Kay Brown (1940-1998)
Kay Fowell Brown (1940 – 1998)
Kay Fowell Brown, musicista, regente e professora, nasceu na pequena Cidade de Richland Center no estado de Wisconsin, EUA, em 9 de maio de 1940, filha de Ruth e George Fowell; ela, organista da igreja Presbiteriana local e ele, advogado, filho de fazendeiros.
Foi para a capital, Madison, para estudar música, na Universidade de Wisconsin (Bachelor of Music), onde tornou-se presbítera na Igreja Presbiteriana Universitária (Pres House). Encontrou seu futuro esposo, Keith Spalding Brown Jr, no Conselho dessa igreja. Casaram-se e foram juntos estudar na Universidade de Stanford, na Califórnia, onde Kay pós graduou-se em Educação Musical (Master of Arts).
Após realizarem treinamento para missões cristãs em Stony Point, NY, mudaram-se para o Brasil, em 1964, com Eric, o primeiro filho do casal, então com 10 semanas. Tinham um coração missionário, mas vieram ao Brasil como leigos.
Residiram, por dez anos, no Rio de Janeiro, onde Keith lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e onde tiveram mais três filhos, Julia, George e Elizabeth. Participaram ativamente da Igreja Presbiteriana em Ipanema, onde Kay tocava os hinos nos cultos. Acolhiam alunos cristãos universitários em sua residência, em pequenos grupos para estudo bíblico ̶ apesar do perigo e das visitas de policiais durante o período da ditadura.
A princípio, iam passar apenas cinco anos no Brasil, mas nunca quiseram voltar a morar nos EUA – passaram apenas um ano sabático, em 1979-80, em Ithica, NY. Em 1973, a família mudou-se para Campinas, SP, pois seu esposo, Keith, aceitou convite para ser professor na universidade recém-formada, Unicamp.
Kay desenvolveu intensa atividade como regente e professora em Campinas. Foi sócia-fundadora da Escola de Artes Pró-Música, de Campinas, em 1977, onde ensinou flauta, regência, piano e canto até o final da sua vida, buscando desenvolver seu trabalho com integridade, competência, capricho e carinho.
Participou ativamente do ensino na escola, trazendo novidades didáticas e de repertório diretamente dos EUA. Promoveu a criação de novos cursos na Pró Música, em especial o de musicalização para bebês, introduzido na escola no final da década de 90, pela professora Renata Oliveira, e existente até hoje.
Regeu o coral da Igreja Presbiteriana do Jardim Guanabara por vinte anos, durante os quais inovou, pesquisou e divulgou repertório variado, de épocas e estilos diferentes, traduziu músicas, ensaiou e regeu peças tais como o Messias de Haendel, Missa Breve de Haydn, Oratório de Natal de Saint-Saëns, As Sétimas Últimas Palavras de Cristo de Dubois, Glória de Vivaldi, partes do Requiem de Mozart e do Oratório de Elias de Mendelsohn.
Contratava músicos, incentivava cantores, solistas e organistas. Sempre sorridente e simpática, Kay dirigia com energia, precisão e muita discrição o coro da IPJG ̶ que hoje tem seu nome: Coral Kay Fowell Brown. Motivava entusiasticamente jovens e adultos a desenvolverem seus dons musicais, criando condições para se aperfeiçoarem em seus instrumentos, muitas vezes pagando por seus estudos. Uma de suas maiores preocupações era com a qualidade e a mensagem teológica da música nos cultos. Por isso nos ensaios dava especial atenção para a mensagem imbuída em cada peça.
Foi também docente na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, lecionando Prática Coral no curso de Educação Artística por cerca de quinze anos.
Depois de ver casados seus quatro filhos, lutou com câncer por três anos, continuando, na medida do possível, as atividades profissionais, acompanhando a chegada de cinco netos, até poucos meses antes de falecer, prematuramente, aos 58 anos, no dia 17 de outubro de 1998, em sua residência, na cidade de Campinas, SP, Brasil.
Ensinou aos seus filhos o amor pela música e pelo serviço cristão, criando-os num ambiente de excelência musical, que atravessa as gerações e alcança seus netos, que hoje cantam e tocam instrumentos com entusiasmo: piano, violão, harpa, guitarra, bateria, violino, etc.
Eric Nelson Brown, seu filho mais velho, infelizmente faleceu cerca de um ano depois dela, também de câncer; era ativo na igreja, cantando, tocando violão e gaita. Sua filha, Dra. Julia Brown, tornou-se organista profissional, gravando CD’s e dando concertos mundo a fora, e trabalhando como ministra de música nos Estados Unidos. O filho, Dr. George Gardner Brown, tornou-se cientista renomado, como o pai, sendo pesquisador e professor, especialista na área de ecologia/solo/minhocas.
Apesar de não ter conhecido todos os nove netos, Kay deixou para eles, e para todos aqueles com quem conviveu, o legado da música, do amor ao próximo e do testemunho cristão, do compromisso e ensino da palavra de Deus.
Dra. Elizabeth Brown V. Brisola
[Dra. Elizabeth Brown V. Brisola, como psicóloga, procura integrar as áreas da psicologia e da música, investigando os aspectos psicológicos da atividade de cantar; é ativa na música e educação de sua igreja local.]
© 2018 de Elizabeth Brown V. Brisola – Usado com permissão
Eu tb frequentei a Pró música de Campinas com minha filha Christiane e chegamos a participar das apresentações tocando piano.