Xico Esvael (1951-2019)
João Francisco Esvael (Xico Esvael) (1951-2019)
João Francisco Esvael (Xico Esvael), nasceu em 11/11/1951 na Cidade de Bagé/RS.
Educador, com formação teológica pelo IAET (Instituto Anglicano de Estudos Teológicos, São Paulo), teve iniciação musical em sua própria casa. Seu avô tocava violão, bandolim e cavaquinho, e seus tios: sax, clarinete, órgão e violão. Seu primeiro instrumento foi o órgão da igreja anglicana, depois encantou-se pelo violão e aprendeu os primeiros acordes com o padrinho Lucas.
Ainda em Bagé, foi, durante os anos 1970, DJ de uma emissora de rádio local. Formou uma banda junto com o seu irmão Paulo e alguns amigos. Enquanto estudava, iniciou carreira profissional apresentando-se em bailes, shows e eventos com a banda Os Rebeldes.
Logrou vencer, com composições próprias, alguns festivais de música, em Bagé, Belo Horizonte e São Paulo. Estudou música nos conservatórios Kollischer (Montevidéu) e do Brooklyn (São Paulo). Algumas de suas composições estão editadas em espanhol, inglês e japonês. Eclético, suas músicas abrangem ritmos brasileiros e latino-americanos e temas variados.
No início dos anos 1980 foi para São Paulo estudar Teologia, e formou com seu conterrâneo Flávio Irala, com o tecladista João Takao Shirahata e com Marcos Gianelli o grupo Gente de Casa, com o qual gravaria as canções que o projetaram como autor de canções de uso congregacional, com temáticas ecumênicas e sociais. Numa fase mais madura de sua carreira passou a enfatizar temáticas ambientais, como o Aquífero Guarani e a biodiversidade.
Xico Esvael foi um dos expoentes de uma geração de artistas cristãos que renovaram a música litúrgica no Brasil, inserindo diversos ritmos brasileiros em suas canções, em um tempo que instrumentos da música brasileira (violão, percussão, flautas) eram mal vistos nas igrejas evangélicas. Valorizou e promoveu a cultura brasileira em diversos segmentos da igreja cristã. Com seus trabalhos (muitos em parceria com Flávio Irala e Jaci Maraschin, ou com Laan Mendes de Barros) ele se contrapôs a uma prática muito comum (que ainda persiste) de importar e de traduzir melodias produzidas principalmente nos EUA. Nesse ponto, foi o continuador de um movimento originado ainda nos anos 1970, na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, em São Bernardo do Campo, liderado pela professora Norah Buyers, pelo professor Jaci Maraschin e pela compositora Simei Monteiro.
Enquanto intérprete, Xico Esvael vai do erudito ao popular, cantando canções folclóricas, regionais, e internacionais (espanhol, inglês, italiano, francês), MPB e em línguas indígenas (guarani, quechua, aymara). Xico lecionou música no antigo Seminário Teológico da IPIB em São Paulo. Autor de inúmeras canções, teve músicas editadas em 33 LPs e CDs.
Na esfera pública, além de atuar nas igrejas, trabalhou também no Memorial da América Latina. Exerceu importante militância junto ao movimento ecumênico, aos movimentos sociais e populares. Foi Coordenador de Juventude do CLAI na Região Brasil. Participou na música e na liturgia de inúmeros eventos nacionais e internacionais, como as Assembleias do CLAI, Fórum Social Mundial, Cursos de Verão-CESEEP/PUC, The Primates Meeting (Encontro Mundial dos Bispos Primazes Anglicanos), Assembleia do CMI em Porto Alegre (2006), Celebração dos 25 anos do CONIC (2007), etc.
Discografia:
Com o Grupo Gente de Casa – Revivendo, 1983
Outras canções, 1989
Canções de Rua, 1993
Mistérios do Olhar, 2002
Puxirum, 2005
Barro de Liga, 2009
Xico Esvael faleceu em 26/10/2019 em João Pessoa-PB
Biografia enviada por Simei Monteiro
© 2019 de Simei Monteiro – Usado com permissão