A minha música é a música do IDE – Lenilton Silva
“A minha música é a música do IDE”
Cantor e compositor de música cristã contemporânea brasileira, Lenilton Silva dá sua contribuição, falando um pouquinho das letras das canções.Vamos beber desta fonte? Um pensamento para nunca esquecer: “Quem não lê, não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo.” (Paulo Francis) Creio, uma boa leitura sempre é uma opção inteligente.
Indaga o compositor: “Você não precisa nem estudar muito o Português a fundo, mas se você tem o costume de ler, o que acontece? Acaba aprendendo a escrever corretamente, aumenta o seu vocabulário. Se você tem o costume de ler, fica o registro no seu HD. Quando tem acento em uma palavra, ou quando não tem, você acaba se familiarizando. E passa ter outra percepção das palavras, observando a união de diversos sons não harmônicos, que é cacofonia. A Gramática é importantíssima também, para uma boa composição. Um pouco de conhecimento ajuda no cuidado com a composição, senão tudo vira licença poética.
Lenilton cita uma música brasileira conhecida, que diz: “Ah, esse coqueiro que dá coco”, Aquarela do Brasil. “Veja, o coqueiro só pode dar coco, o coqueiro não pode dar manga, não pode dar uva, é o coqueiro que dá coco. Só que isso é proposital, sim. E tem nome: é licença poética. O compositor quis frisar que o coqueiro não é coqueiro estéril, é um coqueiro que dá frutos. Por isso, usou a licença poética. Isso é admissível para a licença poética, agora erro de português não é licença poética. Cuidado e atenção nisso, porque é muito importante. O que eu vejo de música com problemas de gramática! Muito triste. As acentuações, já li e vi Jêsus (acentuado?).Esse tipo de erro temos que ter cuidado, porque a música vai tocar lá fora. O estrangeiro aprende errado, e assim, pensa que chamamos ‘Jesus’ de Jêsus, vão chamá-lo assim… Acaba acontecendo isso e eu evito também esse uso.
O compositor também chama a atenção de evitar em sua poesia o ‘evangeliquês’.“O que acontece? Isso é uma regra minha, nada contra quem usa, mas eu não uso, por-quê? Simples: eu entendo o ‘evangeliquês’, você que é cristão entende, mas há pessoas que estão com a cara cheia de pó lá fora, a pessoa que está cheia de cachaça, ele não vai entender nada. Se ele ouvir ‘incendeia a noiva’, o que ele vai pensar? ‘Rapaziada, a igreja está mais doidona do que eu. Pô, o cara tem que tacar fogo na mulher? Como é que é isso? Incendiar a noiva?’. Ele não vai entender o sentido. Ele vai entender ao pé da letra por não ter nenhuma intimidade com as Escrituras. Nós sim, sabemos que a noiva é a Igreja. Então, esse tipo de linguagem eu procuro não usar”, destaca.
Lenilton destaca que a música produzida por ele é mais para fora da igreja, não é muito para dentro da igreja. “Faço música pensando em alcançar as almas que estão lá fora, a minha música é a música do ide. Jesus disse: ‘Ide pelo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura’. Então, o conteúdo das minhas canções tem muito isso: foco no evangelismo. Tanto que está aí, quem conhece ‘Acredita’, ‘Meu Universo’, ‘Venha ser feliz’… Todas essas canções têm um conteúdo para trazer as pessoas para Jesus, porque, na verdade, quem convence, repito, não é a minha canção, ou a minha letra, mas as nossas canções fornecem condições, caminhos, porque têm que ser caminhos de Deus, e esses caminhos são muito mais altos que os nossos. Então, se nós pudermos fazer da melhor maneira possível, vamos fazer. Porque precisamos alcançar as pessoas que estão lá fora, a grande maioria está a passos largos indo ao inferno. Se somos instrumentos, estejamos afinados com o Maestro. A verdade está na simplicidade do Evangelho, ‘Ide pelo mundo, levai o Evangelho… Pregai o Evangelho a toda criatura’. Isso é importantíssimo para que estejamos atentos a esse detalhe.
Lenilton Silva
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