Duas canções do pianista Oziel Seles – Rolando de Nassau
Duas canções do pianista Oziel Seles
(Especial para “Hinologia Cristã”)
Oziel Seles, professor e pianista sediado em São Paulo, baseou-se no salmo 54 (versos 1 a 7), que era destinado a instrumentos de cordas no Templo de Jerusalém, para compor um “lied” (canção que no Renascimento tornou-se polifônica) porque seu ascetismo nele encontrou o seu motivo de inspiração.
Oziel Seles
O rei Davi, autor do salmo, ensinou que não devemos maquinar alguma maldade contra quem nos prejudicou; quando assim agimos, podemos clamar pela proteção divina.
Creio que no trato da matéria musical Oziel procurou a evolução do seu próprio espírito, para aperfeiçoar a sua música de teor e sentido espiritual. É verdade que não tenho como opinar sobre seu progresso na maneira de compor. Estou conhecendo agora o pianista e o compositor.
Nesta peça, Oziel expressa que quer dedicar-se à arte e à técnica de compor.
Desde logo, apreciei seus vários momentos de sensibilidade ao musicar o texto salmódico. Manifesta bom fraseado, delicada dinâmica e cristalino timbre. “Tocar com espírito” e “tocar com o Espírito” são habilidades de Oziel. Tudo contribui para uma sonoridade agradável aproveitando os modernos recursos da Informática.
Ao tocar sua composição “Salva-me, ó Deus”, coerentemente revela sua inspiração. Podemos perceber a clareza da fatura e o equilíbrio da forma musical escolhida.
Esta canção pode ser ouvida no canal musical do “You Tube”.
A segunda canção é menos original pois, através dos séculos, o tema tem sido explorado pelos compositores eruditos católicos, protestantes e evangélicos; Johann Sebastian Bach compôs a cantata sacra “Ich bin ein guter Hirt” (Eu sou um bom pastor), BWV-85, e teve muitos imitadores.
Oziel contribuiu para o canto coral dependendo, mais uma vez, do piano e de algumas poucas vozes, o que significa a possibilidade de sua execução em muitas igrejas, mas com uma exigência: ter um pianista sensível e vozes bem treinadas.
Brasília, DF, em 21 de abril de 2023.
Rolando de Nassau.
© 2023 de Rolando de Nassau – Usado com permissão
Doc.HC-145
