebe o seu nome da mensagem do hino.
Diener é também o autor do hino Saudamo-vos, irmãos em Cristo, número 424 do Hinário para o culto cristão.
1. CID, Francisco. A última hora. O Jornal Batista, Rio de Janeiro: ANO XC, junho de 1990.
2. Ibid.