HCC 015 – Ó minha alma, a Deus bendize

História

15. Ó minha alma, a Deus bendize

Esta paráfrase jubilante do Salmo 103 de Henry Francis Lyte, publicada em 1834 na sua coletânea Spirit of the psalms (Espírito dos salmos), é uma de mais de 280 paráfrases dos seus salmos individuais. Foram escritas para a sua igreja no porto histórico de Brixham, cidade de pesca no Sul da Inglaterra, onde ele serviu de 1823 até a sua morte em 1847. Esta poderosa expressão de louvor foi usada como processional no casamento da Rainha Elisabeth II, a pedido dela, no centenário da morte de Lyte. No hino original havia cinco estrofes de seis linhas. O Hinário para o culto cristão omite a estrofe 4.

O autor, Henry Francis Lyte, nascido na Escócia em primeiro de junho de 1793, ficou órfão ainda criança. Nunca teve boa saúde. Com dificuldades conseguiu se formar na Faculdade Trinity em Dublin, Irlanda, em 1814. Foi ordenado ao ministério anglicano, servindo em diversas igrejas na Inglaterra. No ano de 1818, Lyte passou por uma poderosa experiência espiritual que mudou sua vida e ministério. Assistindo à morte de um colega de ministério, ele viu a paz no coração que o amigo teve na certeza da eficácia da expiação de Cristo em seu lugar.

“Fui altamente afetado por isso tudo, e comecei a olhar a vida (….) por um prisma diferente; comecei a estudar a minha Bíblia, e a pregar duma maneira diferente de antes.”1 

Lyte, como foi descrito por um corista da sua igreja, teve

“a expressão de maior ternura, e a maneira mais simpática possível. Estávamos muito ligados a ele.”2

Henry Francis Lyte publicou diversos volumes de poesias. As duas coletâneas de salmos de Lyte caracterizam-se por sua beleza, ternura e tristeza. Seus textos de hinos são cantados mundialmente. O Hinário para o culto cristão inclui três dos mais duradouros nos números 15, 199 e 402.

Lyte faleceu em Nice, na França, em 20 de novembro, de 1847, onde tinha ido em função de sua saúde (sofria de tuberculose). Morreu apontando para cima e dizendo: “Paz! Júbilo!”3

João Wilson Faustini traduziu este hino em 1969 para uso no hinário bilingüe Seja louvado, que foi publicado em São Paulo em 1972. (Ver dados biográficos do tradutor no HCC 13).

Mark Andrews que compôs o antema Lauda anima (Louva, ó alma) para a letra de Lyte em 1931, nasceu em Gainsborough, Inglaterra, em 21 de março de 1875. Estudou música com John Thomas Ruck, de Westminster Abbey. Mudando-se para os Estados Unidos, foi mestre-capela e organista em diversas igrejas de Montclair, Estado de Nova Jersey. Membro ativo no American guild of organists (Grêmio Americano de Organistas), Andrews compôs música para órgão, quartetos de cordas, cantatas, antemas corais e muitas canções. Faleceu em 10 de dezembro de 1939.

LAUDA ANIMA (Andrews) foi o nome escolhido para esta melodia no Baptist hymnal (Hinário Batista) de 1975, por ser o título do antema de Andrews, publicado por G. Schirmer’s, de Nova Iorque. O nome de Andrews aparece ao lado para distinguí-la da melodia de Sir John Goss, que tem o mesmo nome.

1. JULIAN, John. A dictionary of hymnology, Dover Edition. New York: Dover Publications, Inc., vol.1, 1957. p.706.

2. JONES, F.A. Famous hymns and their authors. London: Hodder and Stoughton, 1903. p.13.

3. LYTE, Henry F. Em: THOMSON, R. W., ed. The Baptist hymn book companion, Revised Edition. London: Psalms and Hymns Trust, 1967. p.68.

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